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Estado de Minas

Morte no Peru interrompe planos de brasileiros

Mineiro e paulista mortos no Peru deixam para tr�s sonhos, como a comemora��o de 90 anos do pai, e viagem internacional � Europa com a mulher, programada para a pr�xima semana


postado em 29/07/2011 06:00 / atualizado em 29/07/2011 11:57

O comerciante Augusto Ribeiro Neto, cunhado do geólogo Mário Guedes, se revoltou com noticiário peruano:
O comerciante Augusto Ribeiro Neto, cunhado do ge�logo M�rio Guedes, se revoltou com notici�rio peruano: "A fam�lia est� sofrendo muito" (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Um dos �ltimos sonhos do engenheiro M�rio Bittencourt, de 61 anos, encontrado morto quarta-feira no Peru, era o desejo de comemorar no pr�ximo s�bado o anivers�rio de 90 anos do pai, o banc�rio aposentado Milton Pimentel Bittencourt. A fam�lia se preparava para o evento e o aposentado chegou a reformar um s�tio para a celebra��o. M�rio era aguardado pela fam�lia na quarta-feira, quando chegou a confirma��o da sua morte.

O irm�o dele, o tamb�m engenheiro Cl�udio Ant�nio Soares Bittencourt, de 58, afirma que M�rio era a “nata” da empresa onde trabalhava, a Leme Engenharia, e que h� cerca de dois anos recebeu um pr�mio em Paris por uma barragem feita no Rio Madeira, em Rond�nia, no Norte do Brasil. “A empresa dele ganhou a concorr�ncia gra�as a um estudo feito por ele”, disse o irm�o. “Ele coordenava todos os projetos e gostava de ir ao local para fazer estudos. Fez barragens no Panam�, Costa Rica, Equador e no Chile. Muito prestigiado.” M�rio era muito ligado � fam�lia, refor�a o irm�o. Era o segundo dos tr�s filhos.

O sobrinho Felipe Ribeiro Bittencourt, de 29 anos, tamb�m engenheiro civil, conta que tinha adora��o pelo tio – pessoal e profissionalmente. Destaca a experi�ncia de vida dele e a compet�ncia profissional. “Estamos todos abalados emocionalmente”, disse Felipe, ao falar do sofrimento da mulher de M�rio, a dona de casa F�tima Guerra, e dos filhos, Mariana, de 21, e Bruno, de 18. “Eles perderam a no��o. Para os filhos, o pai era tudo. Meu tio era a base real da fam�lia”, acrescentou.

M�rio morava ao lado da casa dos pais, em Belo Horizonte, e  era extremamente dedicado � fam�lia, segundo o sobrinho. “Todos alimentaram a esperan�a de encontr�-lo vivo, at� chegar a not�cia da sua morte, �s 10h30 de quarta-feira. Eu tinha a certeza de que iria encontr�-lo. Sou engenheiro e vivia ao seu lado. Ele era muito experiente, profundo conhecedor da natureza. De topografia entendia tudo. Ele sabia onde tinha rio, onde tinha �gua. Mesmo se estivesse perdido, n�o seriam dois dias que iriam mat�-lo de fome. Disseram que acharam todos os pertences dele, mas um engenheiro e um ge�logo sempre andam com papel e caneta para fazer anota��es de como o projeto seria. Se estivessem morrendo por algum motivo, teriam deixado uma carta”, disse Felipe.

Amor a Minas

Nos �ltimos di�logos que teve com a fam�lia, pelo computador, M�rio Gramani Guedes n�o escondeu sua expectativa para o fim do trabalho de campo na regi�o da floresta amaz�nica do Peru: “F�riaaaaasss”, ele escreveu no bate-papo, contando os dias para a viagem que faria com a mulher pela Europa. Eles tinham 30 anos de uni�o e embarcariam na segunda-feira, viajando por 18 dias. O ge�logo Guedes era paulista, mas adotou com amor a cidade de Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro, onde morava desde 1987. A mudan�a foi por causa da profiss�o. Os encantos do munic�pio, no entanto, acabaram conquistando o cora��o do corintiano.

