*Conte�do produzido por Fl�vio de Castro

Aproveitando a onda dos t�picos mais comentados e impulsionados pelas redes sociais, nos deparamos com a repercuss�o fervorosa do epis�dio midi�tico envolvendo Lu�sa Sonza, de 25 anos. Recentemente, a cantora tornou p�blico o fato de ter sido tra�da por seu namorado, um investidor em criptomoedas de 27 anos conhecido como Chico Moedas. A artista tomou a decis�o de aparecer em um programa matutino de grande audi�ncia na televis�o aberta, onde leu ao vivo uma carta que expressava sua indigna��o com o caso de infidelidade e fez uma reflex�o sobre o "fim do amor".
Babado, n�? Pois �. N�o cabe aqui, no entanto, julgar a atitude da mo�a ou do rapaz. Por�m, o fato de ela ter ido a p�blico e se exposto dessa maneira nos autoriza a pensar na import�ncia que o bin�mio casamento versus adult�rio tem em nossa cultura, e essa constata��o nos permite fazer uma conex�o entre as separa��es midi�ticas e a prova de linguagens do ENEM.
O epis�dio envolvendo a cantora ga�cha remete, ainda que por oposi��o, � ideia de felicidade conjugal, proposta incessantemente durante o movimento rom�ntico, que se iniciou no Brasil em 1836. Ao analisarmos os romances rom�nticos de folhetim, muitas vezes nos deparamos com a expectativa do esperado "final feliz". E o que seria isso? O final feliz n�o � nada menos que a representa��o dos valores de uma classe em forma��o – a burguesia. Vale lembrar aqui o final do romance cl�ssico (e previs�vel) “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo. No final do livro, o protagonista, Augusto, ap�s diversas perip�cias e desentendimentos com Carolina, a Moreninha, finalmente declara o seu amor por ela. Carolina tamb�m manifesta seus sentimentos por Augusto. O casal se reconcilia, e o romance termina com a celebra��o de um casamento, simbolizando a uni�o dos jovens apaixonados e encerrando a hist�ria com um aut�ntico happy end rom�ntico.

J� o adult�rio, por sua vez, � um tema recorrente no romance realista. Lembramos que o suposto adult�rio em Dom Casmurro, o “eterno enigma de Capitu”, continua sendo uma quest�o atual e intrigante em nossos estudos liter�rios e culturais. Sabemos de antem�o que � imposs�vel responder se Capitu traiu ou n�o Bentinho, por�m ainda � importante especular sobre quais motivos fazem Bentinho querer convencer seus leitores de que foi tra�do.
O "eterno enigma de Capitu" � uma quest�o liter�ria que se origina da obra "Dom Casmurro" de Machado de Assis. Este enigma gira em torno do personagem Capitu e da suspeita de adult�rio que paira sobre ela ao longo da hist�ria. O protagonista, Dom Casmurro, narra sua rela��o com Capitu e sua crescente desconfian�a de que ela o traiu com seu melhor amigo, Escobar, baseando-se em detalhes amb�guos e na suposta semelhan�a entre seu filho, Ezequiel, e o amigo Escobar. A obra deixa em aberto a culpa ou inoc�ncia de Capitu, tornando-se um tema de discuss�o constante na literatura brasileira, simbolizando a habilidade de Machado de Assis em criar personagens complexos e desafiar as certezas do leitor. Isso faz com que a obra seja continuamente revisitada e debatida, mantendo sua relev�ncia ao longo do tempo.

Se a talentosa cantora vai perdoar o investidor ou se ela vai seguir sua vida sentimental, n�o sabemos, por�m, suspeitamos que os acontecimentos relativos � vida privada de Lu�sa v�o se repercutir novamente na m�dia. A espetaculariza��o da vida �ntima, o culto das celebridades e o narcisismo desenvolvido pelas redes sociais tamb�m podem ser temas relevantes para a prova de linguagens do Enem e, quem sabe, um tema de reda��o. E sendo assim, n�o podemos deixar de pensar no conceito criado por um dos mais importantes escritores e pensadores franceses do s�culo XX.
A sociedade do espet�culo, conceito desenvolvido pelo fil�sofo franc�s Guy Debord (1931-1994), descreve uma era em que a vida cotidiana � dominada pela representa��o, imagem e espet�culo em detrimento da experi�ncia direta. Nesse contexto, as intera��es sociais, a cultura e at� mesmo a pol�tica tornam-se cada vez mais mediadas por imagens, m�dia e consumo, criando uma realidade superficial e alienante. Debord argumenta que essa sociedade espetacular aliena as pessoas de sua pr�pria exist�ncia, modificando a desvantagem pela ilus�o, e coloca o espet�culo como uma for�a poderosa que mant�m o status quo e perpetua a aliena��o social.
Dito isso, desejamos sucesso para a cantora e sucesso no ENEM para nossas leitoras e leitores!
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Sobre o autor: Fl�vio de Castro � p�s-graduado em Letras pela Unicamp e escritor. Escreveu Desaparecida (2018) e Min�rio de Ferro (2021), al�m de colaborar em diversas revistas, jornais e suplementos. Atualmente � pesquisador no Posling do CEFET-MG e professor de Literatura e Interpreta��o de Textos no Curso DetOnline.