
Mais pessoas envolvidas no caso Bruno podem estar com os dias contatos, alerta o assistente de acusa��o no processo, Jos� Arteiro Cavalcante Lima. “N�o tenho d�vidas de que o assassinato de S�rgio Rosa Sales foi mesmo queima de arquivo. Eles come�aram a opera��o limpeza”, afirmou o advogado criminalista contratado pela m�e de Eliza Samudio, S�nia de F�tima Moura. Segundo ele, S�rgio pode ser o segundo de uma lista de pessoas marcadas para morrer. “S�sia da dona S�nia foi esfaqueada e morta em Campo Grande e h� suspeita de que o alvo era ela”, afirmou.
Jos� Arteiro diz n�o entender o motivo que levou o policial civil Jos� Lauriano de Assis Filho, o Zez�, a n�o ser preso na �poca das investiga��es. “Foi ele quem apresentou Bola, o matador, para Macarr�o. No dia da morte de Eliza, Zez� telefonou 23 vezes para Macarr�o. Logo depois que Eliza morreu, Zez� tratou logo de sair da pol�cia e pediu aposentadoria”, acrescentou. Segundo ele, o policial tamb�m manteve contatos com o goleiro Bruno. “N�o entendo porqu� a pol�cia n�o indiciou o Zez� e tamb�m n�o consigo entender o fato de o Minist�rio P�blico n�o t�-lo denunciado. O promotor tinha a obriga��o de apurar o envolvimento dele no crime, de pedir dilig�ncias � pol�cia. O Zez� � t�o perigoso quanto os outros que est�o presos”, disse Jos� Arteiro.
De acordo com Jos� Arteiro, al�m de colegas na Pol�cia Civil, Zez� e Bola eram amigos h� muitos anos. “Zez� foi o intermedi�rio, apresentou o matador para Macarr�o. O S�rgio chegou a entregar o Bruno para a pol�cia no seu primeiro depoimento, onde ele diz que falou para o Bruno que ele n�o deveria ter feito aquilo (matar Eliza), mas que o Bruno teria dito que j� estava feito e que n�o tinha mais nada o que conversar”, conta o advogado.
Ainda de acordo com Jos� Arteiro, quando Eliza foi entregue a Bola pr�ximo ao Mineir�o, para que fosse levada para a casa dele em Vespasiano, onde foi morta, o ex-policial estava acompanhado de um homem negro, que, na sua opini�o, era o Zez�. “A pol�cia sabe que havia um homem negro envolvido nessa hist�ria. O menor estava junto e falou isso para a pol�cia. Todo mundo sabe que o homem negro era o Zez�”, afirmou Arteiro.
A Pol�cia Civil informou que Zez� realmente se encontrou duas vezes com Bola no dia do crime, mas que n�o houve provas do envolvimento dele na morte de Eliza e nem na oculta��o do corpo. A Pol�cia Civil confirmou que Zez� e Macarr�o conversaram 23 vezes por telefone em seis horas no dia em que Eliza e o beb� foram trazidos do Rio para Minas, em 4 de junho de 2010.

Para o advogado Zanone Manoel Oliveira Junior, que representa o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, a morte de S�rgio n�o interfere na defesa do acusado de assassinar e ocultar o corpo de Eliza Samudio. Zanone lembra que, na audi�ncia no Tribunal do J�ri de Contagem, S�rgio n�o reconheceu Marcos Aparecido. “Ele disse em ju�zo que tudo o que falou aos policiais ouviu do menor. Pedi que ele apontasse o Marcos de quem falavam e S�rgio afirmou que n�o era meu cliente. N�o foi por medo, at� porque ele era r�u e estava com advogados, na frente de todo mundo. N�o acho que tenha sido queima de arquivo e isso n�o vai causar nenhum efeito negativo na minha defesa.”
O advogado Rui Pimenta, defensor do goleiro Bruno, afirmou que o assassinato de S�rgio � um caso isolado e n�o tem nada a ver com o processo envolvendo seu cliente. “H� depoimentos de moradores do bairro de que S�rgio estava envolvido com a mulher de um sujeito perigoso da regi�o”, disse Pimenta. A assessoria de imprensa do Minist�rio P�blico informou que o promotor que assumiu o processo da morte de Eliza Samudio, Henri Wagner Vasconcelos de Castro, participava de um j�ri at� a noite de ontem e n�o poderia se manifestar sobre o assassinato de S�rgio.
A ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, prefere n�o comentar a morte de S�rgio. Se foi vingan�a ou queima de arquivo, segundo ela, a pol�cia deve investigar quem sairia prejudicado com ele vivo. “Rezo a ora��o dos s�bios. N�o sei direito o que aconteceu”, disse. Dayanne conta que na manh� de ontem recebeu um telefonema da irm� de S�rgio, C�lia, falando do crime. “N�o sei se S�rgio vinha sendo amea�ado ou se tinha brigado com algu�m. Falo mais com a irm� dele e n�o tenho muito contato com a sua fam�lia. Nem a fam�lia sabe o que aconteceu”, disse Dayanne. A filha mais velha dela com o goleiro Bruno, de 6 anos, ficou sabendo do crime pelo r�dio. “Ela chegou para mim chorando, querendo saber o que tinha acontecido com o tio S�rgio dela. Ela gostava muito dele e eu n�o tive como esconder nada”, disse Dayanne.