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Estado de Minas Carreira

Ano sab�tico aos 50 anos: como planejar

Profissionais contam como se prepararam e as mudan�as que a experi�ncia trouxe para as suas vidas


22/07/2019 16:04 - atualizado 22/07/2019 16:05

Na carreira, como na vida, as estações mudam e muitos profissionais buscam novos ares(foto: Chris Lawton/Unsplash)
Na carreira, como na vida, as esta��es mudam e muitos profissionais buscam novos ares (foto: Chris Lawton/Unsplash)


Muitas pessoas sonham tirar um per�odo sab�tico para refletir, desacelerar, aprender coisas novas e voltar revigoradas para a sua rotina ou para dar uma grande virada na vida. A maturidade e a maior estabilidade financeira s�o motivos que levam profissionais, ao chegarem aos 50 anos, a buscar essa experi�ncia. Eles buscam resignificar os 50.

"Um ano sab�tico � o plano de muitas pessoas que almejam ter um per�odo para autoconhecimento, um momento para o desafio de lidar com o novo, desfrutar e desconstruir modelos mentais que, muitas vezes, s� pesam, por�m, n�o agregam", afirma a psic�loga cl�nica Sirlene Ferreira.

Para Sirlene Ferreira, "a pessoa sente a necessidade de se permitir um momento de introspec��o, de elaborar algo, ter contato com novas culturas, com pessoas e lugares desconhecidos".

O termo sab�tico tem origem na palavra hebraica shabat, que significa repousar. A psic�loga diz que as pessoas voltam realmente modificadas e empolgadas e que a pausa vale a pena. "Pode ser um excelente momento para, simplesmente, recarregar as energias ou at� mesmo pensar em novos projetos. Por�m, o ano sab�tico requer elabora��o, planejamento, disposi��o e baixa expectativa."


Hist�rias de quem tirou um tempo para si mesmo


Virada profissional

Denise Alves, de 52 anos, executiva de marketing, fez do ano sabático uma oportunidade para recomeçar e empreender (foto: Arquivo Pessoal)
Denise Alves, de 52 anos, executiva de marketing, fez do ano sab�tico uma oportunidade para recome�ar e empreender (foto: Arquivo Pessoal)
Denise Alves, de 52 anos, mora em S�o Paulo, engenheira qu�mica, atuou como executiva em marketing, inova��o e sustentabilidade por mais de 20 anos, casada, sem filhos. "Sa� da universidade e fui direto trabalhar, primeiro na Unilever (7 anos) e, depois, na Natura (14 anos). Achei que j� tinha vivido dentro das paredes e das salas de reuni�es por muito tempo. Precisava respirar outros ares e ter um tempo livre para pensar na vida. Acredito que para nos desenvolver temos que nos colocar em posi��es diferentes, de desconforto, e o sab�tico pode possibilitar isso. Meus anos de estrada me possibilitaram ter uma boa reserva financeira."

Ela conta que tinha 48 anos na �poca e a proximidade dos 50 pesou por um lado. "Tive d�vidas do tipo: ser� que ao voltar vou ter meu emprego ainda ou ser� que vou me adaptar novamente ao mundo executivo? Por outro lado, meus anos de estrada me possibilitaram ter uma boa reserva financeira. O fato de n�o ter filhos tamb�m ajudou.  Meu chefe na �poca � o atual presidente da Natura. Quando da minha avalia��o de desempenho, no come�o de 2014, conversamos, coloquei meu desejo de fazer um sab�tico no ano seguinte, combinamos quais deveriam ser minhas entregas at� l� e acordamos os prazos. A Natura j� tinha uma pol�tica permitindo o per�odo sab�tico de, no m�ximo, dois anos, e v�rios funcion�rios j� haviam sa�do. Portanto, n�o era um 'big deal'."

