Uma trag�dia acabou com o pr�-carnaval da cidade de Bandeira do Sul, no Sul de Minas, munic�pio a 440 quil�metros de Belo Horizonte. Durante o desfile de um trio el�trico do “Carnaband 2011”, na tarde de domingo, fios da rede de alta tens�o se romperam e atingiram dezenas de foli�es. No balan�o divulgado pelo Corpo de Bombeiros por volta das 22h, pelo menos 16 pessoas morreram e 50 ficaram feridas. Testemunhas contaram que a fia��o estourou depois de o trio el�trico bater em um poste. Outra vers�o diz que a rede el�trica teria se rompido depois de ser atingida por um roj�o. Dan�arinos e foli�es que estavam sobre o carro ficaram feridos e ca�ram em chamas de uma altura de pelo menos tr�s metros. Os fios energizados ricochetearam no ch�o e atingiram quem brincava pr�ximo ao carro de som, que circulava pela Pra�a Nossa Senhora Aparecida, no Centro da cidade.
“Vi muitas pessoas tendo convuls�o, gente desmaiada e outras com o corpo em carne viva. Fui policial e tentei ajudar como pude, mas em alguns casos n�o havia mais o que fazer. A cena era de guerra: mortos espalhados pelo ch�o e um monte de feridos. Outros corriam em desespero, chorando muito, passando mal. N�o vi se o trio bateu no poste, mas ouvi dizer que soltaram um roj�o que atingiu a fia��o”, contou o advogado Luiz Roberto da Silva, de 41 anos, que estava com a fam�lia na festa de carnaval antecipado.
O acidente ocorreu por volta das 18h, quando a banda Oba Oba se apresentava no alto do caminh�o. Cerca de 5 mil pessoas seguiam o trio el�trico, que no terceiro dia de festa come�ou a tocar �s 14h. No ano passado, segundo a prefeitura, o evento reuniu mais de 8 mil pessoas. De acordo com Roberto, o socorro chegou r�pido, mas n�o foi suficiente para atender a grande quantidade de feridos. Bombeiros dos munic�pios de Po�os de Caldas e Campestre seguiram para o local com ambul�ncias. Policiais militares de outras unidades tamb�m refor�aram as equipes de socorro, que levaram feridos para diversos hospitais da regi�o.
“Com o rompimento dos fios, a cidade ficou sem luz, e o hospital teve dificuldade em atender os feridos. Muitos precisaram ser levados para as cidades pr�ximas. O acidente aconteceu �s 18h e a pra�a ficou cheia at� mais de 20h, com pessoas perambulando assustadas, � procura de not�cias”, disse o advogado.
Festa lotada
Bandeira do Sul tem cerca de 5 mil habitantes, mas costuma receber foli�es da regi�o nesta �poca do ano. Moradores dizem que a cidade estava lotada. “Esta � uma festa muito bonita e a pra�a estava bastante cheia, tanto que nem consegui chegar perto do trio. Quando os cabos se romperam, houve correria e muita gritaria. Tudo muito triste”, lamentou a professora Maria Goretti Zanette, de 48, que aproveitava o evento com o marido e os filhos.
Ainda abalada, a farmac�utica Edna Mara Borges da Silva, de 42, viu as primeiras fa�scas. “Estava com meu marido, sobrinhos e cunhados do outro lado da pra�a. Sa�ram fa�scas da rede el�trica, e meu marido ainda brincou que ia faltar luz na cidade porque houve uma situa��o parecida em um desfile de 7 de setembro. Mas s� quem estava na pra�a hoje (ontem) tem no��o do desespero que foi. Tinha tanta gente queimada, gritando por socorro. O celular n�o funcionava, a cidade ficou �s escuras, e as pessoas corriam pelo meio da rua, � procura dos seus entes”.
Mesmo sem luz e com geradores de emerg�ncia, o Hospital Dona Paulina recebeu os feridos. Segundo informa��es, havia poucos bombeiros para a preven��o da festa. A unidade de Po�os de Caldas enviou 11 militares, quatro carros e tr�s ambul�ncias do Samu para o socorro. “J� recebi dezenas de liga��es de pais preocupados com filhos que foram para o carnaval e est�o sem not�cia. A cidade est� um caos”, informou um oficial, que acompanhava a movimenta��o das equipes.
Uma funcion�ria da Santa Casa da Miseric�rdia de Po�os de Caldas contou que os v�timas eram atendidas em cadeiras e no ch�o. Todos os m�dicos foram convocados e os enfermeiros n�o puderam trocar os turnos. “N�o para de chegar gente. Recebemos pelo menos 30 feridos e j� tivemos cinco �bitos. Estamos atendendo como d�. A PM fechou a rua de acesso ao hospital porque h� muitos parentes em desespero, em busca de not�cias”, contou a mo�a.