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Estado de Minas EMPREGO

Profissional sem v�nculo empregat�cio: caminho sem volta no mercado de trabalho

De um lado, trabalhadores tempor�rios e sem carteira assinada, do outro, empresas que contratam m�o de obra independente para servi�os pontuais. Como sobreviver?


postado em 08/03/2018 12:45 / atualizado em 08/03/2018 14:49

 

(foto: Vassilis Kokkinidis/Freeimages)
(foto: Vassilis Kokkinidis/Freeimages)

Que tipo de trabalhador voc� �? Ou melhor, como � denominado? � um gig work? Est� inserido na gig economy? Para quem n�o est� familiarizado com os termos, significa que faz parte da for�a de trabalho que � freelancer, faz bico, � aut�nomo, independente, intermedi�rio on-line (Upwork, Airbnb, Uber, TaskRabbit ou Freelancer.com) e sobrevive numa economia em que posi��es tempor�rias s�o comuns para organiza��es que contratam trabalhadores independentes para compromissos de curto prazo. Essa � cada vez mais a realidade do mercado, que n�o tem nada de cen�rio futuro, mas j� bem real e presente!

E ocorre no mundo inteiro. Um estudo da Intuit prev� que, at� 2020, 43% dos trabalhadores americanos ser�o contratados independentes, como revelou o presidente da empresa, Brad Smith. Movimento impulsionado, entre tantas for�as (destrui��o de postos de trabalho), pela era digital, onde o trabalho � cada vez mais m�vel. A equa��o � o trabalhador podendo selecionar entre empregos e projetos tempor�rios em todo o mundo e, em contrapartida, o empregador tamb�m escolhendo os melhores profissionais para suas demandas espec�ficas e pontuais.

Isso � bom ou ruim? Quais os ganhos? E as perdas? Como vivemos o processo de mudan�a, n�o h� um mercado solidificado, certamente h� quem ser� favorecido e outra parcela que sair� prejudicada por n�o estar inserida nas novas pr�ticas de trabalho globalizado. Mas essa nova forma de trabalhar � uma realidade e cada vez mais ocupa��es de curta dura��o prevalecem. Ainda mais quando, em novo dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua), revelado na �ltima quarta-feira, constata-se que no Brasil h� 12,7 milh�es de pessoas desempregadas (os contabilizados, o n�mero real certamente � maior!).

Ent�o, fazer bico, ter outra fonte de renda � realidade que ser� cada vez mais comum na vida de todos os trabalhadores. At� o ator M�rio Gomes, de 65 anos, com mais de 30 novelas no curr�culo, sucessos como Guerra dos sexos e Vereda tropical, ambos na Globo, investe no empreendedorismo. Ele projetou uma carrinho/carrocinha e est� vendendo hamb�rguer na praia da Joatinga, no Rio de Janeiro. Conforme o ator, uma experi�ncia de mercado que pode caminhar para um food truck e evoluir para uma rede de franquia no futuro. Enquanto n�o est� na TV ou teatro, M�rio Gomes testa um neg�cio que pode dar certo. � estimulante saber que o ator n�o se sentiu intimidado, privado ou envergonhado de buscar uma alternativa. Trabalho � trabalho. � digno. A tamb�m atriz Narjara Tureta viveu situa��o parecida ao ter de vender coco numa praia carioca nos 2000. Ela estava sem contrato na TV e esse bico a fez driblar a crise financeira.

IMPULSO 

 

Erika Nahass, professora de gestão de pessoas da FGV/Faculdade IBS, alerta que o cartão de visita é essencial, ainda que seja uma mídia analógica(foto: Arquivo Pessoal)
Erika Nahass, professora de gest�o de pessoas da FGV/Faculdade IBS, alerta que o cart�o de visita � essencial, ainda que seja uma m�dia anal�gica (foto: Arquivo Pessoal)
Especialista em empreendedorismo e em carreiras, Erika Nahass, professora de gest�o de pessoas da FGV/Faculdade IBS, alerta que a nova lei trabalhista vai incentivar e impulsionar esse h�bito no Brasil, legitimando-o. Para se inserir, o primeiro passo � se preocupar “em ter sempre � m�o um cart�o de visita. Isso mesmo. Para n�o perder oportunidade. � uma m�dia antiga, anal�gica, mas que � importante no mundo do trabalho e funciona. � uma postura necess�ria porque, muitas vezes, o contato �ntimo de pedir �s pessoas para gravar seu celular e WhastApp pode ser inconveniente num primeiro momento neste contexto face a face. Com o cart�o, ele pode anotar depois e descartar o cart�o”.


