(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas N�mades

Pode trabalhar no exterior? Se a resposta for sim, prepare o curr�culo e boa viagem

Flexibilidade garante oportunidade de crescimento nas empresas e quem j� passou por isso diz: a dica � ter a cabe�a aberta para enfrentar novas realidades e ambientes. Empresas oferecem oportunidades de crescimento a profissionais agregando conhecimentos t�cnicos e de outras culturas


08/01/2018 14:19 - atualizado 09/01/2018 16:02

O nômade é que aquele profissional que não trabalha necessariamente onde reside
O n�made � que aquele profissional que n�o trabalha necessariamente onde reside (foto: Travel Jobs)


A possibilidade de mudar de cidades, ou trabalhar em outros pa�ses, conhecendo novas culturas e obtendo benef�cios oferecidos pelas empresas criou o profissional n�made, aquele que est� dispon�vel para enfrentar desafios sem preocupa��es geogr�ficas. As novas tecnologias tamb�m permitem que o indiv�duo possa trabalhar quando e onde achar melhor.

O n�made � que aquele profissional que n�o trabalha necessariamente onde reside, explica Ana Cherubina, professora, mentora de carreira e coordenadora da Funda��o Getulio Vargas (FGV). “S�o aqueles que se disp�em a mudar e com isso aumentar as perspectivas de crescimento profissional.” Algumas empresas oferecem aux�lio-moradia, geralmente por per�odos que n�o ultrapassam os dois anos, um 14º sal�rio, escolas de melhor qualidade para os filhos, cidades com melhor infraestrutura. Por outro lado, algumas pessoas buscam qualidade de vida, nem sempre em grandes centros. Fogem da viol�ncia urbana, ou dos desgastes com deslocamentos longos e demorados. “S�o diferentes dos home office, aqueles que trabalham � dist�ncia”, sugere a professora.

Empresas de grande porte, com atendimento nacional ou global, faz do deslocamento de seus colaboradores um ponto positivo que pode levar ao crescimento profissional. A gerente regional de Gente e Gest�o da Ambev em Minas Gerais, Mariana Holanda, diz que companhia busca pessoas que tenham disponibilidade de mobilidade, mas n�o � um fator determinante para contrata��o ou para evolu��o na carreira, “uma vez que levamos em conta tamb�m o conhecimento e as quest�es pessoais”, pondera. “N�o adianta for�ar um perfil se � importante para aquele indiv�duo estar pr�xima da fam�lia ou de amigos.”

A empresa abre as portas tamb�m para quem j� est� inserido no mercado. Por�m, uma das portas de entrada muito valorizada � o est�gio. “� a forma de criar um profissional j� na cultura e perfil da empresa e desde cedo vamos trabalhando quest�es como a mobilidade e suas consequ�ncias. Temos vagas espec�ficas que necessitam desse perfil, entretanto n�o determina o crescimento. Em alguns casos, a falta de mobilidade pode atrasar um pouco o processo de avan�os profissionais, mas n�o s�o determinantes, para tanto � necess�rio que haja equil�brio”, conclui.

TABU QUEBRADO Segundo a gerente regional da Ambev, a quest�o “mobilidade” gerou um tabu na empresa que agora vem sendo quebrado. “Achava-se que era necess�rio ter 100% de mobilidade para alguma chance de crescimento. Entretanto h� �reas espec�ficas que nem sempre necessitam desse perfil”, pontua. Por�m considera ineg�vel que as mudan�as de setores e de regi�es favorecem o crescimento pessoal do trabalhador.

Mariana Holanda cita seu pr�prio exemplo. Come�ou no Rio de Janeiro como estagi�ria, formou-se no programa de trainee e sua capacita��o passou por S�o Paulo e Bauru, retornou ao Rio de Janeiro e est� h� dois anos em Belo Horizonte como gerente regional: “Sou psic�loga, trabalhei na �rea comercial, ligada � venda de refrigerantes e da mesma forma temos pessoas formadas em turismo, engenharia, administra��o trabalhando em �reas que n�o s�o de sua forma��o. “Criamos profissionais para o mundo e s�o as pessoas que determinam seus pr�prios limites”, conclui.

 

Dispon�veis para a estrada 

 

 

Bruno Laures, de 27 anos, � gerente da Ambev em Cama�ari, na Bahia. Desde os 18 j� n�o morava mais com a fam�lia, em Campinas, S�o Paulo. Sempre imaginou agregar sua carreira de engenheiro de produ��o � possibilidade de conhecer outras cidades e vivenciar novas culturas. A oportunidade veio quando se candidatou a uma vaga de trainee industrial na empresa em agosto de 2014. Passou os primeiros seis meses em treinamento rotativo nas �reas de vendas, corporativas e engenharia. Ficou por seis meses em Recife, capital de Pernambuco, e foi transferido para Sete Lagoas, na Regi�o Central de Minas, onde permaneceu por dois anos. Trabalhou como supervisor de uma das linhas de cerveja em lata e posteriormente como engenheiro de produ��o de outras duas linhas de garrafas at� que em julho de 2017 surgiu a oportunidade. Mudou-se para a Bahia onde trabalha como engenheiro de produ��o.

