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Estado de Minas Semana de moda

Balenciaga est� de volta

Paris assistiu no principio do m�s ao mais esperado desfile da temporada


18/07/2021 04:00

(foto: Balenciaga/divulga��o)


Crist�bal Balenciaga marcou o s�culo 20 e ficou conhecido como "o arquiteto da moda" por explorar diferentes formatos com suas roupas e apostar em silhuetas verdadeiramente esculturais, como os ombros largos e as pe�as oversized que at� hoje fazem parte do DNA da marca que leva seu nome. Os anos 1950 foram a era de ouro do estilista, que emplacou diversos hits inovadores que traziam uma modelagem solta e faziam um contraponto com o New Look de Christian Dior, que resgatava o visual feminino com saia volumosa e a cintura bem marcada. Tendo nascido na Espanha e se mudado para Paris, na Fran�a, durante a Guerra Civil espanhola, o estilista se inspirava na cultura ib�rica e encantava a ind�stria com suas cria��es nada convencionais.
 
(foto: Balenciaga/divulga��o)
 
 
Em contraponto ao look ultrafeminino e acinturado de Christian Dior, Crist�bal optava por constru��es mais estruturadas, ombros e silhuetas mais largos e formatos realmente esculturais, que o levaram a ser chamado de “o arquiteto da moda”. Nos anos 50, a Balenciaga vive sua era de ouro, sendo reverenciada, aclamada e lan�ando alguns de seus modelos mais ic�nicos, lembrados at� os dias de hoje. Em 1955, ele criou o vestido-t�nica, que posteriormente ficou conhecido como o vestido Chefies; em 1957, novas cria��es se tornam grandes sucessos para o designer, como o vestido saco, o vestido camisa e o vestido baby-doll.
 
(foto: Balenciaga/divulga��o)
 
 
Como grande inovador que era, Balenciaga n�o limitou suas inova��es �s roupas, mas tamb�m � forma de apresentar suas cole��es. Em 1956, Crist�bal come�ou a apresentar as suas cole��es depois das temporadas de moda, ganhando espa�os exclusivos nas principais revistas de moda da �poca, sem dividir a aten��o com seus concorrentes, e ainda proibia fotos dos desfiles. Apenas a revista Vogue tinha permiss�o para publicar fotos pr�-aprovadas por ele.
 
(foto: Balenciaga/divulga��o)
 
 
Nos anos 60, com as diversas mudan�as estruturais na moda e no comportamento da mulher moderna, Crist�bal Balenciaga, bem como diversas outras casas de alta-costura, sentem o impacto da diminui��o de suas vendas. Acompanhar o rec�m surgido modelo de pr�t-�-porter n�o era tarefa f�cil para os criadores. Com isso, a Balenciaga foi perdendo f�lego at� que, em 1968, fecha seu ateli� e decide se aposentar, vindo a falecer alguns anos depois, em 1972, com 77 anos. A marca ficou fechada at� 1986, quando foi comprada pelo The Bogart Group. Hoje, o grupo Kering, propriet�rio das marcas Gucci e Saint Laurent, � o dono da grife. Desde a sua retomada na moda, nomes como Nicholas Gh�squiere e Alexander Wang passaram pela dire��o criativa da empresa at� chegar aos dias de hoje, com o designer Demna Gvasalia, criador da marca bombada do streetwear Vetements, � frente do neg�cio.
 
(foto: Balenciaga/divulga��o)
 
 
Desde que assumiu a dire��o criativa da Balenciaga, em 2015, Demna uniu a sua vis�o disruptiva ao legado inovador de Crist�bal e levou a marca a um outro patamar, transformando-a em um fen�meno entre os jovens e criando v�rias pe�as e acess�rios que viralizaram no streetwear. Sob seu comando, a marca passou a trazer questionamentos importantes sobre a �poca em que vivemos, como a destrui��o ambiental e at� a nossa rela��o com a tecnologia, como aconteceu no desfile de primavera/ver�o 2022, em que o designer apresentou uma s�rie de clones digitais desfilando as pe�as da cole��o.
 
(foto: Balenciaga/divulga��o)
 
 
O burburinho tomou conta da moda internacional, quando Demna anunciou que estaria lan�ando uma nova cole��o da grife, o que aconteceu no in�cio  deste m�s de julho. Segundo palavras do pr�prio estilista, durante o an�ncio que revelou a retomada da linha, "a haute couture � a base da cria��o dessa casa, ent�o � a minha obriga��o criativa e vision�ria traz�-la de volta. Para mim, couture � um modo inexplorado de liberdade criativa e uma plataforma de inova��o. Ela n�o s� oferece um outro espectro de possibilidades na cria��o de roupas, como traz a vis�o moderna de Balenciaga de volta �s suas origens."
 
(foto: Balenciaga/divulga��o)
 
 
 
O retorno
 
Demna escolheu como loca��o para apresenta��o da cole��o, o rec�m-restaurado sal�o original de couture de Crist�bal, onde o arquiteto da moda mostrava suas cole��es h� meio s�culo. A apresenta��o, que parece simples e at� causa inc�modo pelo sil�ncio e barulho ambiente, tamb�m � proposital: os desfiles de moda n�o tinham som ou m�sica at� meados dos anos 70. Nesse sentido, a era de ouro da Balenciaga foi apresentada sem som ou m�sica ambiente e era poss�vel ouvir o som que os diferentes tecidos faziam quando em movimento.
 
(foto: Balenciaga/divulga��o)
 
 
Eliza Douglas, musa do designer, abriu o desfile carregando uma rosa vermelha e vestindo um conjunto de terno de ombros estruturados, seguida por uma sequ�ncia de looks em alfaiataria unissex em preto e j� dando sinais de qual seria a nova proposta de estilo de Demna para sua diversa clientela. Alguns looks fizeram claras refer�ncias a cria��es ic�nicas de Crist�bal Balenciaga, como o casaco vermelho, o vestido de flor e a reverenciada noiva com vestido t�nica de Crist�bal. O designer, extremamente ligado ao mundo do streetwear e do jeans, tamb�m traz esses elementos para a passarela criando looks de couture inspirados no ready-to-wear, de forma surpreendente e ir�nica: foi justamente o surgimento do pr�t-�-porter um dos principais motivos para o fechamento do ateli� de Crist�bal Balenciaga.
 
(foto: Balenciaga/divulga��o)
 
 
Outro ponto alto ficou por conta da imagem e styling de alguns modelos arrematados com um grande chap�u oval desenhado pelo chapeleiro ingl�s Philip Treacy, que por muitos anos desenhou chap�us para diversos estilistas. Ap�s 53 anos, a grife Balenciaga retornou � haute couture em grande estilo pelas m�os do atual diretor criativo, Demna Gvasalia. A maison n�o apresentava cole��es de alta-costura desde o fechamento do ateli� de seu criador, Crist�bal Balenciaga, em 1968. Dos n�meros nas m�os das modelos durante o desfile, ao local e o sil�ncio, a apresenta��o foi toda uma ode � alta-costura e uma homenagem ao trabalho de Crist�bal Balenciaga – e n�o poderia ser diferente. As t�cnicas e o trabalho artesanal de alt�ssimo n�vel dos ateli�s de alta-costura s�o uma das poucas coisas que n�o poder�o ser substitu�das pela tecnologia. 


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