
Um mais um s�o muitos. Com esse pensamento, Fernanda Salom�o e Lu�za Hermeto est�o revolucionando o mercado de joias em Belo Horizonte. As amigas e s�cias s�o fundadoras do Criadouro, espa�o colaborativo de joalheria que nasceu para derrubar barreiras. Na contram�o do que � habitualmente praticado, elas conectam pessoas, incentivam a troca de informa��es e facilitam o acesso a ferramentas e fornecedores. Assim, ajudam o setor como um todo a crescer.
Fernanda � arquiteta, mas sempre sonhou em trabalhar com joias. Aos 15 anos, desenhou as pe�as que queria ganhar de anivers�rio. Fez curso de ourivesaria e desenho na It�lia e, quando se mudou para o Rio de Janeiro, decidiu recome�ar a vida com a marca de joias CasaNanda. De volta a BH, matriculou-se em uma p�s-gradua��o para conhecer pessoas e descobrir fornecedores.
E foi o que aconteceu. L� ela conheceu Lu�za, que sempre se interessou por trabalhos manuais. Quando crian�a, fazia bijuterias de mi�angas para vender na escola. Formada em design gr�fico, trabalhava com v�deo, mas nunca achava que estava no caminho certo. At� que uma pessoa indicou um curso de joias e ela se reconectou com um passado feliz, criando a marca Herm�tica.
As amigas compartilhavam a paix�o pela joalheria e tamb�m as dificuldades de navegar por um mercado “fechado”. Era muito dif�cil, por exemplo, encontrar bons fornecedores, pois ningu�m dava informa��es de bandeja.

“As pessoas ficam ressabiadas de indicar prestador de servi�o com medo de perder a pessoa. A gente pensa o contr�rio. Se tem um cravador que trabalha muito bem, ele pode trabalhar pra todo mundo e todo mundo cresce junto”, comenta Fernanda.
Inicialmente, elas montaram uma oficina para produzir as pr�prias pe�as. Mas a� outros profissionais come�aram a bater na porta para pedir todo tipo de ajuda. Onde compro corrente de qualidade? Como fa�o para executar essa pe�a? Posso usar o espa�o?
Naquele momento caiu a ficha: n�o eram s� elas que passavam por perrengues. Havia demanda por um espa�o colaborativo de joalheria.
Naquele momento caiu a ficha: n�o eram s� elas que passavam por perrengues. Havia demanda por um espa�o colaborativo de joalheria.
O Criadouro nasceu h� quatro anos com o prop�sito de fortalecer o setor de joias. Hoje, mais de 100 profissionais fazem parte da rede, desde aut�nomos at� os que produzem em larga escala.
“Temos o dono de uma empresa com muitos anos de mercado que � como um professor, tem resposta para tudo e para todos, est� sempre contribuindo com ideias e solu��es t�cnicas. Ao mesmo tempo, temos rec�m-formados que est�o come�ando a construir uma marca”, conta Fernanda.

Conectados em um grupo de WhatsApp, esses profissionais trocam todo tipo de informa��o, diariamente. Um ajuda o outro e o mercado, em geral, se fortalece. Um dos integrantes � ourives e est� lan�ando sua marca pr�pria.
“Ficamos felizes de ver o resultado desse trabalho, de promover a abertura da joalheria, ver bons talentos acontecendo, profissionais crescendo, o mercado aquecido, e isso � bom para todo mundo. O sol nasce para todos”, aponta Fernanda.
“Ficamos felizes de ver o resultado desse trabalho, de promover a abertura da joalheria, ver bons talentos acontecendo, profissionais crescendo, o mercado aquecido, e isso � bom para todo mundo. O sol nasce para todos”, aponta Fernanda.
O espa�o tamb�m funciona como escola, com aulas de desenho, ourivesaria b�sica, esmalta��o a fogo, entre outras. As s�cias est�o sempre em busca de temas diferentes, que levem a pensar a joalheria “fora da caixa”. Tanto que l� se fala em joalheria experimental.
“O que mais me encanta na joalheria s�o as infinitas possibilidades, nunca tem fim. Voc� pode pegar uma pe�a simples e subverter, encontrar solu��es criativas. � para experimentar mesmo”, diz Lu�za.
“O que mais me encanta na joalheria s�o as infinitas possibilidades, nunca tem fim. Voc� pode pegar uma pe�a simples e subverter, encontrar solu��es criativas. � para experimentar mesmo”, diz Lu�za.
Para quem est� come�ando, elas oferecem consultoria: ensinam o pensar do joalheiro e caminhos para desenvolver um trabalho com assinatura.
Para todos
Os cursos n�o s�o s� para profissionais, n�o. Em quatro horas, voc�, mesmo sem nenhuma experi�ncia, pode aprender a fazer a sua pr�pria joia. “Queremos mostrar que, para fazer joia, voc� n�o precisa ter certa habilidade manual, n�o precisa ser criativo ou ser voltado para o artesanal. Joalheria pode ser para todos”, pontua Fernanda.

J� passaram por l� de adolescentes a idosos. Muitas pessoas que nem se imaginavam joalheiras descobrem um talento e um novo of�cio.
Outro servi�o � o aluguel das bancas de ourives para quem n�o tem uma oficina pr�pria. Essas pessoas s�o chamadas de s�cios-criadores. Al�m de ter acesso a ferramentas e m�quinas, eles podem trocar ideias, informa��es e tirar d�vidas com quem estiver por perto, incluindo Fernanda e Lu�za. “Contem com a gente para tudo o que tiver a ver com joalheria”, avisam.
Como est�o em um espa�o colaborativo, todos aprendem. Lu�za gosta de contar como � rica a troca tanto com os alunos quanto com os professores, como o ourives Ant�nio Viana, de 85 anos, que tem pe�as expostas no Vaticano.
“� imposs�vel descrever tudo o que aprendemos com ele. S�o li��es que levamos para a vida toda”, destaca a joalheira, que se coloca o tempo todo no lugar de aprendiz.
“� imposs�vel descrever tudo o que aprendemos com ele. S�o li��es que levamos para a vida toda”, destaca a joalheira, que se coloca o tempo todo no lugar de aprendiz.
At� porque elas continuam a criar para as suas marcas. No caso de Lu�za, o nome Herm�tica vem do seu sobrenome e depois se conecta com as leis herm�ticas, que regem o universo. Por isso, as pe�as carregam princ�pios como ritmo, vibra��o e opostos.

A C�rtex � resultado de um trabalho autoral e, por que n�o, art�stico. “Ela se forma a partir da jun��o de recortes de uma resson�ncia magn�tica.” No fim, � como se fosse um c�rebro reconstru�do. Pode ser usada como colar ou adorno para a cabe�a.
Com a marca CasaNanda, Fernanda cria joias que contem uma hist�ria e tenham significado. Inspirada pela gastronomia, ela desenvolveu a cole��o Quinatus, que transforma o ato de comer em joalheria. As pe�as colocam em evid�ncia quiabos de metal com “sementes” de p�rolas.
“Assim como a comida alimenta o corpo, entendo que a joia nutre a alma e o esp�rito”, compara.
“Assim como a comida alimenta o corpo, entendo que a joia nutre a alma e o esp�rito”, compara.
Servi�o
Rua Fernandes Tourinho, 500 - sala 601, Savassi
(31) 99116-8168
Informa��es no site