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Estado de Minas entrevista/Liliane Carneiro Costa - 53 anos Engenheira/Empres�ria

Novos rumos

Empres�ria mineira abre m�o de empresa familiar, trilha caminho pr�prio e alcan�a sucesso com maturidade profissional e momentos para aproveitar uma vida mais leve


13/09/2020 04:00

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)
 
A engenheira e empres�ria Liliane Carneiro Costa se preparou para dirigir a empresa familiar, a Construtora L�der, que marcou �poca em Minas. Dedicou grande parte da vida a essa fun��o, que desempenhou com maestria ao lado do pai, seu grande exemplo. Por�m, depois de duas d�cadas de dedica��o, preferiu fazer outras escolhas, abriu m�o da estabilidade e partiu para a carreira solo. Hoje, atua no mercado com sua empresa imobili�ria e leva uma vida mais equilibrada, sabendo tirar o m�ximo proveito do trabalho, mas tamb�m dos momentos de lazer, ganhando em qualidade de vida e se dando o direito de desfrutar dos seus hobbies que ficaram, por muito tempo, “guardados”.
 
Sempre quis ser engenheira ou pensava em ser outra coisa quando era pequena?
N�o, pensava em outras profiss�es, como o jornalismo, porque sempre gostei da comunica��o, e pensei em administra��o de empresas tamb�m.

A influ�ncia profissional veio de seu pai, por causa da empresa?
Sim, fui convivendo com a engenharia e projetos em casa desde pequena e isso me influenciou.

Gostava de estudar?
Muito, desde pequena sempre gostei de estudar, tanto que passei em quarto lugar no vestibular para engenharia civil na UFMG.

Depois da faculdade, quais os outros cursos que fez?
Como disse, me graduei em engenharia civil na UFMG, depois morei um ano em Zurick, na Su��a, onde fiz um MBA em marketing, e um intensivo em alem�o. Fiz tamb�m alguns cursos na �rea de comunica��o, um deles no Rio de Janeiro, pr�prio para televis�o, na empresa No Ar Comunica��o, e cursei dois anos de jornalismo na PUC, na �poca do meu programa Momento de decis�o. Participei de diversos programas e treinamentos para executivos, como o My globe, este pela Funda��o Dom Cabral em parceria com o Insead. Por ter morado fora, falo fluentemente o ingl�s e o alem�o, e tenho uma no��o b�sica do franc�s.

Com quantos anos come�ou a trabalhar na Construtora L�der?
Comecei a trabalhar na L�der aos 18 anos. Fazia de tudo. Passei por todas as �reas. Era uma faz- tudo, para aprender tudo, e visitava as obras com meu pai.

Era seu desejo ou foi um caminho natural?Um caminho natural. Como foi ser uma executiva mulher, t�o jovem, em um meio t�o masculino?
Por incr�vel que pare�a, nunca me senti discriminada. Acho que convivia tanto com meu pai e o acompanhava em tudo, que talvez isso tenha me dado um respaldo e eu nem percebia que quase sempre eu era a �nica mulher nos grupos. E nunca me incomodou ser nova e estar junto com ele ou com grupos de empres�rios com muito mais experi�ncia que eu. Sempre gostei de aprender e crescer como ser humano e como profissional. Sempre gostei muito de tudo que fiz na L�der e sempre me orgulhei dos resultados: participei do planejamento, do desenvolvimento e da entrega para os clientes de pr�dios maravilhosos, verdadeiras obras de arte.

Quantos anos atuou na empresa?
Fiquei l� por 22 anos. Sa� em 2006, para montar a minha empresa de consultoria, a LCC. Depois virou imobili�ria.
 
Por que decidiu sair?
Na �poca, eu j� havia participado ativamente da concep��o e do lan�amento com sucesso do Grand Lider Olympus e talvez seria uma boa hora para ser feita uma transi��o e eu mudar de posi��o. Achei que j� tinha cumprido meu papel at� ent�o. � muito bom quando um profissional tem a oportunidade de enxergar o seu neg�cio do outro lado da mesa.

Como foi essa ruptura para voc�?
Foi uma ruptura muito dif�cil, um dos momentos mais dif�ceis da minha vida. Foi um grande desafio.

Durante muito tempo, voc� fez um programa de entrevistas na televis�o chamado Momento de decis�o. Esse foi o seu momento de decis�o? 
Se eu for pensar em n�vel de desafio, sim. Apesar de que, na vida, tomamos decis�es todos os dias: algumas boas e outras ruins. E quando eu pensei em fazer o programa Momento de decis�o, pensei justamente nisto, em como as decis�es s�o um desafio para as pessoas e como mudam o destino delas e, muitas vezes, do mundo ao seu redor. E quis deixar um registro de alguns cases de sucesso. Realizei 100 entrevistas com empres�rios de sucesso na Rede Minas de televis�o, e aprendi muito com eles. Alguns desses cases est�o no meu livro Momento de decis�o. Ent�o, naquele dia em que decidi que deveria sair um pouco da empresa do meu pai e ter uma trajet�ria minha foi um ‘momento de decis�o’ importante sim.

