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Estado de Minas

Pris�o de serial killer aumenta ansiedade de fam�lias por respostas


08/03/2010 06:24 - atualizado 08/03/2010 14:47

Geni de Melo cobra desde 1999 respostas sobre o desaparecimento da irmã, Selma
Geni de Melo cobra desde 1999 respostas sobre o desaparecimento da irm�, Selma (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
A roseira de flores amarelas plantada na entrada da casa da aposentada Senir Paiva de Souza, de 69 anos, tem para ela um significado muito mais especial do que um mero enfeite de jardim. Simboliza a lembran�a da filha, a secret�ria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Elizabeth de Souza Pinheiro, que tinha 38 anos quando desapareceu, em 10 de mar�o de 1999, ao sair do trabalho, no c�mpus da Pampulha, em Belo Horizonte. A ossada de Elizabeth foi encontrada, por acaso, por oper�rios que em 2005 faziam escava��es na mata da UFMG. O crime completa 11 anos nesta semana e, at� hoje, n�o h� pistas ou ind�cios que levem � identifica��o e pris�o do autor.

A resposta dada pela Pol�cia Civil � sociedade ao prender, em 24 de fevereiro, ap�s tr�s meses de investiga��o, Marcos Antunes Trigueiro – man�aco que confessou ter estuprado e estrangulado cinco mulheres na Grande BH – contrasta com a inefici�ncia na elucida��o de assassinatos ocorridos h� mais tempo, como o da secret�ria Elizabeth. De 1999 a 2009, a Secretaria de Estado de Defesa Social contabiliza 8.827 homic�dios na capital, m�dia de 802 crimes por ano. No ano passado, apenas cerca de 350 acusados, que foram identificados e indiciados, sentaram-se no banco dos r�us do F�rum Lafayette, segundo o promotor Herman Lott, do 2º Tribunal do J�ri. O f�rum n�o informou dados de anos anteriores.

Al�m de Elizabeth Pinheiro, pelo menos outras 17 mulheres desapareceram entre mar�o de 1999 e mar�o de 2001, na capital e em Contagem, na regi�o metropolitana. Muitas sumiram pr�ximo ao Shopping Del Rey, no Bairro Cai�ara, e �s margens do Anel Rodovi�rio e Via Expressa, na Regi�o Noroeste de BH, o que gerou a suspeita da a��o de um serial killer. Corpos ou ossadas de 14 v�timas foram localizados posteriormente, mas as investiga��es policiais n�o avan�aram e os assassinatos continuam sem esclarecimento ou puni��o. Quatro mulheres permanecem desaparecidas. A impunidade nesses casos representa 11 anos de ang�stia e frustra��o para pessoas como dona Senir, que ganhou a muda de roseira do marido na ocasi�o em que a filha desapareceu. “Quando ele me deu, disse que as rosas se chamariam Beth. Quando um bot�o se abre, eu converso com ele. S�o perfumados, como a minha filha era. Quanto � investiga��o, nunca mais nos informaram nada”, resumiu a aposentada, bastante emocionada.

De janeiro a setembro de 2006, pelo menos 25 crian�as, de 3 meses a 14 anos, tamb�m sumiram em Belo Horizonte e regi�o metropolitana. At� agora, quase nada se sabe sobre os crimes. Entre as v�timas est� Pedro Augusto Prates Beltr�o, que desapareceu em agosto de 2006, aos 11 anos, quando saiu de casa, na Regi�o Centro-Sul de BH, para comprar l�pis de cor. A ossada do garoto foi encontrada em 17 de agosto de 2007, na Mata do Camargos, na Noroeste.

Para fam�lias como a do garoto, que espera por justi�a h� anos, a pris�o de Marcos Antunes Trigueiro aumenta ainda mais a ang�stia. “Continuamos sem novidades. Sempre que um fato como esse vem � tona, vivemos a mesma dor, o mesmo pesadelo. Ser� que os familiares destas mulheres (v�timas do serial killer) ficaram mais confortados com a pris�o dele?”, pergunta-se a soci�loga Cl�ia Santos, de 46, m�e de Pedro Augusto. Uma d�vida com que ela continuar� convivendo at� que seja preso quem tirou a vida do seu filho.

Paradeiro

Se dona Senir e Cl�ia t�m a certeza de que seus filhos est�o mortos, a dona de casa Ione Augusta da Silva, de 41, ainda espera reencontrar a filha Carla Emanuelle da Silva, que tinha 11 anos quando saiu de casa para comprar macarr�o num supermercado do Shopping Del Rey. O desaparecimento completou 11 anos no dia 5 e at� hoje n�o foram levantadas pistas do paradeiro da menina. “H� 15 dias a pol�cia me pediu fotos de parentes, para fazer uma imagem envelhecida da Carla, mas n�o h� pistas concretas. Desde que ela sumiu, meu cora��o de m�e n�o vale um tost�o”, disse.

Por meio da assessoria de imprensa da Pol�cia Civil, o chefe da Divis�o de Crimes Contra a Vida, Wagner Pinto, informou que, devido ao excesso de trabalho das delegacias, n�o seria poss�vel comentar cada um dos inqu�ritos sobre desaparecimentos e assassinatos das 18 mulheres e 25 crian�as. O delegado ressalta que as investiga��es est�o em andamento e que todas as informa��es que chegam s�o checadas.

Veja outros detalhes no v�deo da TV Alterosa:


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