No entanto, Erika Nahass ressalta que n�o existe cart�o de visita que supere “a postura profissional, a entrega de um bom trabalho, com esmero, a comunica��o com palavras corretas, vestimenta adequada, enfim, um pacote de efici�ncia para que o trabalhador aut�nomo conquiste longevidade e que a oportunidade profissional seja perene”. Outro ponto fundamental, de acordo com a especialista, � o que ela chama de “eco da indica��o, ou seja, para quem atua como freelancer ou faz bico o marketing boca a boca gera conforto e fica memor�vel ao alimentar a fervura de indica��es. A postura seja pela CLT formal ou freelancer � o registro de mem�ria. A contrata��o vir� se o empregador gostar do servi�o, pela postura perene e credibilidade.”

Esfor�o di�rio e quase h�rculo


A precifica��o do trabalho � outra preocupa��o que o profissional sem carteira precisa ter e cuidar. Para Erika Nahass, “o primeiro passo � sondar e investigar o mercado sobre valores e saber para quem est� prestando servi�o, ou seja, � preciso contemporizar para quem vai executar o trabalho (o valor cobrado para um shopping n�o ser� o mesmo para um restaurante de bairro) e fazer pesquisa de mercado”.

Quest�o relevante nesse cen�rio � os profissionais se assumirem como gestores. Erika Nahass chama de “alto empoderamento, quer dizer, admitir que est� dentro desse mercado, assimilar o trabalho, apropriar da nova carreira e se vender, ecoar sua imagem. N�o � f�cil, � preciso autonomia de reflex�o e criar maturidade na rela��o social. � se tornar um autocoaching”.

E para ter sucesso sem a seguran�a de uma organiza��o por tr�s, Erika Nahass avisa que “a empregabilidade est� relacionada a quanto o profissional est� dispon�vel em arriscar. � preciso saber que o esfor�o ser� sempre maior. � uma vida de riscos e de agilidade. A CLT � mais confort�vel. Ser independente, aut�nomo, freelancer, viver de bicos (seja qual for a nomenclatura), digo sempre que depende de quanto seu esp�rito � constru�do. H� passarinho de gaiola e passarinho de floresta. O da gaiola vai criar empecilhos e sentir mais dificuldades. O trabalho livre e aut�nomo � um esfor�o di�rio. No entanto, � bom se adaptar o quanto antes porque o cen�rio � irrevers�vel. Fluir no modelo de bico j� � presente. As novas regras do jogo est�o a�, j� sendo jogadas”. 

Saiba mais

Chance de uma renda extra

Bicos (www.bicos.com.br) � uma plataforma digital que tem como objetivo facilitar a vida de quem busca m�o de obra qualificada para servi�os dom�sticos de maneira simples, r�pida e f�cil. Para os trabalhadores, � a chance de uma renda extra, uma oportunidade de aumentar os ganhos trabalhando onde, como e quando quiser. Na p�gina do site, eles dizem ter o cadastro dos melhores profissionais e qualificados para prestar servi�o dos mais variados: carpinteiro, conserto de eletrodom�sticos, eletricista, encanador, marceneiro, pintor, aulas de dan�a, idioma e m�sica, personal trainer, carreto, motorista, motoboy, anima��o de festas, DJ, gar�om, fot�grafo, manicure, maquiador, massagens e terapias, esteticista, chaveiro, jardineiro, personal organizer, t�cnico de inform�tica, personal stylist... O cliente que acessa negocia diretamente com o prestador de servi�o, sem cobran�a de taxa ou intermedia��o.

 
 Com prop�stito e sem rel�gio!

