
H� um ano o mundo passou a viver uma realidade dif�cil de se adaptar, principalmente quando falamos de um planeta com mais de 7,5 bilh�es de pessoas: o isolamento social. Se a pandemia mexeu com os cen�rios pol�tico e econ�mico, o impacto n�o foi menor na sa�de mental da popula��o, mesmo de trabalhadores que mantiveram seus empregos e ainda conseguiram fazer home office.
O que poderia ser o “mundo dos sonhos”, que � estar trabalhando e dentro de casa, protegido do novo coronav�rus, trouxe � tona a sensa��o de culpa de ficar doente no home office. O medo de pedir um dia de licen�a para cuidar da sa�de deu origem a um p�nico chamado “presente�smo na doen�a”, que se refere aos colaboradores que continuam dando duro mesmo quando est�o doentes.
Isso acontece porque eles t�m medo de que seus chefes desconfiem da veracidade da doen�a ou que ao ficar alguns dias longe de suas tarefas, seus superiores cheguem � conclus�o que eles n�o s�o t�o essenciais para a empresa. E da� vem o medo de perder o emprego em plena pandemia.
Esses dados podem dar ind�cios sobre o crescimento do Burnout e outras doen�as psicol�gicas relacionadas ao trabalho remoto.
Esses dados podem dar ind�cios sobre o crescimento do Burnout e outras doen�as psicol�gicas relacionadas ao trabalho remoto.
“A desconfian�a perpassa por ambos os envolvidos. Os chefes, que t�m uma desconfian�a natural sobre a performance de seus funcion�rios e tamb�m dos colaboradores, que em um momento de instabilidade econ�mica se sujeitam ao excesso a fim de fazer mais que o habitual, mesmo doentes, para se manterem valorizados e garantirem o seu emprego”, afirma Giovani Lucena, psic�logo do PsicoManager, plataforma de gest�o de cl�nicas e consult�rios de psicologia.
� importante destrinchar o que est� oculto por tr�s da ansiedade e do medo. De acordo com a terapia cognitiva, todos n�s temos um sistema de cren�as, uma somat�ria de morais, filosofias, traumas e experi�ncias que nos fazem pensar de forma �nica e cristalizada, que contemplam a origem de nosso sofrimento.
As principais cren�as s�o o desamparo - o pensamento de que nunca est� seguro, sempre vulner�vel, e a cren�a de desvalor - a de que eu nunca me sinto competente nas minhas atividades.
As principais cren�as s�o o desamparo - o pensamento de que nunca est� seguro, sempre vulner�vel, e a cren�a de desvalor - a de que eu nunca me sinto competente nas minhas atividades.
“Neste caso, a transpar�ncia sobre como a diretoria enxerga o desempenho do funcion�rio � fundamental para diminuir significativa parte do sofrimento dele, especialmente se ele precisar se ausentar por motivos de uma patologia. Os elogios devem ser um h�bito frequente, pois sabendo que os colaboradores passam por momentos de instabilidade emocional, elogios sinceros, relacionados ao trabalho, t�m o poder de apontar que eles est�o percorrendo pelo caminho de sucesso e estabilidade profissional”, diz Lucena.
O QUE � PRIORIDADE E O QUE � URGENTE
Em tempos de trabalho remoto, o caminho mais assertivo para chegar ao equil�brio e manter a sa�de f�sica e mental � definir o que � prioridade e o que � urgente. Nem tudo que � urgente �, necessariamente, uma prioridade. O funcion�rio deve ter uma compreens�o do que ele precisa concluir naquele momento ou se � algo que pode ser resolvido durante a semana, por exemplo.
“A mistura sobre estes conceitos torna tudo como uma obriga��o imediata, o que faz o colaborador n�o considerar que certos objetivos podem ser realizados depois, gerando a consequ�ncia dele extrapolar o seu hor�rio de trabalho”, diz Lucena.
“A mistura sobre estes conceitos torna tudo como uma obriga��o imediata, o que faz o colaborador n�o considerar que certos objetivos podem ser realizados depois, gerando a consequ�ncia dele extrapolar o seu hor�rio de trabalho”, diz Lucena.
Tamb�m � poss�vel buscar a valida��o com os chefes, para saber se eles consideram que algo deve ser melhorado na performance do colaborador, caso eles por conta pr�pria n�o ofere�am feedbacks.
“Uma boa comunica��o, aberta e sincera, � um �timo caminho para conter as ansiedades dos colaboradores e, ao mesmo tempo, manter os chefes informados de suas atividades. Tamb�m a rela��o de confian�a far� com o chefe n�o desconfie do seu funcion�rio caso ele fique doente e precise de uns dias de licen�a para se cuidar”, finaliza Lucena.
“Uma boa comunica��o, aberta e sincera, � um �timo caminho para conter as ansiedades dos colaboradores e, ao mesmo tempo, manter os chefes informados de suas atividades. Tamb�m a rela��o de confian�a far� com o chefe n�o desconfie do seu funcion�rio caso ele fique doente e precise de uns dias de licen�a para se cuidar”, finaliza Lucena.