(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas entrevista/s�nia Lessa - Consultora de estilo e fashion designer

Voca��o nata

A Toast Brasil, marca da estilista em sociedade com Sandrine Pujol, chega em estilo soft, flertando com moda e atemporalidade ao mesmo tempo


06/02/2022 04:00 - atualizado 04/02/2022 14:37

 Fashion designer
s�nia Lessa (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

 

Vocacionada para a moda desde os anos 1970, os vestidos de patchwork tinturados artesanalmente criados por Sonia Lessa faziam sucesso em lojas hipadas da �poca, n�o s� aqui em BH , mas tamb�m em S�o Paulo e no Rio de Janeiro. Graduada em desenho industrial pela antiga Fuma, a estilista faz parte da primeira safra de bons profissionais mineiros, autodidatas, talhados pela intui��o e bom gosto, e dispostos a aprender tudo que podiam em termos de ch�o de f�brica. Foi assim que ela, como os colegas contempor�neos da gera��o oitentinha, contribu�ram para criar as bases da moda na cidade, que logo, logo se tornaria um importante polo de neg�cios e uma refer�ncia nacional do setor. Soninha, como � conhecida, est� � frente de uma novidade: o lan�amento da marca de loungewear Toast Brasil, em sociedade com Sandrine Pujol, que nasceu dentro do segmento de mercado que acredita em autoralidade, slow fashion, cole��es c�psulas e atemporais.
 

"Trabalhar na Divina Decad�ncia significou um grande conhecimento tanto da produ��o quanto do mercado de moda"

 
 
E � resultado das muitas experi�ncias acontecidas na vida da estilista, que estreou na consagrada Divina Decad�ncia e l� trabalhou por 12 anos, vivenciando hist�rias inesquec�veis. Passou tamb�m pela Disritmia e Vide Bula, ambas ic�nicas e do mesmo setor de jeanswear. Al�m dos segredos desvendados nessas f�bricas, especializadas em jeans, que envolvem conhecimentos t�cnicos espec�ficos, ela sempre teve m�o certeira e talento para flertar com o lado fashion da ind�stria da moda. E pode mostrar isso, especificamente, na IBZ e na Chocker, como diretora criativa, o que significou, inclusive, assinar o estilo dessas marcas nas passarelas. A Toast Brasil est� sendo comercializada, nesta primeira etapa, no varejo. A ideia � acompanhar a demanda e ampliar a linha de produtos.
 

"As marcas de luxo permanecem influentes e comandam as novas propostas"

 
 
O que a levou a criar uma marca pr�pria?
Em 2020, fui obrigada a fechar meu espa�o de importados em fun��o da pandemia: viajar tornou-se imposs�vel. Da�, juntamente com Sandrine Pujol, minha s�cia, fizemos ampla pesquisa e chegamos � conclus�o de que o mercado de roupas loungewear estava supervi�vel. Da�, criamos a Toast Brasil com cole��es c�psulas de acordo com o que o mercado pedia. Futuramente, desejamos ampliar nossa linha de produtos.
 
Qual � o estilo e o p�blico a que ela � endere�ada?
O estilo � soft e casual, sem deixar de ser fashion, com roupas confort�veis, que atraem p�blicos de diversas faixas et�rias. Vestimos m�e e filha. � uma moda atemporal. Trabalhamos com tecidos leves e malharia.
 
Como est� sendo comercializada?
Por enquanto, a Toast est� sendo comercializada no varejo: fazemos eventos e pop up store com parcerias. O que tem dado um bom resultado. Tamb�m atendo minhas clientes, que migraram dos importados para a nossa nova proposta. Voc� � uma das primeiras estilistas de Belo Horizonte 
 
Qual a sua forma��o?
Sou graduada em desenho industrial pela UEMG, antiga Fuma.
 
O que a levou para a moda?
Acredito que voca��o, pois j� nos anos 1970 comecei a fazer vestidos de patchwork, tinturados de forma artesanal. Eram um sucesso na Pop e na Gang, as lojas hipadas da �poca, em Belo Horizonte. Em S�o Paulo, a roupa era comercializada na Paraphern�lia e na loja da Zoomp, no Morumbi Shopping. No Rio de Janeiro, os pontos de venda eram a L'Air du Temps e Veste Sagrada, em Ipanema.
 
Como foi a sua contrata��o para a Divina Decad�ncia? 
Armando Gaud�ncio me convidou para fazer uma linha de malharia fashion. Ele era f� do meu trabalho artesanal. Desde meados dos anos 1980, a partir das cole��es criadas para a Divina Malha, acabei desenvolvendo o segmento fashion da marca, assessorando In�cio Paulo Ribeiro.
O que significou estar na equipe da Divina Decad�ncia?
Significou um grande conhecimento, tanto da produ��o quanto do mercado de moda. Como na �poca n�o existia internet, faz�amos nossas pesquisas in loco nos principais centros de moda: Nova York, Los Angeles, Londres, Paris, Mil�o e, eventualmente, T�quio. O aprendizado foi enorme, durante 12 anos, e moldou minha carreira.
 
