
O estudante Mateus Bicalho Lins Silva, de 18 anos, n�o deixou de estudar enquanto aguardava a decis�o da Justi�a. Ele “ficou” por um d�cimo na disputa por uma vaga do curso de engenharia mec�nica, usando as notas obtidas no Enem, e se sentiu prejudicado pela pol�tica do b�nus. Com um mandado de seguran�a, ele poder� participar da segunda fase. “Estudei muito para passar. Minha m�dia nas quatro provas do Enem foi de 692,5, mas, pela convers�o, fiquei com 41,76 e a nota de corte foi 41,87”, lamenta. “A f�rmula do exame se baseia na TRI, na qual umas quest�es valem mais que outras. S� que isso n�o funciona num pa�s onde o ensino � t�o discrepante, umas escolas s�o boas e outras ruins”, avalia o estudante, que estudou no Col�gio Santo Ant�nio.
Para Mateus, muitos alunos de escolas p�blicas t�m boas condi��es financeiras e desfrutam do b�nus, para aumentar a nota em 10 ou 15%. “Ningu�m tamb�m poderia questionar minha cor se eu me declarasse negro, mesmo sendo branco. N�o acho justo e acabei perdendo para quem recebeu o b�nus.”
Pontua��o
Advogada de um candidato ao curso de medicina, Mitzi Eduarda Grube Pereira apresentou as provas e n�mero de acertos, tentando mostrar que a pontua��o do estudante n�o foi levada em considera��o. “Ele teve pontua��o muito boa no Enem, mas n�o foi classificado para a segunda fase, porque falta transpar�ncia na avalia��o do Enem para a UFMG aproveit�-lo como sele��o. Na prova de ci�ncias humanas, por exemplo, ele acertou 40 quest�es de 45, o que representa 88% da prova, correspondendo para o Enem � nota de 650,7 pontos. As notas foram discrepantes. Outro exemplo foi o resultado da prova de ci�ncias da natureza, em que ele teve 33 acertos, que seria 73% da prova, correspondendo para o Enem a 697,3”, citou a advogada.
Segundo Mitzi, a impossibilidade de entrar com recurso � agravante. “Ele n�o sabe como est� sendo avaliado. Este � um processo de obscuridade e a UFMG n�o tem meios de avaliar se a quest�o vale mais ou menos”, afirmou.