Fracassou a reuni�o desta segunda-feira entre professores, universit�rios e representantes do governo para discutir o fim da greve nas institui��es federais de ensino, sem aulas desde o dia 18 de maio. Na tarde desta segunda-feira, o governo ofereceu R$ 3,9 bilh�es em reajustes salariais nos pr�ximos tr�s anos aos professores. A proposta foi rejeitada. Sindicalistas e t�cnicos dos minist�rios de Educa��o e do Planejamento discutiram durante mais de quatro horas a pauta de reivindica��es. Uma nova reuni�o j� est� prevista para ocorrer at� a pr�xima quarta-feira.
A presidente do Sindicato Nacional dos Docentes de Institui��es de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira, diz que a discuss�o � de "concep��o". Ela reclama que o governo est� incentivando a desestrutura��o da carreira, ao impedir a progress�o, criando barreiras para o docente chegar ao teto da profiss�o. J� o governo diz que quest�es como a titula��o devem ser discutidas em outra mesa de negocia��o, propondo um grupo de trabalho espec�fico para o tema. "Creio que devemos focar os pontos de diverg�ncia", afirmou Amaro Lins, secret�rio de Ensino Superior do Minist�rio da Educa��o. "O maior cuidado que devemos ter � com os jovens de nossas institui��es", acrescentou. Pouco antes, Marinalva Oliveira afirmou em tom exaltado que a responsabilidade pela situa��o dos estudantes � do governo. A uma pergunta sobre se n�o temia o corte do ponto, ela respondeu: "A nossa greve � legal. Quem n�o est� avan�ando � o governo, que s� depois de sessenta dias est� apresentando uma proposta". Embora exista consenso de que "quest�es t�cnicas" e "conceituais" n�o est�o abaixo do debate salarial na pauta dos sindicalistas, setores do governo dizem que o movimento pretende acabar com a valoriza��o dos t�tulos de mestre e doutor nas universidades. Os grevistas que t�m essa linha de racioc�nio defendem que apenas o tempo de trabalho seja o suficiente para um docente atingir o topo da carreira. Questionado sobre a import�ncia da titula��o como incentivo para a melhoria do ensino, o sindicalista Gutemberg Almeida, do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educa��o B�sica, Profissional e Tecnol�gica (Sinasefe), respondeu que "os t�tulos seriam um est�mulo se o governo n�o inclu�sse tamb�m na progress�o da carreira fatores como a produtividade". Ele diz que hoje os professores est�o tendo carga hor�ria elevada em sala de aula, prejudicando pilares das universidades como a pesquisa e a extens�o. Das 59 universidades federais do Pa�s, apenas duas n�o aderiram � greve. A grande maioria dos 38 institutos federais de educa��o tamb�m est� com as atividades paralisadas.