Os 10 h�bitos que costumam travar a carreira profissional

Em uma economia que vem enfrentando nos �ltimos anos tantos revezes, conseguir um emprego tornou-se quase artigo de luxo. Mas a vida de quem j� desempenha um cargo em uma empresa tamb�m n�o � das mais f�ceis.

Al�m das constantes mudan�as na profiss�o aceleradas pelas inova��es tecnol�gicas, que impelem o profissional a estar sempre atualizado, existem algumas situa��es inerentes � conviv�ncia no ambiente corporativo que precisam ser manejadas com extrema arg�cia, para que consiga se manter na posi��o que ocupa e galgar postos cada vez melhores.

O executivo de vendas do Facebook, mentor de carreiras e escritor Luciano Santos est� ciente dessa dificuldade, tanto que escreveu o livro “Seja ego�sta com sua carreira - descubra como colocar voc� em primeiro lugar em sua jornada profissional e alcance seus objetivos pessoais”, publicado recentemente, pela Editora Gente.

Na obra, o autor conta um pouco de sua experi�ncia profissional e de sua atua��o como mentor de carreiras, para mostrar ao leitor o que pode impedi-lo de se tornar um profissional bem-sucedido, indicando caminhos de como escapar de situa��es que podem ocasionar estagna��o profissional.

S�o in�meros casos, mas abaixo Santos indica 10 h�bitos que costumam travar a carreira de qualquer um. "Compilei os 10 comportamentos nocivos mais populares, oferecendo conselhos para que o profissional a consiga lidar com eles", diz.

Santos enfatiza que mentir, no mundo corporativo, � o caminho mais f�cil para destruir reputa��es. Seja para conseguir uma vaga, acrescentando uma experi�ncia profissional inexistente no curr�culo, seja no escrit�rio, inventando hist�rias para os chefes a fim de, por exemplo, justificar um atraso ou a sa�da mais cedo do trabalho.

D�cadas de experi�ncia deram a ele a certeza de que a mentira fatalmente ser� descoberta, o que pode decretar o fim de sua carreira na �rea. “N�o minta no seu curr�culo, n�o minta em uma entrevista e n�o minta no ambiente de trabalho. Mentira n�o apenas tem perna curta como tem carreira curta tamb�m”, afirma.

Mudan�as na rotina da empresa n�o devem ser enfrentadas com resist�ncia, segundo o mentor de carreiras. Isto porque o ambiente externo costuma ser mais forte que o indiv�duo. “N�o � o mundo que tem que mudar, � voc�”, diz. O executivo de vendas argumenta que mudan�as e reorganiza��es acontecem quando menos se espera ou deseja e nesses casos � preciso analisar a situa��o e decidir se voc� quer participar do novo jogo ou se deve procurar outro.

“A op��o � ficar amaldi�oando as circunst�ncias e reclamando de for�as que, na maioria das vezes, n�o se pode controlar. Vejo isso como um desperd�cio enorme de tempo e energia. N�o brigue com a realidade, porque voc� sempre ir� perder. Ache outra da qual fazer parte”, aconselha.

"Feedbacks s�o fundamentais em qualquer ambiente corporativo; eles nos fazem enxergar pontos cegos, mapear �reas em que precisamos melhorar e entender como profissionais que est�o ao nosso redor veem nosso trabalho”, afirma Santos. Normalmente, as pessoas n�o gostam de dar e receber feedbacks, por in�meras raz�es, como receio de ser criticado, medo de ofender ou at� mesmo por nunca terem sido treinadas para tal.

O mentor de carreira sugere que a pessoa sempre agrade�a quando receber feedback, enfatizando a coragem de seu interlocutor de se expor dessa forma. “N�o reaja negativamente, n�o rebata e n�o fa�a cara feia. Se fizer isso, a probabilidade de receber outro feedback dessa pessoa cair� bastante. Para dar feedbacks, Santos afirma que � preciso certa dose de coragem para sair do lugar quentinho em que n�o se d� feedback e come�ar a praticar. “Ser� desafiador no come�o, mas � necess�rio. Certamente algu�m se ofender�, mas � para o pr�prio bem da pessoa”, comenta.

Ao trocar de emprego, Luciano sugere que o profissional nunca aja como se n�o houvesse amanh�, ou seja, n�o deixe nenhum colega ou chefe sem aux�lio e seja t�o profissional nos �ltimos dias quando foi no primeiro. Isto porque esse antigo colega de trabalho pode ser importante para a sua trajet�ria, ao passar suas refer�ncias para o novo empregador. “A mudan�a de emprego n�o � o fim do jogo, � apenas a continua��o do mesmo em uma fase diferente”, diz.