Voc� trabalhou com In�cio Ribeiro que, depois, foi para Londres. A seu ver, qual era o principal talento dele?
Papaulo (para os �ntimos) me ensinou muito do que eu sei, � um grande talento no mercado internacional e continua me apoiando at� hoje.
 
O que ficou marcado na sua cabe�a em termos de a��es da marca?
O marketing da Divina Decad�ncia foi vanguardista, com editoriais da Vogue feitos pela editora Regina Guerreiro em Paris, Cuba e Los Angeles. E foi a primeira a abordar a ecologia com a campanha Divina Decad�ncia – Preserve essa loucura, realizada na Amaz�nia, com filme, hoje cult, dirigido por Walter Salles.
 
Quem dava as cartas na moda no Brasil nessa �poca?
Em Minas, o Grupo Mineiro de Moda era vanguardista. Em S�o Paulo, as grandes marcas de jeans, como Zoomp, Ellus e Forum. No Rio de Janeiro, Yes Brasil, Georges Henri, Mara Mac, Maria Bonita, entre outras.
 
O que aprendeu na Divina que levou para a vida inteira?
Aprendi a trabalhar numa grande empresa com linha de produ��o profissional, lavanderia pr�pria, comercializa��o eficiente e a lidar com egos.
 
Depois, voc� teve outras passagens pela �rea do jeanswear. Trabalhou na Disritmia e na Vide Bula. Como foram essas experi�ncias?
Trabalhei na Disritmia por quatro esta��es. Fizemos dois desfiles maravilhosos no Hotel Unique, em S�o Paulo, com dire��o de Paulo Borges e edi��o de Giovanni Frasson. Em seguida, fui para a Vide Bula, onde trabalhei por seis anos com quatro desfiles na S�o Paulo Fashion Week. Todos com produ��o e edi��o de Paulo Martinez, consultor da marca na �poca.
 
Como a IBZ entrou na sua vida? 
Entrei na IBZ a convite de Nem Campos, propriet�ria da empresa na �poca. Com a sa�da da Nem, me tornei diretora criativa e fui respons�vel pelos desfiles da marca no Belo Horizonte Fashion Week. Novamente com a edi��o de Paulo Martinez.
 
Falando em desfile, voc� assinou tamb�m as cole��es da Chocker que foram desfiladas no Minas Trend... Como se adapta ao DNA das marcas?
Um estilista profissional procura adequar o produto ao DNA da marca em que est� desenvolvendo cole��es. O desfile da Chocker, no Minas Trend, foi realizado com a edi��o de Paulo Martinez e foi um sucesso, inclusive pelas estampas criadas juntamente com Albino Papa.
Al�m do Papaulo, voc� mant�m grande amizade com o Paulo Martinez. Como � esse relacionamento? 
Desde a primeira vez em que estive com Paulo Martinez, na Divina Decad�ncia, houve uma conex�o imediata. E, desde ent�o, trabalhamos juntos e somos grandes amigos. Ele � uma pessoa muito generosa, tem uma cultura imensa e � fiel a quem ele ama.
Voc� viveu uma �poca de muitas novidades, mudan�as na est�tica, influ�ncia dos japoneses, dos estilistas da escola de Antu�rpia. O que � novo hoje na moda? Ou est� tudo requentado?
A moda hoje se adapta ao mercado. Tudo mudou. As marcas de luxo permanecem influentes e comandam as novas propostas.
 
Na sua opini�o, quem cria moda no Brasil com autoralidade?
Na minha modesta opini�o, presto muita aten��o no trabalho do Luiz Claudio na Apto 03. Fico muito orgulhosa, pois quando ele chegou na IBZ com um portf�lio maravilhoso, disse aos propriet�rios para contrat�-lo como integrante da minha equipe.
 
O que pensa sobre as influencers? S�o uma boa influ�ncia para a moda?
Penso que qualquer a��o para alavancar a comercializa��o das cole��es � muito bem-vinda.
 
E quem a influenciou na sua carreira? Quem � o estilista que voc� mais admira?
Sempre admirei v�rios criadores, n�o saberia citar todos os nomes. As minhas influ�ncias foram muito diversas. Sempre admirei Jean Paul Gaultier, Azedine Alaia, Yves Saint Laurent e Diane von Furstenberg. Lembro-me at� hoje da primeira cole��o de Tom Ford para a Gucci. Foi impactante: o come�o do street style fashion.
 
Em que marca gostaria de ter trabalhado?
Gostaria de ter trabalhado na Zoomp. Ali�s, fui convidada, mas como a Divina Decad�ncia estava no auge, n�o aceitei. Estou em Minas por causa disso at� hoje.
 
O que diria para um novo estilista se ele pedisse um conselho para voc�?
Tenha muito foco no DNA da marca para a qual trabalha, seja marca pr�pria ou de terceiros. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)