 

Júlia Ramalho, da Estação do Saber, ressalta o valor do gig work, o futuro do trabalho. Ser independente é o caminho(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
J�lia Ramalho, da Esta��o do Saber, ressalta o valor do gig work, o futuro do trabalho. Ser independente � o caminho (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
 

 

Atribu�a-se o termo “gig” aos m�sicos de jazz que nos anos 1920 saltavam de bar em bar nas ruas de Chicago � procura de trabalho. Salte para o s�culo 21, ano 2017, e inclua em seu vocabul�rio os termos gig work e gig economy ou freelance economy, que significam o novo mercado de trabalho que passa a lidar com trabalhadores tempor�rios de v�rios segmentos e sem v�nculo empregat�cio de um lado, e empregadores que contratam profissionais independentes do outro. E n�o pensem que isso � o futuro, j� � realidade! Nascidos da era digital, o modelo � simples: entrega servi�o, recebe a remunera��o. Fim de contrato. � a empregabilidade desse tempo. Veja como encar�-la, o que saber, como se preparar, para onde ir, conforme J�lia Ramalho Pinto, mestre em administra��o de empresas, psic�loga, orientadora de carreira e gestora da Esta��o do Saber. “Gig work nada mais � que, em linguagem popular, o famoso ‘bico’ potencializado com a evolu��o da tecnologia.”

O futuro da maioria dos profissionais ser� lidar com o "bico", ser um freelancer, um profissional aut�nomo, sem v�nculo empregat�cio?
O gig work n�o s� � uma necessidade das organiza��es, como tamb�m um anseio de muitos trabalhadores. Aliado a isso, temos uma sociedade cada vez mais digital e com tecnologias que permitem mais o trabalho remoto. Por isso, acredito que ele v� se tornar cada dia mais o padr�o dos trabalhos. As empresas querem flexibilidade para contratar as melhores pessoas onde quer que elas estejam. Al�m disso, querem entregas da melhor forma, n�o se importando onde as pessoas est�o. J� os trabalhadores que est�o chegando no mercado e alguns mais maduros querem um trabalho no qual possam conciliar o trabalho e a vida pessoal. Uma demanda colocada pelas pessoas em pesquisa e que escuto no consult�rio � a vontade de ter tempo para se dedicar a outras atividades. � nesse sentido que o gig work � um bico. O seu tempo n�o � alocado apenas em um trabalho, mas h� uma infinidade de trabalhos que se possa fazer e com enfoques que podem ser completamente diferentes. Voc� pode estar atendendo a uma empresa dos EUA na parte da manh�, no in�cio da tarde pegando ondas na praia e � noite ensaiando para uma pe�a de teatro. No dia seguinte, pode ter que trabalhar 16 horas em um projeto na sua comunidade e por a� vai. Quem disse que temos que trabalhar de segunda a sexta, das 9h �s 18h? As empresas querem entregas de trabalho com efici�ncia, efic�cia e qualidade. As pessoas querem viver uma vida com mais prop�sito, querem ver sentido no que fazem, querem ter mais experi�ncias na vida. E isso n�o � o rel�gio que dita e nem tem como faz�-lo estando num �nico local de trabalho. Haver� os trabalhos de v�nculo empregat�cio, mas o gig work tende a ser o futuro de muitos e muitos profissionais, penso.

Como o profissional deve proceder diante deste novo mercado? Comportamento, a��es...
� o mais desafiador: fazer a passagem!. Sair do mundo estruturado de uma organiza��o e ter auto-organiza��o do tempo, gest�o de presen�a on-line, capacidade de comunica��o de seus projetos e realiza��es, estabelecer redes de contato e trabalho, organiza��o e planejamento financeiro. Tudo isso n�o � f�cil de fazer da noite para o dia, e � o fundamental. Pense num pintor de parede que voc� conhece que � extremamente profissional. Como ele �: atende voc� com educa��o, marca e aparece na hora, faz o trabalho e n�o deixa sujeira e manchas, cobra caro. Mas � raro, n�o �? O que vemos � o profissional que combina com voc� e mais duas pessoas ao mesmo tempo. Come�a a fazer o servi�o e some, atrasa e etc. N�o sabe ter prioridade, n�o consegue entregar, n�o se preocupa com a qualidade, com os detalhes, nem em como o trata. Normalmente, � como se ele fizesse a voc� um favor ao executar o trabalho para voc�. Nesse mercado do gig work digital e on-line, esse profissional sem compromisso n�o ter� muito sucesso, pois nas plataformas de trabalho o cliente avalia a qualidade trabalho/servi�o o tempo todo. Ent�o, para se dar bem, voc� vai ter que ser extremamente profissional. Pode at� parecer que � mais democr�tico, porque todos podem participar, mas s� consegue trabalho quem for realmente competente e profissional.

