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Estado de Minas EMPREGO E TRABALHO

Por que as pessoas n�o conseguem deixar empregos que odeiam

Presos em empregos dos quais n�o gostam - ou com sal�rios que n�o os satisfazem -muitos trabalhadores ficam desmotivados e acabam aderindo � "demiss�o silenciosa": quando decidem fazer o m�nimo poss�vel.


03/09/2023 21:07 - atualizado 04/09/2023 11:30
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Mulher branca segura a cabeça e tem cara de frustração em frente a homens brancos em local de trabalho
A desmotiva��o dos trabalhadores afeta a produtividade da empresa (foto: Getty Images)

Presos em empregos dos quais n�o gostam - ou com sal�rios que n�o os satisfazem -muitos trabalhadores ficam desmotivados e acabam aderindo � "demiss�o silenciosa": quando decidem fazer o m�nimo poss�vel.

As taxas de demiss�o volunt�ria est�o diminuindo. Nos EUA, normalizaram-se para n�veis pr�-pand�micos – aparentemente pondo fim a um momento em que diversos trabalhadores estavam deixando seus empregos. As contrata��es tamb�m esfriaram. No Reino Unido, o n�mero de vagas de emprego caiu trimestralmente no ano passado.

Especialistas dizem que alguns trabalhadores est�o felizes em permanecer em seus empregos: muitos encontraram novos cargos ap�s repensarem suas carreiras. Mas nem todos os trabalhadores ficam nas vagas em que est�o por vontade pr�pria. Alguns ainda querem pedir demiss�o, mas com desacelera��o nas contrata��es e incertezas sobre a economia, eles podem ficar presos em empregos dos quais n�o gostam num futuro pr�ximo.

Quando o mercado est� aquecido, os trabalhadores insatisfeitos podem mais facilmente mudar de emprego ou mudar de setor para encontrar fun��es das quais gostem mais.

“Quando as pessoas sentem que n�o est�o num emprego inspirador e v�em oportunidades em outros lugares, � prov�vel que procurem satisfazer as suas necessidades profissionais em outra empresa”, afirma Jim Harter, pesquisador de gest�o e bem-estar no local de trabalho da consultoria americana Gallup.

Sem perspectiva de serem contratadas em outros locais, no entanto, as pessoas na maioria das vezes n�o tem condi��es de pedir demiss�o – ent�o, em vez disso, “demitem-se silenciosamente”, ou seja, come�am a fazer o m�nimo poss�vel. De acordo com dados da Gallup de junho de 2023, 59% dos 122.416 trabalhadores globais entrevistados dizem que n�o est�o engajados no trabalho.

Existem muitas raz�es para os trabalhadores estarem desmotivados neste momento, dizem os especialistas.

Por um lado, o custo de vida e a estagna��o do crescimento salarial significaram que mais funcion�rios est�o insatisfeitos com os seus sal�rios.

“O sal�rio costuma ser o principal motivo para algu�m se sentir insatisfeito com seu trabalho atual – voc� est� trabalhando duro, mas seu sal�rio n�o est� aumentando”, explica Nela Richardson, economista chefe da empresa de RH ADP, em Nova York, nos EUA.

Uma grande parte dos trabalhadores tamb�m est� presa em empregos com os quais n�o se importam. O fato de quererem uma nova fun��o, mas n�o conseguirem, faz com que se sintam frustrados, presos e sem ag�ncia. Assim, sem mobilidade no mercado de trabalho, "[eles] ficam no emprego simplesmente por falta de escolha, e n�o porque se sentem realizados e motivados pelo seu papel", afirma Ngaire Moyes, gerente do LinkedIn no Reino Unido.

� aqui que entra a demiss�o silenciosa. “A maioria das pessoas ‘se demite’ silenciosamente devido � natureza de seu trabalho”, diz Harter. “Fazem o m�nimo porque n�o se sentem inspiradas e n�o sentem que t�m a oportunidade de fazer o que fazem melhor.”


Mulher amarela em frente a um laptop conversa com alguém quer está de costas
As empresas precisam se esfor�ar para engajar os trabalhadores (foto: Getty Images)

Consequ�ncias da 'demiss�o silenciosa'

Para o funcion�rio, ficar preso a um trabalho do qual n�o gosta �, na melhor das hip�teses, desagrad�vel e, na pior, prejudicial. E desistir silenciosamente n�o ajuda. “� um comportamento que pode levar a n�veis mais baixos de bem-estar ao longo do tempo”, diz Harter. “Na pr�tica, entrar em um casulo e fazer o m�nimo durante a maior parte do tempo pode ter um impacto negativo na sa�de mental. E n�o � uma forma de construir uma carreira de sucesso.”

A postura de muitas empresas tamb�m agrava o problema.

Harter diz que a falta de investimento de uma empresa nos seus trabalhadores muitas vezes leva � "demiss�o silenciosa". “Alguns empregadores podem agora pensar que t�m maior controle quando os trabalhadores t�m menos oportunidades em outros locais. E por isso os empregadores n�o se esfor�am tanto para inspirar as suas equipes”, diz ele.

No entanto, a quest�o � um grande problema para as empresas, uma vez que a desmotiva��o dos trabalhadores gera perda de produtividade. Os especialistas dizem que as pr�prias companhias deveriam ter interesse em engajar seus trabalhadores.

Se elas n�o melhorarem as condi��es para os funcion�rios, um n�mero crescente dos seus empregados vai come�ar a fazer o m�nimo necess�rio at� que consigam mudar de empresa.

Uma pe�a desse quebra-cabe�a, diz Richardson, � garantir que os trabalhadores se sintam apoiados e priorizados, que haja aten��o para sua sa�de mental e qualidade de vida.

“Quando h� falta de m�o de obra, muitos empregadores fazem mais para manter os seus trabalhadores, oferecendo maior flexibilidade. Mas, � medida que a falta de m�o de obra diminui, algumas organiza��es podem recuar nessas ofertas e benef�cios",diz ela.

Em tempos de tens�o econ�mica, como quando h� infla��o e aumento do custo de vida, os empregadores tamb�m t�m o dever de reconhecer as circunst�ncias dos trabalhadores, diz Harter.

Ele cita n�meros da Gallup que indicam que o engajamento tamb�m � afetado por crises fora do local de trabalho. “Em tempos dif�ceis, construir a cultura organizacional certa � ainda mais crucial para ampliar o esfor�o dos funcion�rios”, acrescenta.

A realidade para a maioria dos trabalhadores � que eles poder�o ter de permanecer nas suas fun��es atuais, gostem ou n�o. E, a menos que as empresas fa�am mais para engajar os funcion�rios insatisfeitos, muitas pessoas v�o optar pela “demiss�o silenciosa” e fazer o m�nimo poss�vel.


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