Ao tecer cr�ticas e emitir julgamentos sobre algu�m se certifique de que esta opini�o est� abalizada pela experi�ncia pr�pria ou se vem na esteira do burburinho. Conforme o mentor de carreiras, n�o faz muito sentido jugar as pessoas ao redor baseado na opini�o dos outros. “Falaram que seu chefe � ruim. Ser� que � mesmo? Reflita antes de sair dizendo que � mesmo”, orienta. Para Santos, importar a implic�ncia dos outros pode entortar relacionamentos que parecem bem saud�veis e fazer com que as pessoas travem pouco contato com bons profissionais.

“Se algo lhe foi confiado com o pedido de segredo, ainda mais algo t�o positivo para voc�, por exemplo uma promo��o, n�o compartilhe com outros colegas. � da natureza das pessoas fofocarem e quererem ser as primeiras a contar aquela novidade para os demais”, recomenda o mentor de carreiras. De acordo com Santos, as chances de o segredo chegar nos ouvidos de quem te confiou o segredo (ger�ncia, colegas ou qualquer outra pessoa) s�o grandes e quando isso acontecer sua confian�a ficar� abalada.

Conforme Santos, ser experiente e vivido e ter autoconfian�a n�o significam que suas decis�es ser�o sempre as melhores, as mais acertadas. � preciso se cercar de uma boa equipe e ter a humildade de aceitar opini�es diferentes. “Ter um time forte ao seu redor, alimentando-o com novas perspectivas, � uma estrat�gia eficiente para melhorar sua tomada de decis�o”, afirma.

Contudo, o mentor de carreiras alerta para que o l�der n�o caia na armadilha de pedir opini�es, feedbacks e novos pontos de vista apenas para quem concorda com ele. “N�o estarmos abertos a novas perspectivas, acharmos que sabemos tudo, apenas consultar pessoas com opini�es semelhantes � nossa nos coloca em um ponto cego que pode passar a impress�o de que somos teimosos, parciais e inflex�veis. � essa imagem que quer para seu eu profissional?” questiona.

Segundo o mentor de carreiras, os profissionais precisam estar conscientes de que o que funciona para alguns n�o necessariamente ir� funcionar para eles. “Isso vale para estrat�gias cujo objetivo � aumentar a produtividade, para promo��es, para conseguir uma vaga em determinada empresa, para o tempo que se leva para se formar e tantas outras coisas”, diz.

Assim, Santos afirma que n�o vale a pena ficar se comparando com os demais, pois cada um tem seu tempo, seu ritmo e sua maneira de chegar l�. “Claro, podemos aprender com outras pessoas, precisamos nos esfor�ar e ter foco, mas n�o ao custo de nossa sa�de e sanidade, buscando fazer algo apenas porque outros tamb�m fizeram. Sucesso equilibrado � o que importa”, enfatiza. 

Para o executivo de vendas, independentemente do caminho que o profissional seguir ou a decis�o que tomar, sempre haver� algu�m (familiar, amigo, colega, chefe) que emitir� julgamentos a respeito de sua a��o. Os motivos podem ser genu�nos e as preocupa��es reais, mas as cr�ticas sempre vir�o.

“E j� que seremos julgados e considerados 'culpados' de qualquer maneira, que pelo menos nos julguem por falar o que acreditamos, fazer o que amamos e leva a vida que queremos”, afirma. Santos pondera que isso n�o significa que conselhos e sugest�es n�o devem ser levados em considera��o; alguns podem ser �teis para a trajet�ria.

“Mas conselhos n�o s�o verdades absolutas e precisam ser passados pelo filtro interno para que a melhor decis�o para vida seja tomada. No fundo, apenas n�s mesmos sabemos o que � melhor para n�s”, afirma.

A tomada de decis�o � inerente � vida adulta e n�o h� como se esquivar disso. Postergar resolu��es pode significar demorar mais tempo para alcan�ar o sucesso profissional. Conforme Santos, j� que decidir � algo inevit�vel, � preciso saber lidar com isso da melhor maneira poss�vel.

Entre os conselhos dados pelo mentor de carreira para que os profissionais se tornem mais aptos a tomar decis�es dif�ceis, est�o: listar os pr�s e os contras de uma decis�o em uma folha de papel; conversar com um amigo, sempre convicto de que a decis�o s� cabe a si pr�prio; e ter um mentor.