
Em 28 de fevereiro, Bruno assinou contrato de cinco anos com o Montes Claros Futebol Clube, equipe que disputa o M�dulo II do Campeonato Mineiro. O ex-jogador foi condenado a 22 anos e tr�s meses de pris�o pelo assassinato da ex-amante Eliza Samudio, em 2010. O contrato foi levado pelo advogado do goleiro � Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, onde ele cumpre a pena.
“Estamos fazendo tudo dentro da legalidade. Primeiro queremos a transfer�ncia de Bruno para a unidade prisional de Montes Claros. Em seguida, vamos discutir na Justi�a como se dar�o as circunst�ncias para que ele exer�a sua profiss�o, o que inclui participa��o nos treinos”, afirmou o advogado Francisco Simin. O defensor disse ainda que n�o se sente intimidado pela resist�ncia de grupos feministas. “Se s�o 10 mulheres que n�o querem, h� muitas outras que querem v�-lo jogando. � um direito dele � ressocializa��o.”
Dias depois que o ex-goleiro assinou o contrato com o Montes Claros, time chamado na regi�o de “o Bicho”, surgiram protestos na internet, que ganharam as ruas da cidades com os impressos colados em paredes de lojas, tapumes e postes, com frases como “As mulheres dizem n�o a Bruno no Moc�o!” Os cartazes s�o assinados pelo movimento Mulheres do Projeto Popular, que faz parte da organiza��o nacional Levante Popular da Juventude.
Em manifesto no blog da organiza��o, o assassinato de Eliza Samudio � apontado como um crime brutal. O documento lembra que o corpo dela n�o foi encontrado e que Bruno n�o tem direito a regime semiaberto at� 2018. “Em meio aos dados alarmantes sobre a viol�ncia contra a mulher no Brasil, a morte de Eliza Samudio poderia ter sido apenas mais uma. N�o foi. O seu nome, a sua hist�ria e a sua tr�gica morte ganharam contornos de not�cia nacional, principalmente pela profiss�o midi�tica do seu assassino. As mulheres do Levante Popular da Juventude de Montes Claros realizaram ent�o uma a��o de rep�dio e den�ncia”, destaca o manifesto.
O Tribunal de Justi�a confirma que somente depois de 2018 o goleiro ter� direito ao regime semiaberto, quando poder� sair para trabalhar. Os advogados de Bruno alegam que a Lei de Execu��es Penais possibilita a sa�da para o trabalho, mesmo de detentos do regime fechado, sendo necess�ria escolta. Por�m, a legisla��o prev� que nesse caso a sa�da seja permitida somente para atividades em obras p�blicas.
Em 14 de mar�o, o juiz da Vara de Execu��es Penais de Montes Claros, Francisco Lacerda de Figueiredo, se manifestou contrariamente � possibilidade de transfer�ncia do goleiro para a cidade. O magistrado alegou que o pres�dio regional n�o tem como receber o detento, devido � superlota��o. O juiz da Vara de Execu��es Penais de Contagem, Wagner Cavalieri, havia encaminhado of�cio ao colega de Montes Claros, sondando-o sobre a capacidade da unidade prisional de Montes Claros para receber o ex-atleta.