“Ele adorava Uberl�ndia e queria envelhecer aqui. Desde 2000, meu pai morava em Belo Horizonte durante a semana, mas n�o deixava de vir para casa toda sexta-feira, para passar o fim de semana com a gente. Ele fazia muita quest�o de estar com a fam�lia e o amor da vida dele era nosso cachorrinho de estima��o, o malt�s Petico. Esta viagem ao Peru era o �ltimo trabalho antes das f�rias e ele estava ansioso porque planejou uma viagem com minha m�e para a Europa. Eles iam conhecer a Alemanha e a Holanda e visitar uma amiga em Londres, cidade de que ele gostava e que queria rever”, contou a filha J�lia, de 30 anos, com dificuldade de usar os termos no passado.

O comerciante Augusto Ribeiro Neto, de 63, cunhado do ge�logo M�rio Guedes, conta que ele deixou dois filhos. Al�m de J�lia, que � m�dica, M�rcio Guedes, de 26. “Sou casado com a irm� de M�rio Guedes. A fam�lia est� sofrendo muito”, disse. Augusto conta que os familiares ficarem revoltados com um jornal peruano que publicou a foto de duas v�timas de acidente de carro identificando-os como se fossem os brasileiros. “Chocou profundamente a fam�lia. O jornal noticiava um fato e colocou a fotografia de uma caminhonete com os corpos, sangrando. S� que, quando fomos verificar, tinha uma carreta tombada ao lado, que n�o tinha a ver com o caso”, disse Augusto.

 

Sem data,  corpos v�m em avi�o

 

A Leme Engenharia, empresa na qual trabalhavam dois brasileiros, mandou um avi�o para resgatar os corpos na cidade peruana de Bagu� Grande e lev�-los para o Brasil. A data de traslado, por�m, n�o foi definida. O embaixador brasileiro, Carlos Alfredo Lazary Teixeira, acompanha o caso, mas nessa quinta-feira ainda n�o havia informa��es sobre a libera��o dos corpos. O ge�logo M�rio Gramani Guedes, de 57 anos, e o engenheiro M�rio Augusto Soares Bitencourt, de 61,  trabalhavam no pr�-projeto de constru��o da hidrel�trica de Vera Cruz.

(foto: Soraia Piva/EM/DA Press)
(foto: Soraia Piva/EM/DA Press)
Teixeira evitou comentar especula��es de que os dois brasileiros teriam sido assassinados por habitantes da regi�o contr�rios � instala��o da usina. Ele reafirmou que n�o h� sinais de viol�ncia nas v�timas e que eles foram encontrados pr�ximos um do outro, com os pertences, m�quinas fotogr�ficas, r�dios e celulares.

LEME Em nota oficial, a Leme Engenharia declarou estar fazendo todos os esfor�os tanto para a execu��o, mais rapidamente poss�vel, do traslado dos corpos para o Brasil quanto para o fornecimento de todas as informa��es dispon�veis aos familiares de M�rio Bittencourt e M�rio Guedes.

Na noite dessa quinta-feira, de acordo com o informe, um representante da empresa se dirigiria a Chiclayo, para onde os corpos seriam encaminhados. A Leme contratou um m�dico-perito particular, para a coleta de amostras suplementares a serem enviadas para o Brasil.

M�rio Bittencourt e M�rio Guedes s�o descritos como profissionais preparados para miss�es como a que era desempenhada no Peru. Eles trabalhavam na regi�o de Ja�n, a aproximadamente 800 quil�metros da capital, Lima. A �rea � de forma��o montanhosa com altitudes variando entre 600 e 1,4 mil metros,  com temperaturas entre 8° e 18°.  A equipe, conforme a Leme, utilizava estradas e trilhas pr�-existentes e profissionais condutores.


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