 

Quem nunca atuou de maneira aut�noma, como deve se preparar?
Primeiro e antes de tudo, se voc� n�o � organizado comece a s�-lo. Fa�a cursos on-line sobre organiza��o do tempo, use agenda, entenda como voc� funciona e como quer funcionar. Tem gente que trabalha noite adentro, tem gente que gosta de trabalhar durante o dia. O que funciona para voc�? Junto com essa organiza��o do tempo, aprenda que nem todo dinheiro que entra � para gastar. � preciso fazer reservas para as “vacas magras”. Se voc� quer fazer um curso, de quanto precisa dispor? Se n�o der para fazer, pelo menos livro voc� deve comprar. Isso � t�o s�rio que hoje, inclusive, para contratar essas pessoas, a empresa vai at� as plataformas dos cursos para saber quem est� se atualizando ou elas mesmo disponibilizam o curso on-line gratuito. Outro aspecto importante e negligenciado pelas pessoas s�o as rela��es de trabalho. O importante n�o � apenas fazer happy hour. � hora de conhecer o mundo! Muitos s� se lembram de fazer contato com as pessoas que conheceram quando s�o demitidas. 

Quais lugares  voc� vai frequentar para saber sobre tend�ncias e necessidades de trabalho na sua �rea? 
Isso pode ser presencial ou on-line. Em plataformas de trabalho e de cursos h� f�runs de discuss�o, � importante participar. Acho que esses s�o os pontos principais: auto-organiza��o de tempo e dinheiro, estabelecer redes de contato e trabalho e alimentar essas redes compartilhando ideias.

Como adequar sua profiss�o ao novo mercado? Como perceber a demanda?
Pesquisando, seja on-line ou conversando com as pessoas da sua �rea e fora dela. Interessante perceber que em contato com quem est� fora do seu segmento voc� pode ter uma vis�o ampliada. Normalmente, as pessoas dentro da mesma �rea tendem a se fechar e ter a mesma dificuldade de pensar diferente. Eu converso com gente de todos os setores e fico surpresa como m�dicos, por exemplo, podem n�o ter a menor ideia de que existe um IBM Watson e outras plataformas que processam diagn�sticos, por exemplo.

Onde procurar e como encontrar o trabalho de “bico”?
Se tem um conhecimento intermedi�rio de outra l�ngua e dependendo do tipo do seu trabalho voc� pode pesquisar on-line e em outra l�ngua. Al�m disso, os cursos on-line t�m sido um local de recrutamento tamb�m. Na pr�pria plataforma do LinkedIn voc� pode dizer que est� dispon�vel para contratos e como aut�nomo. Temos que entender que as empresas j� est�o se movendo para recrutar cada vez mais on-line. � mais barato e r�pido, al�m de poderem checar, on-line, parte do que voc� est� afirmando como experi�ncia. Se voc� � da �rea de comunica��o e marketing digital tem o Fiver, o Diligeiro, para advogados que querem se disponibilizar como correspondentes, por a� vai. Dependendo da sua �rea, cada vez mais surgem plataformas de acordo com nichos de mercado. � medida que vai se cadastrando e usando voc� vai entender qual funciona melhor.

Quem n�o sabe fazer o marketing pessoal, como ser lembrado e contratado?
Esse � o desafio principalmente para quem tem mais de 30 anos e � anal�gico/digital. Quem � digital entende a import�ncia de se comunicar e estar on-line como parte da vida. Se � desafiador, n�o quer dizer que � imposs�vel. Se voc� conseguiu fazer uma reserva, quem sabe n�o contrata algu�m para ajud�-lo no primeiro momento e voc� ir aprendendo? Voc� pode contratar nessas plataformas a um pre�o legal e de qualidade. Outra ideia � fazer cursos on-line. A Udemy tem cursos de R$ 20. Isso pode ser o in�cio, � medida que vai fazendo, vai navegando e aprendendo.

O mercado de freelancer � para os jovens? Como s�o vistos os profissionais seniores?
De jeito nenhum. Ali�s, � uma �tima sa�da para quem j� se aposentou, quer complementar a renda e ter liberdade de hor�rio. Al�m disso, eles tendem a ser bem pagos nessas plataformas e redes. Eles podem ter mais experi�ncia, inclusive para dizer como seu trabalho se diferencia dos outros no mercado. Pesquisa feita pela Payoneer, nos EUA, mostra, inclusive, que os maduros est�o presentes e tendem a ganhar mais.

