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Estado de Minas Arte pura

Entre fios e linhas

Regina Misk inaugura espa�o que vai funcionar como escrit�rio, ateli� e showroom para expor seus produtos, feitos a m�o, e receber clientes.


28/03/2021 04:00

(foto: Dentro Fotografia/Divulgação)
(foto: Dentro Fotografia/Divulga��o)


No lugar de roupas, objetos para casa. Regina Misk, designer especializada em tramas com fios e linhas, deu uma guinada na carreira ao trocar a moda pela decora��o. Mas ela continua a usar t�cnicas como tric� e croch� para criar pe�as que envolvem muitas horas de trabalhos manuais. O cat�logo vai de adornos a utilit�rios e m�veis. A inaugura��o do novo ateli�, que ocupa uma casa centen�ria no Bairro Barro Preto, marca esta nova fase.
 
(foto: Dentro Fotografia/Divulgação)
(foto: Dentro Fotografia/Divulga��o)
 
 
H� tempos, Regina pensava em montar um ateli� fora de casa. Mas ela n�o queria ir para um galp�o. Procurava um espa�o mais antigo, com hist�ria para contar, que tivesse mais a ver com o seu trabalho. Acabou escolhendo uma casa de 1922 no Bairro Barro Preto, com p�-direito alto, piso de t�bua corrida e portas de madeira altas e largas, que se abrem no meio, t�picas de im�veis centen�rios.
 
(foto: Dentro Fotografia/Divulgação)
(foto: Dentro Fotografia/Divulga��o)
 
 
Assinado pelo arquiteto Pedro Haruf, o projeto de reforma preserva todas as caracter�sticas originais. A fachada foi revitalizada e agora conta com escritos que dizem sobre quem ocupa a casa, como se fazia antigamente. L� no alto, as iniciais RM, de Regina Misk. Abaixo das duas janelas, lemos “of�cio tradicional”, “tecelagem artesanal” e “trabalho autoral”.
 
(foto: Dentro Fotografia/Divulgação)
(foto: Dentro Fotografia/Divulga��o)
 
 
O espa�o vai, aos poucos, sendo ocupado por objetos que est�o � venda e ferramentas de trabalho. “A ideia � n�o ter divis�o entre showroom e produ��o. As pessoas podem vir aqui para conhecer as pe�as e, ao lado das prateleiras, v�o ver uma m�quina de costura, ou algu�m pregando uma etiqueta. Este � nosso local de trabalho”, explica. Por enquanto, o ateli� est� de portas fechadas para o p�blico. A designer avisa que s� receber� os clientes quando a pandemia permitir.
 
(foto: Dentro Fotografia/Divulgação)
(foto: Dentro Fotografia/Divulga��o)
 
 
Regina trabalha com todas as t�cnicas que envolvem tramas. “Fico mais � vontade de expressar a minha criatividade com fios e linhas”, diz. Suas habilidades manuais v�m da inf�ncia: ela cresceu vendo a m�e tricotar e teve aulas de artesanato no col�gio de freiras onde estudou, em Portugal. Hoje, o que ela mais faz � tric� e croch�, mas n�o deixa de experimentar macram�, bordados, tecelagem em tear. Est� sempre em busca do diferente, seja na t�cnica, nos materiais ou no design das pe�as.
 
(foto: Dentro Fotografia/Divulgação)
(foto: Dentro Fotografia/Divulga��o)
 
 
O ateli� explora, intencionalmente, dimens�es mais exageradas. A designer fala que cria com lente de aumento. Usa fios mais grossos, faz tramas mais volumosas e desenvolve objetos enormes (o cesto Sambur� tem um metro de altura). “Decora��o em croch� existe aos montes, ent�o tento deslocar meu trabalho do artesanato, levando para um lado mais contempor�neo, de design. � para chamar a aten��o e causar surpresa nas pessoas”, justifica.
 
(foto: Dentro Fotografia/Divulgação)
(foto: Dentro Fotografia/Divulga��o)
 
 
A vontade de fazer diferente, de n�o ir na onda do que todo mundo faz, levou a designer a lan�ar, em 2016, os objetos de maior sucesso do ateli�, que s�o as correntes de croch�. A linha vem evoluindo e tem cada vez mais op��es. As tramas, preenchidas com res�duos t�xteis, podem ser de algod�o, juta ou rami, em v�rias cores. Algumas ganham elos de madeira. O comprimento e a espessura tamb�m variam. Tudo � feito a m�o. A Corrente Nove Elos, por exemplo, exige cerca de 30 horas de trabalho manual.
 
No in�cio, ningu�m entendia direito para que serviam as correntes. Hoje elas s�o encontradas em v�rios contextos. O mais comum � us�-las como centro de mesa, mas sugere-se tamb�m pendur�-las na parede, fazendo uma composi��o entre quadros. Uma pe�a, feita sob medida, foge totalmente do padr�o: est� instalada no hall de um pr�dio, que tem quatro metros de p�-direito. Vai do teto ao ch�o. A designer adianta que est� desenvolvendo lumin�rias com os elos.
 
O trabalho tamb�m se diferencia pelo design. Regina � quem desenha os objetos, inclusive os m�veis. A banqueta Cip� tem os p�s curvados de madeira e o assento feito com uma t�cnica de tran�ado que ela aprendeu no curso de estofamento em Londres. A diferen�a � que, em vez de palhinha, vemos uma corda bem grossa. “Gosto de falar de aconchego, mem�ria afetiva, remeter a uma lembran�a gostosa da casa de v�, mas, ao mesmo tempo, trazer modernidade.”
 
POLTRONA N�o d� para deixar de falar da poltrona Concha, toda estofada em tric� manual. Apoiado em p�s palito de madeira, o assento traz o aconchego das tramas, que se prolongam em franjas com charme e balan�o. O trabalho com bolas de croch�, aplicadas em tr�s modelos do banco Bolha, tamb�m chama a aten��o. As pe�as j� s�o marca registrada do ateli�.
 
A aproxima��o de Regina com o mobili�rio se deu atrav�s de cadeiras, poltronas e bancos. Em 2013, nas idas a S�o Paulo para visitar o filho, passou a frequentar antiqu�rios e despertou o olhar para a decora��o. Lembrou-se de um sof� com estofado de tric� que fez para a vitrine de uma loja sua, nos anos 1990, que fez muito sucesso. “Comecei a comprar aleatoriamente pe�as de �poca e reform�-las. N�o tinha a inten��o de vender.” Na �poca, tudo era um hobby, ela ainda trabalhava no mercado da moda.
 
No in�cio de 2018, a designer resolveu dar uma pausa para pensar o queria da vida e passou quatro meses na Europa. Em Londres, fez cursos de tecelagem, tingimento e at� aprendeu a estofar. “Quando voltei dessa viagem, cheguei � conclus�o de que queria me dedicar a esse neg�cio. Estava cansada da moda e via que a l�gica da decora��o era muito diferente. As pe�as podem demorar para vender, mas n�o s�o perec�veis. Existe tend�ncia de cores, mas de forma bem sutil, s�o pinceladas na cole��o.”
 
Regina desenvolve outros tipos de objetos para a casa, como a lumin�ria Uan�, que pode ser mesa ou de ch�o. A c�pula � revestida com tramas de croch� em cadar�o de poli�ster. O mesmo material aparece na fruteira Caturra, em formato de folha de bananeira. Todas as pe�as s�o feitas sob encomenda. O cliente tem a possibilidade de escolher cores e pontos de sua prefer�ncia.


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