Financeiramente, lembra Denise Alves, foram suas economias que lhe permitiram sair tranquila. "Fiz todos os c�lculos de quanto gastaria em dois anos. Fui com minha esposa para Londres, morei l� um ano, estudei ingl�s, depois viajei pela Europa. Compramos duas bicicletas dobr�veis e, por todas as cidades, and�vamos s� de bike. Fomos aos pa�ses escandinavos, depois um m�s na Isl�ndia, de l� para o Sul da Fran�a, onde aluguei uma casa por um m�s e percorremos a regi�o de carro."

Sab�tico, enfatiza Denise, � para ser e n�o s� fazer. "Na volta, mudou tudo na minha vida. Sa� da empresa onde trabalhava e montei minha pr�pria consultoria em sustentabilidade. Valeu muito a pena. Acho que � superimportante dar 'rebooting na m�quina' de tempos em tempos. Quem tem mais de 50, hoje em dia, passou por tantas mudan�as que, hoje, est� superescolado. A mudan�a me faz correr atr�s, me faz ficar esperta, me faz crescer."  

Por uma causa

"Hoje sou uma cidad� do mundo, tenho amigos em todos os lugares", destaca Silvana Andrade, de 55 anos (foto: Arquivo Pessoal)


Silvana Andrade, de 55 anos, mora em S�o Paulo, fundadora e presidente da Ag�ncia de Not�cias de Direitos Animais (ANDA ), divorciada, sem filhos. "O per�odo que tirei n�o foi programado, ele ocorreu por conta da morte da minha cachorrinha, Nina, que inspirou a cria��o da ANDA. Quando Nina morreu, senti uma tristeza profunda e percebi que precisava fazer algo. Tr�s semanas depois, comprei um interc�mbio, havia completado 50 anos em fevereiro e, em mar�o, deixei a ag�ncia aos cuidados de outras pessoas e fui para o Canad� para aprender ingl�s."

Para isso, conta Silvana, ela vendeu carro e alguns bens para se sustentar por l�, o curso j� estava pago. "Minha inten��o era fazer coisas diferentes para quebrar a dor que sentia. Mudou minha vida completamente, depois de vivenciar tudo o que vivenciei. Fiquei mais tempo do que imaginava. Ia para passar seis meses e fiquei tr�s anos, s� voltava em dezembro para c�. Ou seja, passava os meses que l� s�o mais frios aqui e depois voltava."

Silvana conta que descansou, mas continuou o ativismo pelos animais. "Hoje, sou uma cidad� do mundo, tenho amigos em todos os lugares, fiz palestras l� e nos EUA, e essa mudan�a ampliou muito minhas perspectivas e meu trabalho dentro da causa animal. Eu me sinto renovada e muito jovem aos 55 anos. Acho que � importante, em algum momento da vida, parar, refletir e ver o que se pode mudar. � recompensador."
 
Uma nova miss�o

M�rcia Olandim Spinola, de 54 anos, mora em Belo Horizonte, foi professora e hoje � mission�ria da Mocidade para Cristo (MPC), divorciada, tr�s filhos. "Sempre gostei de fazer coisas diferentes e passava por um div�rcio conturbado. Resolvi dar uma parada quando fiz 48. Eu me preparei primeiro lendo e estudando. Era coordenadora em uma escola, com tr�s filhos adultos. Pedi demiss�o e me preparei financeiramente."

Conforme M�rcia, ela foi para Naples, na Fl�rida, Estados Unidos. "Pesquisei sobre a cidade, cultura e tal. Minha inten��o era sair do pa�s, fazer algo novo, conhecer gente e ter um tempo livre para servir �s pessoas. Trabalhei em uma revista de neg�cios, fui organizer na casa de uma acumuladora, morei na casa de uma colombiana e estudei ingl�s. Mudou tudo na minha vida, tomei gosto em servir as pessoas. Voltei e me tornei mission�ria. Falo do amor de Deus por meio de Jesus. Fa�o capelania escolar, servimos professores, alunos, fam�lias. Levo projetos sociais, aconselhamento, conto hist�rias com valores para crian�as."

M�rcia garante que valeu muito a pena. "Tenho vontade de fazer de novo. Recomendo, mas precisa pesquisar, n�o tomar decis�o na emo��o, e se planejar, pois voc� fica longe da fam�lia, da zona de conforto."



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