
O estudante de medicina V�tor Guilherme Carvalho Ribeiro, de 22 anos, se apresentou ontem � tarde � Pol�cia Civil e confessou ter esfaqueado a colega de sala Maria Luiza Costa Pinto, de 21 anos. No depoimento, na 2ª Delegacia Distrital Sul, V�tor admitiu que o motivo para a tentativa de homic�dio foi passional. Os dois nunca mantiveram um relacionamento, e o acusado se sentia rejeitado. O agressor, que fugiu na noite de s�bado, depois de atacar Maria Luiza na garagem da casa dela, no Bairro Salgado Filho, na Regi�o Oeste da capital, chegou � delegacia acompanhado de dois advogados, um deles seu tio. Demonstrando calma, o universit�rio n�o escondeu o rosto e n�o deu qualquer declara��o. Ele foi ouvido e liberado na noite de ter�a-feira.
“No depoimento, ele admitiu que deu as facadas e explicou que fez isso por amor”, revela o tio e advogado do estudante, Jos� Rattes de Carvalho. Segundo o advogado, o crime cometido pelo estudante causou um “profundo abalo” na fam�lia, principalmente nos pais. Rattes acrescentou que os parentes tomaram conhecimento da a��o por meio da imprensa. “Ele � um rapaz exemplar, sempre dedicado aos estudos. Foi uma surpresa para todos”, salientou. Ainda segundo Rattes, V�tor teria passado por v�rios locais antes de viajar para a cidade natal, Abaet�, na Regi�o Central do estado.
A delegada Daniele Aguiar Carvalho protocolou na tarde de ontem o pedido de pris�o tempor�ria do estudante. Por�m, o requerimento n�o foi apreciado pela Justi�a a tempo e V�tor foi liberado no in�cio da noite. A pr�pria delegada admitiu que, devido � n�o caracteriza��o do flagrante, al�m de o autor n�o ter antecedentes, ele dificilmente responder� ao processo preso. Segundo informa��es preliminares da pol�cia, o acusado responder� por tentativa de homic�dio contra Maria Luiza, com qualificadoras, e por les�o corporal contra o pai da v�tima, A�lton Ant�nio Pinto, de 58 anos, que a salvou da morte.
Recupera��o
De acordo com A�lton Pinto, ele foi procurado na tarde ontem no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII por um irm�o e uma irm� do agressor. “Eles pediram perd�o pelo que o V�tor fez e se colocaram � disposi��o para o que for preciso”, conta. O desejo do pai, a partir de agora, � que o agressor fique longe de Maria Luiza. “Queremos apenas que a Justi�a seja cumprida”, afirmou. A�lton ressaltou que a filha deixou o Centro de Terapia Intensiva (CTI) e que reage bem. Ontem ela j� andava e comia normalmente. “A recupera��o dela est� �tima”, comemora o pai. A jovem passou por um cirurgia para retirada da ves�cula e repara��o dos pulm�es, rins e f�gado.
Maria Luiza Costa Pinto, aluna do 6º per�odo de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), virou alvo da f�ria de ci�mes depois que V�tor, colega de sala da v�tima, a avistou na companhia de um amigo em uma festa na faculdade. O pai da estudante contou que ela j� havia reclamado das abordagens do estudante. Dirigindo um Uno prata, o acusado seguiu sozinho para a rua onde mora a colega e a aguardou por cerca de 40 minutos.
A estudante chegou acompanhada do pai, que foi busc�-la na festa. Guilherme aproveitou a abertura do port�o da garagem para entrar no pr�dio e esfaquear a jovem, que esperava o pai manobrar o carro. Ela foi atingida no pulso, t�rax, nas costas e na cabe�a, levando ao todo cerca de 11 facadas. Ao ouvir os gritos da filha, A�lton correu em dire��o a V�tor, e eles ent�o come�aram a brigar. O pai foi derrubado e atingido por chutes no peito e na m�o. O suspeito fugiu de carro.