Quando falamos em tecnologia aplicada � empregabilidade, h� duas vertentes que entram em debate. H� uma parcela da sociedade que acredita que a intelig�ncia artificial ir� tomar o lugar da for�a de trabalho humana e outra vertente que acredita que a inova��o e a tecnologia podem ser aliadas do profissional.
Jacob Rosenbloom, CEO da Levee, formado em engenharia pela Universidade de Stanford e com MBA pela Wharton School, na Universidade de Pennsylvania, especialista em intelig�ncia artificial e produtividade empresarial, acredita que a tecnologia n�o ir� destruir cargos, mas sim transformar a forma como executamos algumas fun��es. “E isso n�o � uma novidade deste momento, j� ocorreu outras vezes em outros momentos da hist�ria. Quando falamos nessa transforma��o, acredito que o destaque n�o est� apenas no fato de que novos cargos ir�o surgir, mas sim como a tecnologia pode atuar como uma aliada das empresas. Digo isso porque, por meio dos estudos de machine learning e da intelig�ncia artificial, as empresas podem utilizar a seu favor os pr�prios dados para que a �rea de recursos humanos seja mais estrat�gica e garanta contrata��es mais assertivas para cada necessidade das empresas.”
O CEO conta que um estudo divulgado durante o F�rum Econ�mico Mundial em Tianjian, na China, em setembro de 2018, estimou que a automa��o e a rob�tica criar�o, at� 2025, 58 milh�es de empregos. “O n�mero � resultado de uma conta que prev� a supress�o de 75 milh�es de postos de trabalho em �reas como servi�os postais, secretariado e de embalagens, enquanto outros 133 milh�es de empregos dever�o aparecer gra�as � evolu��o digital. O levantamento foi feito com 300 empresas multinacionais presentes em 20 pa�ses, que re�nem hoje mais de 15 milh�es de empregados.”
Jacob Rosenbloom explica que, por meio de algoritmos, por exemplo, a Levee ajuda as �reas de opera��es de empresas que lidam com altos volumes de contrata��es e sofrem com a baixa produtividade a automatizar o processo de contrata��o ao mapear os candidatos mais qualificados em escala, com maior probabilidade de reten��o ao emprego. “Com isso, a empresa ajuda seus clientes a terem indicadores de neg�cios mais positivos e �reas de suporte e servi�os mais focadas no neg�cio, consequentemente mais produtivas.”
Para Jacob Rosenbloom, a velocidade das mudan�as traz a necessidade de uma maior dinamicidade no mercado de trabalho. “Significa que, com as transforma��es tecnol�gicas, teremos mudan�as em alguns cen�rios. Isso quer dizer que as mudan�as no mercado preveem que os colaboradores tenham que elevar tamb�m os n�veis de conhecimento e com isso buscar especializa��es e mais forma��o. Quando falamos em m�o de obra operacional, por exemplo, a principal �rea de atua��o da Levee, essa dinamicidade requer que os profissionais sejam melhor preparados tamb�m. N�o quero dizer que eles tenham que buscar especializa��es para n�o ficar fora do mercado, mas sim que quanto maior o conhecimento na �rea, maiores as chances de se destacar dependendo do perfil de cada empresa.”
Nesse cen�rio, destaca Jacob Rosenbloom, haver� um reposicionamento, sobretudo nos trabalhos qualificados, daquilo que poder� ser feito pelas m�quinas, e a parte humana, de responsabilidade, que continuar� sendo feita por pessoas. “Um exemplo em nossa �rea seria com rela��o a como os times de RH s�o estruturados. Antigamente, faziam toda a triagem de candidatos com curr�culos em papel, a informa��o ficava desatualizada, testes eram aplicados pessoalmente, um investimento de horas de equipes fazendo trabalho manual. Hoje, com a digitaliza��o, muitos desses processos j� evolu�ram e o papel se transformou em dados consolidados, gerando insights, liberando tempo e permitindo ter equipes mais anal�ticas e diversificadas.”
