Mais uma reviravolta no caso Eliza Samudio, desta vez protagonizada por Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro Bruno Fernandes. Depois de cumprir medida socioeducativa por dois anos e dois meses, ingressar no Programa de Prote��o � Testemunha e deixar a prote��o oficial, Jorge, que na �poca da morte de Eliza era menor, quebrou o sil�ncio e,em entrevista cheia de contradi��es, concedida ontem ao programa Fant�stico, apontou Luiz Henrique Ferreira Rom�o,o Macarr�o, como mandante do crime, mas n�o conseguiu livrar o ex-capit�o do Flamengo da suspeita de ter articulado o assassinato de Eliza.
O resultado de tantas controv�rsias � que defesa e acusa��o querem que Jorge, dispensado do banco de testemunhas no julgamento de Macarr�o, em novembro, seja convocado para depor no tribunal de j�ri de Bruno, marcado para4demar�o,em Contagem. O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro acredita que, diante dos jurados, Jorge poder�, enfim, contar toda a verdade sobre a morte da ex-amante de Bruno.
J� o defensor do goleiro, o advogado L�cio Adolfo da Silva, v� nas declara��es do rapaz a chance de provar a inoc�ncia de seu cliente. Foi a primeira vez que o primo de Bruno, hoje com 19 anos, mostrou seu rosto na televis�o. Nervoso e reticente, Jorge respondeu �s perguntas procurando incriminar Macarr�o, chegando a dizer que o bra�o direito de Bruno queria matar a dentista Ingrid Calheiros, na �poca uma das namoradas e hoje mulher do goleiro.
Quanto aos dias que antecederam a morte da ex-amante do atleta, per�odo em que ela ficou no s�tio de Bruno, em Esmeraldas, Jorge, na primeira parte da entrevista, apontou Macarr�o como o articulador e mandante do assassinato, dizendo que Bruno foi pego de surpresa e n�o sabia de nada.
Essa vers�o foi mantida quando Jorge narrou detalhes da noite em que Eliza foi morta,o que ocorreu em 10 de junho de 2010. Ele disse que a mulher foi colocada em um carro junto com o filho Bruninho, Macarr�o e ele, com a desculpa de que seria levada para um hotel e receberia R$30 mil. Guiados por um motociclista, que Jorge n�o identificou, mas que a pol�cia suspeita ser o ex-policial Jos� Lauriano de Assis, o Zez�, Macarr�o levou o carro at� uma casa, onde Eliza entrou com o filho e foi assassinada.
Neste ponto, a vers�o do menor contradiz totalmente o que Macarr�o declarou em seu julgamento,em novembro. Na ocasi�o,o amigo e confidente de Bruno afirmou ter levado at� um homem, na Regi�o da Pampulha. Esse desconhecido desceu de um carro preto e fez Eliza embarcar no ve�culo. Depois disso, a m�e de Bruninho n�o foi mais vista. Jorge tamb�m alterou o que ele mesmo disse � Justi�a,em 2010,quando revelou os primeiros detalhes do caso.
Na entrevista de ontem, ele negou ter visto um homem estrangular Eliza. Na nova vers�o, Jorge disse que Macarr�o entrou com Eliza e Bruninho numa casa e depois de 30 ou 40 minutos, s� Macarr�o saiu. J� no carro, Macarr�o lhe contou que Eliza havia sido estrangulada pelo desconhecido e que, depois de morta, teria sido chutada pelo pr�prio Macarr�o. Quanto a Bruninho, Jorge afirmou que a crian�a s� n�o foi assassinada porque o executor de Eliza se recusou a praticar o crime.
MEDO E DEFESA
Jorge negou conhecer o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos,o Bola, que ele mesmo apontou como o assassino de Eliza. “Bola, que Bola?”, chegou a perguntar � rep�rter, demonstrando todo o medo que sente do ex-policial. Tamb�m procurou defender Bruno, dizendo que o goleiro n�o sabia de nada e teria ficado desesperado quando Macarr�o lhe contou como havia se livra do de Eliza. Depois, quando a entrevista j� havia sido encerrada, Jorge voltou atr�s e pediu para responder de novo a algumas perguntas. E em suas respostas n�o foi t�o enf�tico na defesa que fez do primo. Ele afirmou que o primo n�o mandou matar, mas sabia que isso aconteceria. “N�o tinha como n�o desconfiar. Estava debaixo do nariz dele. Como Macarr�o do jeito que gostava tanto dele, fazia qualquer coisa por ele, n�o desconfiar daquilo ali?N�o mandou matar, mas...”