Como foi recome�ar, descobrir em qu� trabalhar?
Na verdade, n�o foi um recome�o. Foi uma continuidade de parte do que eu fazia na empresa. A diferen�a foi que eu estava sozinha, sem um time do meu lado, e tamb�m que fui me encontrar muitas vezes do outro lado da mesa. Como eu fazia o lan�amento de todos os pr�dios e fui diretora de marketing, al�m de trabalhar na �rea comercial, ent�o sempre fui nestes segmentos multifun��o. Assim, quando me vi sozinha, consegui montar uma imobili�ria de luxo para atender os mesmos clientes e investidores para os quais antes eu desenvolvia produtos imobili�rios na L�der. Gosto de atender os clientes no seu sonho de morar bem e gosto de ver as pessoas felizes. Quando passei a vender as unidades do Grand Lider Olympus, por exemplo, e atender os clientes diretamente em vez de ter uma equipe vendendo, n�o tive problema. Para mim, todo trabalho dignifica o ser humano e, �s vezes, fazer uma mudan�a de posi��o, mesmo que seja um degrau abaixo, faz parte da vida e do aprendizado. � a chamada experi�ncia que s� se aprende fazendo.

Por que escolheu o ramo imobili�rio?
O ramo imobili�rio como disse � uma continua��o do que sempre fiz na Construtora L�der. E agora, com mais conhecimento do mercado, posso oferecer um bom aconselhamento para quem me procura sobre as melhores op��es de investimento.

Com a pandemia, chegou a temer a paralisa��o do mercado?
A pandemia foi algo inesperado, mas para o mercado imobili�rio as procuras aumentaram, pois o im�vel significa sempre seguran�a, e com os juros baixos � a melhor op��o de investimento.

Parece que teve uma grande procura por terrenos em torno da cidade para  casa de campo. � verdade?
Tanto a procura por terrenos em torno da cidade para a constru��o de casas como o mercado de segunda moradia, ambos cresceram muito. Sendo assim, estou planejando um desenvolvimento de loteamento com terrenos e casas em uma regi�o de praia, que n�s de Minas Gerais amamos. Sem falar que o potencial tur�stico das praias do Brasil � enorme e quem se interessar nesse sonho a hora � esta.

O que mudou na mulher e na executiva nesta nova fase de vida?
Atualmente, estou mais consciente das boas escolhas que devo fazer em todos sentidos: mais focada em qualidade do que quantidade. Como mulher, busco colher os frutos da boa m�e que fui e ainda sou, por�m, agora, com essa miss�o bem cumprida, posso dedicar mais tempo pra mim. Como executiva, tenho mais liberdade.
 
Por falar em m�e, seus filhos Ludmila e Carlos Eduardo (Cadu) escolheram profiss�es 
completamente diferentes do ramo de 
atua��o da fam�lia. Como foi isso para voc�? Aceitou bem a escolha deles?
Fico feliz com as boas escolhas que fizeram, pessoal e profissionalmente. S�o duas op��es lindas de vida: a Lud, m�dica pela UFMG, agora residente no Hospital Jo�o XXIII, e o Cadu, seminarista. Aceitei muito bem e me orgulho dos dois. Est�o bem criados e prontos para seguir a vida deles com todos desafios, miss�es e prop�sitos de cada um. Foram escolhas diferentes sim do nosso ramo, o que � bom, porque indica verdadeira voca��o.

Durante a pandemia, voc� retomou o programa de entrevistas com lives semanais. Fale um pouco sobre isso.
Na pandemia, retomei sim minha paix�o por entrevistas, com lives todas as quintas-feiras, �s 20h. Est� sendo legal, � um approach mais pessoal e informal, mais leve, o que combina com minha fase de vida. Como diz minha amiga Leila Ferreira, a vida leve � bem melhor. Quando chegamos aos 50, queremos viver s� o que nos pertence. Quero uma vida leve, emocional e espiritualmente.

Voc� sempre gostou de cantar, era um hobby, chegou a fazer shows e at� a gravar discos. Como � este lado art�stico da Liliane?
A m�sica � minha eterna paix�o. Gravei dois CDs. Imaginem, daqui a uns anos ningu�m mais vai saber o que � um CD. Isso � mais uma prova de que quando a pessoa tem um sonho deve tentar realiz�-lo. Sempre falei isso para meus filhos: ‘Busquem o que realmente lhes trar� a felicidade e lembrem-se da par�bola dos talentos. Deus quer que cada um use seus talentos para o bem. Quem faz o bem colhe o bem’. Ent�o, essa � minha filosofia de vida.

Atualmente mora no Alphaville, os filhos j� est�o fora. Como est� esta nova fase de vida? Mudou muito?
Tenho um lado artista muito forte, esse eu peguei da minha m�e, Scheila, grande apreciadora das artes pl�sticas de Minas Gerais. E tenho tamb�m o lado de engenheira, e esse agrade�o ao meu pai, Carlos Carneiro Costa, que � realmente o �cone da constru��o em Minas Gerais. O meu lado art�stico me d� a sensibilidade para fazer o equil�brio entre o racioc�nio l�gico da engenheira e o dia a dia da mulher que sou, cheia de sonhos como toda mulher �. Por isso, gosto de cantar e voltei at� a tocar viol�o, uma paix�o antiga. Agora que meus filhos n�o moram mais comigo, e cada um tem sua vida, posso morar um pouco mais distante do Centro de BH. Assim sendo, moro desde o ano passado no Alphaville Lagoa dos Ingleses. Desenvolvi no ano passado, aqui no loteamento Costa Laguna, o primeiro projeto chamado L�der Casas. � um projeto de desenvolvimento de casas que leva a minha assinatura, em parceria com alguns arquitetos. Esse � o conceito que pretendo levar para alguns loteamentos. Entendo que quando pensamos no sonho de ter uma casa, temos que avaliar v�rios fatores. Sendo assim, acredito que posso somar muito com meus clientes em planejar o projeto ideal da casa de cada um. Sim, minha vida mudou muito. Est� mais simples, leve e bem melhor. S� tenho a agradecer a Deus. 


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