Sessenta e oito anos ap�s a inaugura��o da TV Tupi, a primeira emissora de televis�o do Brasil, o aparelho est� presente hoje em 98% dos domic�lios brasileiros. De acordo com dados da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informa��o e Comunica��o nos Domic�lios Brasileiros, ainda � o equipamento de comunica��o e informa��o com maior penetra��o nos lares de nosso pa�s, mas outros meios como computadores, r�dios e telefones celular tamb�m t�m alta incid�ncia.
A prolifera��o dos meios de comunica��o de massa est� intimamente ligada ao estabelecimento de uma cultura de massa. Ela � caracterizada por ser produzida por poucos grupos e disseminadas a milh�es de pessoas. Para isso, tende a gerar uma padroniza��o do conte�do, para que ele seja facilmente consumido.

N�o � s� a cultura popular – aquela que � mais din�mica, mais ampla e atinge maior n�mero de pessoas – que pode passar pelo processo de massifica��o. A cultura erudita (pr�pria das elites, que resiste ao tempo e exige certo tipo de prepara��o para o consumo) tamb�m pode ter seus produtos utilizados pela cultura de massa. � importante lembrar, tamb�m, que n�o deve ser feita uma hierarquiza��o das culturas erudita e popular, como se a primeira fosse melhor que a segunda. S�o manifesta��es diferentes, que acabam refletindo as pr�prias desigualdades sociais.
O principal intelectual da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno, tinha uma vis�o bastante cr�tica sobre o processo de massifica��o da arte. Ele criou o conceito de “ind�stria cultural”, para indicar que no mundo capitalista todos os objetos culturais (arte, not�cias etc) se tornam mercadorias. Assim, o conte�do � padronizado, para ser mais facilmente vendido. Estes objetos culturais pasteurizados n�o incentivam a reflex�o cr�tica e acabam levando � aliena��o da audi�ncia.

N�o se pode esquecer que os meios de comunica��o de massa t�m muita for�a, j� que influenciam na forma como as pessoas ir�o pensar e naquilo que ir�o consumir. No Brasil, por exemplo, s�o poucos grupos de m�dia que comandam os principais jornais, r�dios e revistas, o que dificulta a pluralidade de conte�do.
Por outro lado, os frankfurtianos foram muito criticados por uma vis�o reducionista dos receptores, gra�as a pesquisas que demonstraram que as pessoas n�o s�o t�o manipul�veis quanto Adorno pensava na �poca. Al�m disso, nem toda produ��o cultural se resume � ind�stria. Existem muitas produ��es independentes e autorais.

Outra caracter�stica da sociedade midi�tica � a espetaculariza��o das not�cias. Para atrair a audi�ncia, at� mesmo as maiores trag�dias viram um espet�culo. E o p�blico tende a achar que escolhe aquilo que ir� assistir quando, na verdade, a escolha se d� sempre entre as mesmas op��es.
Guy Debord chamou de “sociedade do espet�culo” esta situa��o em que as pessoas passam a viver movidas pelas apar�ncias e pelo consumo de not�cias, produtos e mercadorias.
Artigo de Filosofia/Atualidades do Percurso Pr�-Vestibular e Enem.