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Estado de Minas ENEM 2021

Milton Ribeiro diz que 'abriu m�o' de direito de acessar a prova do Enem

Exame foi realizado em meio a den�ncias de tentativa de interfer�ncia na prova e uma crise interna no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais


29/11/2021 18:07 - atualizado 30/11/2021 08:17

O ministro da Educação milton ribeiro
(foto: Cleia Viana/C�mara dos Deputados)
O ministro da Educa��o, Milton Ribeiro, disse nesta segunda-feira (29/11), que "abriu m�o" do direito de acessar as provas do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) depois de perceber que a possibilidade de ter acesso ao exame "traria mais preju�zos do que benef�cios" aos estudantes. O exame deste ano foi realizado em meio a den�ncias de tentativa de interfer�ncia na prova e uma crise interna no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), �rg�o ligado ao Minist�rio da Educa��o (MEC).

Para o ministro, o conte�do da prova revela que n�o houve interfer�ncia. Ele citou uma quest�o sobre luta de classes, com cita��o do alem�o Friedrich Engels, coautor do Manifesto Comunista, e outra com uma m�sica de Chico Buarque. "Se lev�ssemos essa prova para uma an�lise de algu�m de fora do Brasil, ele falaria que as quest�es s�o mais pr�ximas da esquerda."

O Estad�o apurou que o item sobre luta de classes chegou a ser retirado da prova ap�s uma "leitura cr�tica" no Inep. Depois, voltou a compor a prova para n�o descalibrar tecnicamente o exame.

O ministro disse que a "sociedade cobra" em rela��o a "quest�es que ela (sociedade) acha estranhas" e, por isso, ele chegou a cogitar acessar o Enem antes da aplica��o.

"Pensei que todos os ministros tinham regular acesso �s quest�es das provas. Mas, diante da rea��o de alguns, eu simplesmente voltei atr�s para n�o prejudicar. N�o porque eu n�o tenha esse direito. Se eu fosse em qualquer tribunal, eu poderia ter acesso ao conte�do das provas. Eu poderia ter acesso, mas n�o tive acesso, n�o tive interfer�ncia e simplesmente voltei atr�s", disse o ministro.

Ele acrescentou, ainda, que algumas quest�es que ca�ram neste exame s�o "desnecess�rias".

O Estad�o apurou que 24 quest�es foram retiradas da prova ap�s uma "leitura cr�tica" no Inep, sob o argumento de serem "sens�veis". Depois, 13 delas voltaram a ser inclu�das e 11 foram vetadas. Para essa an�lise das quest�es, servidores do Inep tiveram de imprimir a prova previamente dentro da sala segura do �rg�o. O tamanho limitado do banco de quest�es e rea��es de servidores �s press�es ajudam a explicar por que a prova n�o teve "a cara do governo", como havia dito o presidente Jair Bolsonaro.

O ministro citou uma passagem da B�blia para justificar seu posicionamento ao longo dos dias que antecederam o exame. "Basta ao dia o seu pr�prio mal. Foi essa tese que eu coloquei na comiss�o de Educa��o (da C�mara dos Deputados) quando v�rios parlamentares me interpelaram e perguntaram sobre uma poss�vel interfer�ncia na prova e nas quest�es. E eu disse de maneira muito clara que precisar�amos primeiro esperar o resultado das provas e analisar as quest�es. A� sim estaria pronto a responder por essa poss�vel interfer�ncia."

O presidente do Inep, Danilo Dupas, tamb�m minimizou os pedidos de exonera��es de servidores e disse que � normal ter resist�ncias internas. Trinta e sete servidores pediram exonera��o de suas fun��es de coordena��o �s v�speras do exame. Eles alegavam inger�ncia de Dupas e dificuldade de di�logo. "Mas a sociedade n�o pode ficar ref�m de vontades individuais ou de poucos grupos." Para Dupas, as exonera��es t�m rela��o com discord�ncias sobre o pagamento de gratifica��es e a volta ao trabalho presencial - o que os servidores negam.

As declara��es foram feitas durante uma coletiva de imprensa para apresentar um balan�o do Enem 2021. O segundo dia de provas teve taxa de absten��o de 29,9%, segundo informou Dupas. Participaram do Enem do segundo domingo de provas apenas 2,18 milh�es de candidatos. O exame, principal porta de entrada para o ensino superior, teve o menor n�mero de inscritos desde o ano de 2005.

A queda nas inscri��es teve rela��o, como mostrou o Estad�o, com as dificuldades de obter a gratuidade na inscri��o e com o ensino remoto ruim em meio � pandemia. Para Ribeiro, por�m, a culpa pelas dificuldades de aprendizagem durante a pandemia n�o � do MEC, mas dos governos locais, que decidiram manter as classes online.

Sobre a perda de gratuidade pelos estudantes que faltaram no ano passado, o ministro disse que houve uma "nova oportunidade", ap�s decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) que mandou reabrir as inscri��es. "De 2,5 milh�es (de estudantes), 280 mil apenas quiseram usufruir desse direito."

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