Quando o ent�o presidente do Brasil, Epit�cio Pessoa, fazia a primeira transmiss�o radiof�nica em 1922, na cidade do Rio de Janeiro, durante as comemora��es do centen�rio da Independ�ncia do Brasil, o r�dio come�ava a sua longa e rica trajet�ria que, nesta ter�a-feira, dia 25, comemora 85 anos.
S�o mais de oito d�cadas de vida, per�odos que se misturam com �pocas e fatos marcantes na hist�ria brasileira. Revolu��es, per�odos dif�ceis e nebulosos regidos pela ditadura militar, transforma��es culturais, econ�micas e sociais foram vividos e transmitidos pelo r�dio. Onde estiver acontecendo um fato o r�dio estar� l�, sempre informando, debatendo e, principalmente, abrindo espa�o para as opini�es.
Muitos artistas ficaram formosos propagando suas vozes pelas ondas do r�dio, como a cantora Emilinha Borba, a "Rainha do R�dio", na R�dio Nacional, em 1953, Abelardo Barbosa, o "Chacrinha", na R�dio Difusora Fluminense, entre tantos outros. Em 1926, a R�dio Sociedade de Juiz de Fora foi a pioneira em Minas Gerais, seguida pela R�dio Mineira, de Belo Horizonte, um ano depois.
Com o passar do tempo, as mudan�as foram acontecendo. Hoje existem grandes fus�es de r�dios espalhadas pelo mundo, convergindo conte�do e experi�ncias. Quem sai ganhando � o ouvinte, que pode receber a informa��o de melhor qualidade e com mais rapidez.
Se no in�cio o alcance do r�dio era restrito devido �s limita��es tecnol�gicas, hoje a situa��o � completamente oposta. De casa, em frente � tela do computador, qualquer um pode escutar um locutor que esteja falando em uma r�dio da Argentina, por exemplo. O horizonte foi ampliado gra�as �s inova��es t�cnicas.
Chegada da internet
Uma delas � a internet, que come�ou a ser usada como suporte na transmiss�o de conte�do em meados dos anos 90. A rede mundial de computadores tornou-se uma importante ferramenta das emissoras de r�dio, contribuindo decisivamente para a conquista de novos espa�os.
Esta "dobradinha" entre o r�dio e a internet � vista de maneira positiva pela presidente executiva do Grupo dos Profissionais do R�dio de Minas Gerais (GPR Minas), a jornalista Carmelita Chaves. Segundo ela, a internet � uma realidade das emissoras e abre um leque de possibilidades de interatividade, de participa��o do ouvinte e de troca de informa��es. "Ela (a internet) veio para potencializar o alcance do r�dio, quebrando as barreiras e encurtando as dist�ncias. A informa��o, m�sica e presta��o de servi�os podem ser acompanhas por milhares de pessoas em diversas partes de mundo", salienta.
Outra vantagem citada por Carmelita � a possibilidade do ouvinte participar ativamente da programa��o, enviando e-mails com cr�ticas, elogios e sugest�es, al�m de mensagens ao vivo. "Se a pessoa perdeu algum programa ou o gol da vit�ria seu time de futebol, ela pode acessar � internet e ouvir tudo aquilo e, se quiser, pode at� gravar", acrescenta.
"O r�dio ainda mexe com o imagin�rio das pessoas na media em que o ouvinte ainda fica tentando advinhar como � a imagem da pessoa que esta falando do outro lado. A chegada da internet aproxima o p�blico da pessoa que est� falando do outro lado", diz a jornalista, se referindo � possibilidade da emissora exibir, em seu site, fotos dos comunicadores e dos convidados dos programas.
Na opin�o do radialista e diretor da Associa��o Mineira de R�dio e TV (Amirt), Luiz Carlos Gomes, a internet deve ser usada n�o somente para a divulga��o de conte�dos � longa dist�ncia, mas tamb�m para complementar e, sobretudo, aumentar a qualidade do que est� sendo transmitido. "O caminho do r�dio � a internet, que oferece muitas possibilidades de aprimoramento, tanto no conte�do como nos recursos tecnol�gicos". "Pode-ser criar, novos jingles, vinhetas, chamadas. Alternativas n�o faltam", argumenta.
O jornalista, criador e apresentador do programa humor�stico Esp�tula (veiculado na web r�dio iR�dio), Guilherme Amorim, destaca que, na internet, o r�dio tem a miss�o de explorar a interatividade com o p�blico, ainda que este recurso necessite de adapta��es de um modelo comunicativo �s novas tecnologias. "Creio que, na web, com a possibilidade de exist�ncia de v�rios formatos e solu��es, a r�dio pode colaborar para que a informa��o atenda cada vez mais �s expectativas e desejos individuais dos ouvintes", complementa Amorim.
Todos os tr�s entrevistados foram un�nimes em afirmar que, em tempos de converg�ncia de m�dias, a internet dever ser usada como um meio de complementa��o de conte�do, respeitando os variados perfis do p�blico. "Acho que podemos chamar r�dio, TV e jornal de ferramentas cl�ssicas na transmiss�o de conte�dos e informa��es. A internet, que surgiu em 1995, no Brasil, abriu consideravelmente as possibilidades e as combina��es, mas, como toda novidade, n�o trouxe - e nem trar� - respostas - e sim alternativas. Nos tempos de converg�ncia de m�dia, esses meios v�o acumular fun��es e desafios, com o objetivo de democratizar cada vez mais a informa��o e quebrar paradigmas" , ressalta Guilherme Amorim.
R�dio comemora 85 aos de hist�ria com desafios e conquistas
Um dos mais populares ve�culos de comunica��o est� completando o seu 85� anivers�rio. A influ�ncia deste meio de informa��o no dia a dia das pessoas continua forte e eficaz