A dica, segundo Bruno Laures, � ter cabe�a aberta, estar dispon�vel para assimilar novas culturas e novos h�bitos e enfrentar diferentes realidades: “A adapta��o vem com o tempo, como engenheiro de produ��o trabalhamos em ambientes e com tecnologias diversas. Em Minas, a f�brica tinha em torno de oito anos, na Bahia, mais de 50. S�o realidades, estruturas e tecnologias diferentes que acabam influenciando nas fun��es. Em Minas era gestor de 60 pessoas, na Bahia s�o 250 pessoas, com 21 l�deres”.

O trabalho de Bruno � basicamente organizar agenda e faz�-la acontecer, acompanhar as rotinas, treinar e cobrar resultados. Ele participa de reuni�es de apresenta��o de indicadores, pilares de avalia��o, monitora e apoia �reas que apresentam dificuldades.

OPORTUNIDADES A engenheira Paula Mundim n�o pensou duas vezes quando surgiu a oportunidade de se tornar gerente-regional da construtora AP Ponto, em Uberl�ndia. Ela come�ou como estagi�ria em outra empresa do grupo, passou a auxiliar de engenharia, engenheira e coordenadora de setores de obras, projetos e or�amentos. “N�o tinha mais como crescer na matriz, foi quando surgiu a oportunidade de gerente regional. Tudo o que eu queria, n�o importava onde seria”, lembra.

Casada, a fam�lia n�o a acompanhou. O marido, que vive na capital, reveza os fins de semana com ela entre BH e a cidade do tri�ngulo. “� uma quest�o de adapta��o”, define. Em Uberl�ndia h� mais de dois anos, Paula sonha em subir mais um degrau. A empresa estuda a abertura de nova sede regional. O local ainda n�o est� definido, mas Paula j� se disp�e a mudar.

Trabalho com qualidade de vida


Unir trabalho com qualidade de vida foi a op��o que fez o empres�rio Jos� Maria de Souza Filho, Juca, ao mudar por completo seu ramo de neg�cios. A busca por um trabalho que n�o exigisse um escrit�rio ou um ponto e hor�rios fixos levou-o ao mercado financeiro e ao e-commerce (lojas virtuais). Em sociedade com um de seus tr�s filhos, Jos� Maria viu sua vida se transformar. “N�o tenho a mesma renda de antes, mas moro com meus filhos em uma casa com quintal, tenho cachorro e tempo para me dedicar a tudo isso e ainda trabalhar, at� mesmo no meio da noite.”

O e-commerce permite vender de tudo sem a preocupa��o de movimenta��o f�sica, como embalar ou despachar. As consultas chegam a qualquer momento e ele responde de qualquer lugar. O mesmo ocorre com as movimenta��es financeiras na bolsa de valores: “Posso estar no meio do mato e ainda assim trabalhar com apenas um computador, se houver sinal, � claro”, brinca.

Juca come�ou como comerciante, em 1979, aos 17 anos, quando abriu seu primeiro neg�cio de assist�ncia t�cnica de eletroeletr�nicos de uma marca nacional, em Conselheiro Lafaiete, na Regi�o Central de Minas. Tr�s anos depois comprou uma loja em Belo Horizonte. Em 2003 agregou o com�rcio em seus neg�cios. “O C�digo de Defesa do Consumidor causou grande revolu��o nas ind�strias. As empresas passaram a acumular produtos com defeitos e n�o sabiam como dar um destino a esses estoques”, revela. Como j� trabalhava com manuten��o, Jos� Maria decidiu comprar um lote desses produtos (um montante de sete mil eletr�nicos e eletrodom�sticos), consert�-los e revend�-los a pre�os mais acess�veis. Eram equipamentos sa�dos de f�brica e que necessitavam de pequenos reparos. Alugou um galp�o e passou a negociar com v�rias marcas. “Hoje, isso � conhecido como sald�o.”

CRESCIMENTO A parte comercial cresceu mais que a assist�ncia t�cnica e ent�o abriu uma loja com oito funcion�rios. “Cheguei a ter 20 colaboradores na assist�ncia t�cnica, mas o com�rcio ficou mais forte. A receita era 10 vezes maior”. Mas passou enfrentar muitos problemas, com burocracia, impostos, seguran�a, legisla��o e resolveu mudar.

“J� operava um pouco com bolsa de valores e fui me consolidando nesse ramo. Meu filho que � da �rea de TI domina bem as tecnologias, sugeriu o e-commerce e passamos a investir nesses dois ramos. Hoje, trabalho muito menos, com menos preocupa��es, tenho tempo livre, fa�o meu hor�rio e trabalho de onde quiser e puder.” O faturamento � bem menor que nos outros ramos. “Mas n�o h� pre�o para se ter uma vida tranquila e poder me dedicar �s coisas que me d�o prazer e � minha fam�lia”, sentencia.

Juca conta que tentou trabalhar com o e-commerce no ano 2000, quando esse mercado estava surgindo. Mas era uma �rea ainda insegura, sem legisla��o espec�fica que desse seguran�a ao investidor e ao comprador. Hoje, reconhece Juca, a confiabilidade � muito maior, com mecanismos mais eficientes de prote��o ao cr�dito, de garantia de recebimento do produto adquirido e no que se refere � solu��o de problemas em decorr�ncia da transa��o. “De 2010 para c� foi marcante a evolu��o do processo tecnol�gico que vem marcando a transi��o para esse tipo de com�rcio.” 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)