O que tem de bom e o que tem de ruim no mercado de bico? Muitos fazem parecer o para�so.
Para�so de jeito nenhum. O que tem de bom � a flexibilidade, poder pensar o trabalho em formatos diversos, conciliar vida pessoal e trabalho. Destacaria quatro pontos principais e que podem levar ao que muitos chamam de precariza��o do trabalho: primeiro, a falta de estabilidade de trabalho e falta de uma renda fixa. Segundo ponto, uma quest�o do valor pago por hora de trabalho, que, muitas vezes, pode ser abaixo do mercado. As plataformas ganham na oferta abundante do servi�o. No universo on-line h� uma infinidade de pessoas acessando essas plataformas, mas, por isso mesmo, pode-se pagar menos pelo servi�o prestado. Se � voc� quem est� trabalhando, pode ter mais trabalho, mas pode receber menos pela hora trabalhada. Terceiro, a preocupa��o com a qualidade do trabalho tende a aumentar e consecutivamente aumenta a press�o pelo profissionalismo. A opini�o e avalia��o do trabalho dadas pelos usu�rios/clientes on-line, � ponto importante para atrair novos clientes. �ltimo ponto, saber trabalhar em equipe on-line. Em alguns momentos voc� dever� aprender a lidar com o trabalho de uma equipe on-line. N�o necessariamente com estruturas r�gidas de gest�o, mas com equipes

J� h� site com uma lista de profissionais freelancers oferecendo seu trabalho. � um caminho adequado, seguro, indicado, enfim, fazer parte desta "comunidade"? Logovia, We do logos, Contentools...
Nada � seguro, tudo � inconstante e fluido. Isso � a contemporaneidade. Ent�o, como navegar diante de tantas incertezas? An�lise de risco. Quanto preciso pagar para entrar? Nada, entre na plataforma. Fa�a trabalhos menos complexos para ir sentindo como as coisas funcionam. Em cada plataforma temos que pensar que h� pessoas gerenciando e um modelo de neg�cio. O que temos que entender � que elas s�o apenas meio, as pessoas � que far�o a diferen�a. Isto �, tanto de quem faz quanto de quem opera esses neg�cios. Algumas podem parecer que n�o � para voc�, n�o gosta de como comunicam, como pagam etc. Em outras voc� pode sentir que s�o profissionalizadas e funcionais para voc�. Procure saber quem j� usou, veja depoimentos, arrisque pouco e teste. Estamos no mundo cada vez mais digital e fluido, a confian�a passa a ser um diferencial, mas para alcan��-la precisamos tamb�m estar abertos e ser confi�veis, n�o � mesmo?

Imagino que uma quest�o complicada � colocar um pre�o no seu trabalho, principalmente para quem nunca o fez. Como agir?
Nossa, e � mesmo. Porque isso tem a ver com algo de autoestima e mercado, tamb�m. Tem gente que n�o consegue cobrar direito pelo trabalho porque no fundo n�o acha que vale ou porque n�o sabe o que entrega. Este � um “pulo do gato do momento” entender que precisamos inovar na forma de cobrar pelos trabalhos. N�o � s� o tempo empregado na realiza��o do trabalho, mas sim a entrega, a transforma��o, a solu��o, o valor do que voc� faz � reconhecido pelo seu cliente? Ent�o, coloque no papel: o que voc� faz (n�o � sua profiss�o, mas � o que voc� entrega para quem o contrata) e o seu diferencial. Se n�o souber, v� at� plataformas on-line e/ou sites e pesquise a m�dia do pre�o. Agora, se o que voc� faz ningu�m ou poucos fazem, voc� pode cobrar acima do mercado. � medida que for se estabelecendo vai entender qual � seu nicho, seu p�blico. Isso � outra coisa importante, talvez voc� n�o tenha que oferecer solu��es para todo mundo, mas entender para qual p�blico vai trabalhar. Ent�o, aqui estamos falando de mais uma habilidade, o aut�nomo precisa ter um pouco de conhecimento de marketing. Uma dica � que tem milhares de curso on-line para isso. Por fim, se voc� vai trabalhar com grandes empresas, bem no geral, � ela quem dita o valor que paga. Voc� decide se aceita ou n�o.

