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Estado de Minas

Acad�micos repudiam veto � obra de Monteiro Lobato


04/11/2010 20:37

A decis�o do Conselho Nacional de Educa��o (CNE) de retirar da lista de livros distribu�dos �s escolas p�blicas a obra “Ca�adas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato (1882-1948), um dos maiores cl�ssicos da literatura infantojuvenil do pa�s, repercutiu mal entre os integrantes da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em reuni�o plen�ria realizada nesta quinta-feira, no Petit Trianon, na sede da ABL no Rio de Janeiro, os acad�micos reagiram com indigna��o � decis�o do CNE, considerada como uma “tentativa de censura ao livro”.

O parecer da conselheira de educa��o e professora da Faculdade de Educa��o da UFMG Nilma Lino Gomes, sugere que a obra, publicada em 1933, que narra as aventuras da turma do S�tio do Picapau Amarelo em busca de uma on�a-pintada, tem conte�do racista. Os alvos principais seriam a personagem Tia Anast�cia e alguns animais, como o urubu e o macaco.

Em nota divulgada ontem, a ABL se posicionou contra qualquer tipo de veto ou censura � cria��o art�stica. Os acad�micos apoiaram o ministro da Educa��o, Fernando Haddad, que rejeitou o veto do CNE que determinou a proibi��o do livro em todo o pa�s. Eles destacaram que “cabe aos professores orientar os alunos no desenvolvimento de uma leitura cr�tica, ao contr�rio de proibir as crian�as de terem acesso � obra” .

A ABL ressaltou que a obra de Monteiro Lobato, em sua integridade, faz parte do patrim�nio cultural brasileiro. Segundo os acad�micos, um bom leitor sabe que tia Anast�cia encarna a divindade criadora dentro do S�tio do Picapau Amarelo. “Se h� quem se refira a ela como ex-escrava e negra, � porque essa era a cor dela e essa era a realidade dos afro-descendentes no Brasil dessa �poca. N�o � um insulto, � a triste constata��o de uma vergonhosa realidade hist�rica”, sugerem.

Os acad�micos afirmam que � necess�rio aos professores e formuladores de pol�tica educacional ler a obra infantil de Lobato e se familiarizar com ela. “Ent�o saberiam que esses livros s�o motivo de orgulho para uma cultura. E que muito poucos personagens de livros infantis pelo mundo afora s�o dotados da irrever�ncia de Em�lia ou de sua independ�ncia de pensamento. Raros autores estimulam tanto os leitores a pensar por conta pr�pria quanto Lobato, inclusive para discordar dele. Dispens�-lo sumariamente � um desperd�cio”.


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