Velocidade da mudan�a
O mercado e o profissional, diante da velocidade de mudan�a, n�o conseguem acompanhar e usufruir de toda a tecnologia dispon�vel. Jacob Rosenbloom acredita que “quando falamos em velocidade de mudan�a, � claro que os humanos n�o conseguir�o acompanhar a velocidade das m�quinas. Um exemplo s�o as novas regulamenta��es como a Lei Geral de Prote��o de Dados Pessoais (LGPD), que entrar� em vigor em janeiro de 2020, equivalente a General Data Protection Regulation (Regulamento geral sobre a prote��o de dados da Uni�o Europeia), a GDPR, j� vigente na Europa. Fica humanamente imposs�vel seguir os novos par�metros com processos manuais. Nossa plataforma por exemplo, elimina os riscos de contato com os candidatos e mant�m o rastro e permiss�o em massa como requerido. E creio que este n�o � o caminho, n�o devemos buscar nos igualar � tecnologia. H� algo em n�s humanos que � justamente o que nos difere das m�quinas: a habilidade de se abrir para novos conhecimentos e modelos”.
Conforme o CEO da Levee, � preciso usar a tecnologia a nosso favor. “Uma das principais tend�ncias mundiais � o uso de people analytics, que utiliza grande volume de dados com o objetivo de aprimorar a gest�o e a tomada de decis�es em uma organiza��o. Essa � uma forma de fazer gest�o de pessoas e equipes por meio de dados que vem dando muito certo no mundo e tamb�m pode ser aplicada no Brasil. Investir o tempo em estudar os impactos, por exemplo, de produtividade versus o n�mero de filhos e o tipo de treinamento necess�rio na empresa ou os benef�cios na empresa de acordo com o perfil dos colaboradores. A personaliza��o da informa��o j� � uma tend�ncia em v�rias �reas, ou seja, ser assertivo na primeira vez e com base em dados � tamb�m uma grande mudan�a.”H� algo em n�s humanos que � justamente o que nos difere das m�quinas: a habilidade de se abrir para novos conhecimentos e modelos. Podemos e devemos utilizar a tecnologia a nosso favor. A necessidade de reinven��o n�o est� apenas na execu��o dos cargos de trabalho, mas no uso da tecnologia para criar formas de contrata��o mais assertivas e que gerem uma maior capacidade de reten��o
Jacob Rosenbloom, CEO da Levee
Diante desse cen�rio, � justificado o medo da intelig�ncia artificial? Para Jacob Rosenbloom, n�o � preciso tem�-la. “N�o devemos encar�-la como vil�, mas sim como uma aliada. A ci�ncia de dados torna-se cada dia mais acess�vel para n�o especialistas, gerando impactos altamente positivos para economia mundial e, principalmente, para pa�ses que t�m economias em desenvolvimento, como o Brasil. Observamos hoje que grandes gargalos produtivos derivados de problemas com a gest�o de capital humano t�m efeitos profundos em indicadores de neg�cios. Com a retomada da economia e a expectativa de maior turnover entre as camadas operacionais, as grandes empresas come�am a se preparar melhor para encontrar perfis mais assertivos de funcion�rios melhorando a produtividade da empresa.”
Jacob Rosenbloom afirma que a necessidade de reinven��o n�o est� apenas na execu��o dos cargos de trabalho, mas tamb�m no uso da tecnologia para criar formas de contrata��o mais assertivas e que gerem uma maior capacidade de reten��o. “Como fazer isso? Na maioria das vezes, a resposta para esta pergunta est� nos indicadores do pr�prio neg�cio e nas �reas de contrata��es das empresas. Uma tend�ncia � o uso da tecnologia para melhorar a efici�ncia e eliminar processos manuais, burocr�ticos e suscet�veis a um vi�s inconsciente.”
Aposte no conhecimento
Para Jacob Rosenbloom, ainda estamos longe da guerra entre m�quinas e humanos que vemos nos filmes de fic��o cient�fica, e muito provavelmente isso nunca ocorrer�: “� poss�vel criar um cen�rio em que a inova��o seja aliada da for�a de trabalho. Cada vez mais, esta se torna uma perspectiva real. A ci�ncia de dados torna-se a cada dia mais acess�vel para n�o especialistas, gerando impactos altamente positivos para economia mundial e, principalmente, para pa�ses que t�m economias em desenvolvimento, como o Brasil.”