 

PALAVRA DE ESPECIALISTA

 

Eliane Vasconcellos, diretora regional da PI Brasil, diz que é preciso pensar em alternativas para se manter no mercado de trabalho(foto: ABRH-MG/Divulgação)
Eliane Vasconcellos, diretora regional da PI Brasil, diz que � preciso pensar em alternativas para se manter no mercado de trabalho (foto: ABRH-MG/Divulga��o)

Eliane Ramos Vasconcellos Paes - diretora regional da PI Brasil

Caminho sem volta

“� preciso pensar em novas alternativas para conseguir se manter no mercado. N�o imaginamos os tipos de trabalho que vir�o por a�. Para o profissional, o gig work significa independ�ncia, autonomia, entrega por projeto, nada de ponto nem hor�rio... O pre�o dessa liberdade obriga a um planejamento minucioso, principalmente financeiro, j� que nem todo m�s ter� garantia de servi�o. Para esse profissional, � fundamental fazer boas entregas para ter indica��o, manter o networking e cuidar da imagem nas redes sociais. � um cen�rio que n�o tem como fugir. O mundo segue para um mundo de ocupa��es inst�veis e flex�veis, de gratifica��o instant�nea, o chamado on demand. N�o existe mais carreira retil�nea. � necess�rio buscar novas oportunidades, outro campo de trabalho e ser feliz nele, se redescobrir. O mundo est� mudando, a era digital, a revolu��o 4.0, e � um caminho sem volta.”

  

SAIBA MAIS 

Empresa x freelancers
Em 2017, a atividade freelance cresceu 70% na Am�rica Latina, de acordo com levantamento da Workana, marketplace que conecta freelancers a empresas e atua em toda a Am�rica Latina desde 2012 (s�o mais de um milh�o de freelancers cadastrados). Mas como as empresas podem trabalhar com esses profissionais e agreg�-los � sua rotina? Guillermo Bracciaforte, cofundador da empresa, conta que desde pequenas at� grandes empresas j� incorporam esse tipo de m�o de obra. “O benef�cio � duplo: os freelancers conseguem obter melhores contrata��es e fontes de renda lucrativas, al�m de desenvolver mais ainda suas habilidades; e os empregadores encontram profissionais adequados �s necessidades para cada um de seus projetos”. O executivo destaca tamb�m que a modalidade tem benef�cios que v�o al�m de uma simples facilidade de contrata��o, mas permite �s empresas que encontrem pessoas que possam trazer inova��o e ideias criativas, al�m de trabalhar com agilidade e sob demanda. Nesse cen�rio, Guillermo Bracciaforte revela as principais estrat�gias:

1)Buscar freelancers para solu��es criativas: muitas vezes as empresas t�m dificuldade para fazer projetos inovadores ou encontrar solu��es para antigos problemas. Os freelancers contam com uma boa experi�ncia por ter trabalhado com uma grande diversidade de projetos e empresas. Normalmente, s�o especialistas em sua �rea e, �s vezes, t�m habilidades que lhes permitem se destacar em outros setores, o que pode ajudar a encontrar uma solu��o criativa para o seu neg�cio. Uma boa estrat�gia � conversar com o freelancer e entender as diferentes possibilidades de execu��o para um mesmo projeto.

2) Dar-se a oportunidade de experimentar: todos os projetos de uma empresa podem ser aperfei�oados. O freelancer pode oferecer ideias inovadoras para processos j� estabelecidos. Se o profissional fizer uma proposta que foge do escopo tradicional da empresa, pode ser interessante aceit�-la e entender, na pr�tica, se funciona. Os riscos s�o pequenos, mas as chances de inovar s�o grandes.

3) Encontrar talentos tem seus custos: como tudo nesta vida, leva-se o que se paga. Muitas vezes, escolher um profissional apenas pela tarifa mais barata pode trazer consequ�ncias negativas � qualidade do produto final. A rela��o qualidade/pre�o pode ser um aspecto negoci�vel. Conversar bastante, avaliar o portf�lio e conhecer bem o profissional, independentemente do valor cobrado, permite que seja feita uma escolha mais assertiva de acordo com o perfil da empresa.

4) Conversar com o freelancer para coordenar o projeto: uma boa comunica��o � pe�a-chave para o sucesso de todo trabalho. Antes de contratar, � importante se assegurar de comentar as ideias que precisam ser concretizadas no resultado final. A empresa deve perguntar se o profissional tem disponibilidade, se conta com as habilidades necess�rias e o tempo adequado para o trabalho. Assim � poss�vel evitar escolher algu�m que n�o poder� cumprir com o acordado. � essencial investir este tempo, dinheiro e esfor�o em um profissional que consiga concluir, em tempo e forma, o trabalho solicitado. 

 


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