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Estado de Minas

Movimento feminista repudia poss�vel chegada do goleiro Bruno a Montes Claros

Advogados do ex-atleta v�o recorrer � Subsecretaria de Administra��o Prisional (Suapi) para tentar transfer�ncia


postado em 15/04/2014 06:00 / atualizado em 15/04/2014 07:30

Cartazes em Montes Claros rejeitam contratação de Bruno(foto: Marina Alves/EM/DA Press)
Cartazes em Montes Claros rejeitam contrata��o de Bruno (foto: Marina Alves/EM/DA Press)
Advogados do goleiro Bruno Fernandes de Souza, de 29 anos, v�o recorrer hoje � Subsecretaria de Administra��o Prisional (Suapi) em mais uma tentativa de transferi-lo para Montes Claros, no Norte de Minas. A possibilidade de o ex-atleta ser transferido para a cidade tem sido alvo de manifesta��es de grupos feministas. Cartazes de protesto foram espalhados em ruas e avenidas da �rea central. “Se mata, bate e oprime, n�o joga no nosso time!”, diz um dos impressos, colado na parede de uma loja na Avenida Doutor Veloso, no Centro.

Em 28 de fevereiro, Bruno assinou contrato de cinco anos com o Montes Claros Futebol Clube, equipe que disputa o M�dulo II do Campeonato Mineiro. O ex-jogador foi condenado a 22 anos e tr�s meses de pris�o pelo assassinato da ex-amante Eliza Samudio, em 2010. O contrato foi levado pelo advogado do goleiro � Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, onde ele cumpre a pena.

“Estamos fazendo tudo dentro da legalidade. Primeiro queremos a transfer�ncia de Bruno para a unidade prisional de Montes Claros. Em seguida, vamos discutir na Justi�a como se dar�o as circunst�ncias para que ele exer�a sua profiss�o, o que inclui participa��o nos treinos”, afirmou o advogado Francisco Simin. O defensor disse ainda que n�o se sente intimidado pela resist�ncia de grupos feministas. “Se s�o 10 mulheres que n�o querem, h� muitas outras que querem v�-lo jogando. � um direito dele � ressocializa��o.”

Dias depois que o ex-goleiro assinou o contrato com o Montes Claros, time chamado na regi�o de “o Bicho”, surgiram protestos na internet, que ganharam as ruas da cidades com os impressos colados em paredes de lojas, tapumes e postes, com frases como “As mulheres dizem n�o a Bruno no Moc�o!” Os cartazes s�o assinados pelo movimento Mulheres do Projeto Popular, que faz parte da organiza��o nacional Levante Popular da Juventude.

Em manifesto no blog da organiza��o, o assassinato de Eliza Samudio � apontado como um crime brutal. O documento lembra que o corpo dela n�o foi encontrado e que Bruno n�o tem direito a regime semiaberto at� 2018. “Em meio aos dados alarmantes sobre a viol�ncia contra a mulher no Brasil, a morte de Eliza Samudio poderia ter sido apenas mais uma. N�o foi. O seu nome, a sua hist�ria e a sua tr�gica morte ganharam contornos de not�cia nacional, principalmente pela profiss�o midi�tica do seu assassino. As mulheres do Levante Popular da Juventude de Montes Claros realizaram ent�o uma a��o de rep�dio e den�ncia”, destaca o manifesto.

O Tribunal de Justi�a confirma que somente depois de 2018 o goleiro ter� direito ao regime semiaberto, quando poder� sair para trabalhar. Os advogados de Bruno alegam que a Lei de Execu��es Penais possibilita a sa�da para o trabalho, mesmo de detentos do regime fechado, sendo necess�ria escolta. Por�m, a legisla��o prev� que nesse caso a sa�da seja permitida somente para atividades em obras p�blicas.

Em 14 de mar�o, o juiz da Vara de Execu��es Penais de Montes Claros, Francisco Lacerda de Figueiredo, se manifestou contrariamente � possibilidade de transfer�ncia do goleiro para a cidade. O magistrado alegou que o pres�dio regional n�o tem como receber o detento, devido � superlota��o. O juiz da Vara de Execu��es Penais de Contagem, Wagner Cavalieri, havia encaminhado of�cio ao colega de Montes Claros, sondando-o sobre a capacidade da unidade prisional de Montes Claros para receber o ex-atleta.

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