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Estado de Minas Nossa hist�ria

Industrializa��o em Minas � legado de JK

Pol�tica do governador mineiro eleito em 1951 com o bin�mio energia e transporte abriu as portas do estado � instala��o de ind�strias para tir�-lo da "ccondena��o" � agropecu�ria


23/07/2011 06:00 - atualizado 23/07/2011 07:24

O estado que hoje ocupa o terceiro lugar do Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s e contribuiu com mais de 10% do total das exporta��es brasileiras nos �ltimos anos – em 2008 foram US$19,5 bilh�es – ainda engatinhava com rela��o � produ��o industrial h� pouco mais de seis d�cadas. Quando Juscelino Kubitschek assumiu o governo estadual, em 1951, algumas medidas adotadas logo nos primeiros meses de seu mandato foram decisivas para acelerar o processo de industrializa��o em Minas Gerais. Durante os anos 1950 e 60 a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte entrou de vez na rota do desenvolvimento industrial, acelerando o ritmo da produ��o nacional.

Durante a campanha eleitoral, o m�dico de Diamantina disputou com Gabriel Passos, ent�o procurador-geral da Rep�blica, o cargo ao Pal�cio da Liberdade. O bin�mio “energia e transporte”, que cinco anos mais tarde faria parte de seu plano de governo na �rea federal, “50 anos em 5”, j� dava o tom das prioridades para a administra��o do estado. A partir do momento em que chegou ao poder, come�ou a p�r em pr�tica a ideia de promover a industrializa��o em um estado at� ent�o “condenado � agricultura e pecu�ria”, como chegou a afirmar nos primeiros discursos como governador.

 

Ao lado do presidente Getúlio Vargas, JK participa da inauguração da siderúrgica Mannesmann, em 1954, década em que a cidade industrial passou a receber empreendimentos de porte
Ao lado do presidente Get�lio Vargas, JK participa da inaugura��o da sider�rgica Mannesmann, em 1954, d�cada em que a cidade industrial passou a receber empreendimentos de porte (foto: Eugenio Silva/O Cruzeiro/EM/D.A Press - 12/8/1954)
Os investimentos na constru��o de tr�s usinas hidrel�tricas – Tronqueiras, Itutinga e Salto Grande – e na oficializa��o das empresas energ�ticas serviriam de motor para as novas ind�strias que se interessassem em abrir empreendimentos no estado. A prioridade para o setor energ�tico resultou na cria��o da Centrais El�tricas de Minas Gerais (Cemig), em 1952. Ainda durante o in�cio da administra��o JK foram oficializadas medidas para a instala��o de v�rias f�bricas ao entorno da cidade, sobretudo na Regi�o do Barreiro e bairros na divisa com Contagem. Em 1954, foi inaugurada a usina sider�rgica do grupo alem�o Mannesmann, que atraiu milhares de trabalhadores do interior do estado para a capital.

Quem acompanhou de perto essas transforma��es foi Franscico Perugini, de 96 anos, que mora na regi�o desde 1939. O descendente de italianos chegou ao local, que ainda n�o era considerado parte da capital mineira, depois de servir o Ex�rcito italiano de Benito Mussolini nos anos que antecederam a 2º Guerra Mundial e encontrou um ambiente completamente rural ao retornar ao seu estado natal. “Existiam somente campos e rios nesta �rea. Nos primeiros anos que estive por aqui, depois de morar duas d�cadas na Europa, era apenas meia d�zia de casas e grandes espa�os de matas. Ao longo dos anos as f�bricas foram se multiplicando, e a chegada das grandes empresas criou um impulso para a regi�o, passaram a chegar pessoas de todos os lados”, lembra Francisco. O aposentado tamb�m n�o se esquece do momento em que recebeu “com muita honra” a visita de JK na Boite Ves�vio, logo depois da vit�ria nas elei��es de 1951. “At� hoje aprovo a forma como ele lidava com a pol�tica, sempre com ideias vision�rias e com um dom para fazer discursos e conversar com as pessoas”, afirma.

Fazendas

A regi�o, que at� o in�cio do s�culo abrigava as fazendas do Pe�o e do Barreiro, foi transformada em cidade sat�lite em 1948 e passou a receber trabalhadores que vinham ganhar a vida com as planta��es de v�rias culturas agr�colas. Com incentivos fiscais do governo estadual e estimuladas tamb�m pela oferta de m�o de obra, as f�bricas come�aram a surgir em grande escala, e os investimentos crescentes colocaram a �rea entre os maiores polos industriais do estado. Entre as primeiras ind�strias formadas na regi�o est� a Cer�mica dos Irm�os Gatti, onde Francisco Perugini trabalhou ao chegar. Hoje, ainda resta uma das chamin�s usadas para a fabrica��o dos materiais que possibilitariam a constru��o de outras f�bricas.

Foi esse crescimento r�pido das ind�strias que levou Expedito Marques, de 73 anos, a deixar o munic�pio de Baldim para morar na concentra��o urbana que se formava. Instalado na Regi�o do Barreiro desde 1961, as oportunidades apareceram para o empreiteiro aposentado em v�rias companhias e, apesar do trabalho pesado nas primeiras f�bricas instaladas por l�, Expedito recorda com muito orgulho do momento de grande atividade econ�mica. “Era tudo bem diferente naquele tempo. Me lembro dos alem�es que trabalhavam com a gente, e o tipo de trabalho era outro, tudo feito manualmente, com uma rotina da manh� at� a noite bem pr�ximo aos fornos”, descreve. O aposentado passou tamb�m pela Belgo- Mineira no final dos anos 60 e viajou com a equipe da Camargo Corr�a para trabalhar em obras em outros estados.

 

Saiba mais / Industrializa��o no Brasil

O processo de industrializa��o no Brasil come�ou dois s�culos depois do desenvolvimento dos primeiros grandes parques industriais na Europa, com pioneirismo na Inglaterra durante o s�culo 18. As restri��es impostas pelo Pacto Colonial impediram a forma��o de f�bricas no per�odo colonial e somente a partir da chegada da fam�lia real portuguesa algumas medidas de abertura reduziram proibi��es impostas por Portugal. No entanto, a disputa com os produtos industrializados ingleses era um empecilho para o desenvolvimento industrial no pa�s, que continuava um passo atr�s dos concorrentes externos. Somente no in�cio do s�culo 20 a ind�stria nacional obt�m for�a, baseada principalmente no crescimento do mercado interno. Com a chegada de Get�lio Vargas ao poder, em 1930, a infraestrutura industrial ganhou investimentos significativos. No entanto, ainda eram feitos em pouca escala no interior do pa�s. 


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