
Aos 16 anos, procurou a ajuda de um cirurgi�o pl�stico, que retirou 500 gramas de cada lado. Gabriela se livrou de um quilo de excessos. Terminado o per�odo de recupera��o, realizou outro sonho: ir � praia de biqu�ni, pois sempre desistia das viagens ao procurar um modelo que coubesse nos seios. “Certa vez, rodei a cidade inteira para encontrar um que me servisse, mas nada. Hoje � outra coisa. Todas as roupas ficam boas em mim. Foi a decis�o mais acertada da minha vida. Se tivesse de fazer de novo, n�o teria a menor d�vida”, constata.
Gabriela faz parte das estat�sticas que mostram um novo comportamento do jovem brasileiro. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl�stica (SBCP), os adolescentes j� representam 13% do total de 547 mil cirurgias est�ticas realizadas no Pa�s entre setembro de 2007 a agosto de 2008, ou seja, mais de 70 mil fizeram corre��es cir�rgicas nesse per�odo. Entenda-se por adolescente, meninos e meninas entre 12 e 18 anos.
Para o cirurgi�o pl�stico Ronan Horta, a presen�a constante de adolescentes nos consult�rios come�ou no fim da d�cada de 1990. Ele percebeu esse fen�meno j� em 1992. “A maioria das meninas que me procurava j� tinha corpo de mulher aos 15 anos, sendo que a primeira menstrua��o havia ocorrido h� tr�s, quatro anos. E todas apresentavam altera��es corporais secund�rias e morfol�gicas t�picas de uma mulher.”
Foi essa constata��o que levou o cirurgi�o a fazer um estudo, orientado por pedagogos, com 1 mil question�rios que foram respondidos por adolescentes da rede p�blica de ensino. O resultado mostrou claramente a precocidade da primeira menstrua��o e, como consequ�ncia, das caracter�sticas sexuais secund�rias. O estudo do m�dico mineiro foi publicado em revistas cient�ficas e recebeu os pr�mios nacionais Ari� e Ivo Pitanguy.
A partir da�, a presen�a dos adolescentes se solidificou. “Hoje, � comum encontrar jovens acompanhados das m�es nos consult�rios em busca das cirurgias est�ticas. O que era raro antes, hoje n�o causa mais nenhuma surpresa”, diz Ronan.