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Estado de Minas

Laudo refor�a que mineiro morreu envenenado no Peru


postado em 02/08/2011 06:00 / atualizado em 02/08/2011 06:11

Milton Bittencourt, sobrinho do engenheiro, com a certidão:
Milton Bittencourt, sobrinho do engenheiro, com a certid�o: "Podem ter sido mortos pelo contato com uma planta ou animal, mas tamb�m podem ter sido envenenados por algu�m" (foto: Beto Magalh�es/EM/D.A Press )
Em mais um dia de ang�stia e transtornos, a fam�lia do engenheiro mineiro M�rio Augusto Soares Bittencourt, encontrado morto em uma �rea de mata da cidade de Pi�n, na Amaz�nia peruana, recorreu ao Instituto M�dico Legal (IML) de Belo Horizonte para tentar desvendar o mist�rio que envolve a morte. Funcion�rio da Leme Engenharia, Bittencourt fazia levantamento topogr�fico para a instala��o de uma usina hidrel�trica no pa�s vizinho, acompanhado do ge�logo paulista M�rio Gramani Guedes, que foi encontrado nas mesmas circunst�ncias e cujo corpo foi sepultado no domingo. A fam�lia de Bittencourt, que j� havia sofrido com o adiamento do traslado, que n�o p�de ocorrer de s�bado para domingo, como previsto, enfrentou mais um transtorno ontem, com horas de espera para que o corpo desse entrada no IML.

Uma circunst�ncia que s� agravou a ansiedade por respostas. O Minist�rio das Rela��es Exteriores j� havia antecipado que o laudo cadav�rico apontava resultado inconclusivo. Mas as suspeitas da fam�lia de que houve envenenamento foram refor�adas pela certid�o de �bito, assinada pelo vice-c�nsul do Brasil em Lima, Jo�o Gilberto Ferreira de Souza, indicando que a causa da morte foi edema pulmonar e edema cerebral. A circunst�ncia, a mesma da morte do ge�logo, refor�a a tese de que os dois brasileiros morreram da mesma forma.

Duas fotos divulgadas pela imprensa peruana – e consideradas aut�nticas por parentes de Bittencourt – aumentam a desconfian�a da fam�lia. Pelas imagens, ele teria sido localizado pelas autoridades locais ajoelhado, com o tronco projetado para frente. Nas imagens, Guedes aparece deitado de costas, pr�ximo ao colega. Ontem, um avi�o fretado pela Leme Engenharia trouxe para Belo Horizonte o corpo do engenheiro, que s� p�de ser entregue ao IML depois de mais de tr�s horas de espera. A fam�lia havia contratado uma funer�ria, sem saber que o exame por legistas do IML depende de autoriza��o de um delegado. No fim da tarde, um documento assinado pelo chefe do Departamento de Investiga��es da Pol�cia Civil, Edson Moreira, permitiu a nova necropsia, agora feita por autoridades brasileiras.

Toxicologia

Uma equipe de refer�ncia do IML, a mais experiente do setor de Antropolgia Forense, assumiu as an�lises. Acostumados a examinar corpos em avan�ado est�gio de decomposi��o, os legistas tamb�m v�o usar um equipamento chamado cromat�grafo de massa, para tentar identificar se os brasileiros foram envenenados, como suspeitam parentes dos dois. O equipamento consegue distinguir uma entre 20 mil subst�ncias. Segundo o IML, qualquer tipo de morte pode causar edemas pulmonar e cerebral. Por isso, haver� ainda exame toxicol�gico e an�lise das amostras de sangue e tecidos. Os resultados devem ficar prontos em at� 30 dias.

A certid�o com timbre e reconhecimento da Embaixada Brasileira, j� traduzida, afirmava que a legista peruana Luz Virg�nia Reyna Montoya atestou o �bito, determinando os edemas como causa. A data da morte � 25 de julho, dia em que os dois funcion�rios da Leme Engenharia desapareceram. Desde que os corpos foram examinados por peritos peruanos na cidade de Bagua Grande, o Itamaraty sustenta que n�o apresentavam sinais de viol�ncia.

“Esta � uma hist�ria muito estranha. Precisamos saber a quem interessava a morte deles. Eles tiveram edemas pulmonar e cerebral, t�picos de envenenamento, o que acreditamos ser o mais plaus�vel. Os dois estavam pr�ximos, mas muito distantes da estrada de terra em que deveriam estar. Podem ter sido mortos pelo contato com uma planta ou animal, mas tamb�m podem ter sido atra�dos e envenenados por algu�m”, diz o sobrinho do engenheiro, o administrador Milton Bittencourt, de 33 anos.

Os exames laboratoriais complementares aos laudos cadav�ricos peruanos ser�o feitos em Lima, a pedido do Minist�rio das Rela��es Exteriores. A embaixada, segundo parentes de Bittencourt, tamb�m est� com amostras de sangue e tecidos. Ontem, os documentos e pertences pessoais, como a alian�a, foram entregues pela Leme Engenharia � esposa do engenheiro, mas a c�mera fotogr�fica que ele usava ainda ficou retida pelas autoridades brasileiras. A empresa contratou um advogado criminalista para acompanhar as investiga��es no Peru.

O sepultamento de Bittencourt deve ocorrer hoje, no Cemit�rio Parque da Colina. O enterro de Guedes ocorreu no domingo, mesmo dia em que o corpo chegou, no estado de S�o Paulo. O ge�logo morava havia mais de 20 anos em Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro.

Palavra de especialista

Jos� Mauro Morais, m�dico-legista, diretor do IML

Certid�o � inconclusiva

“Para saber a causa dos edemas pulmonar e cerebral, � preciso um trabalho de alta complexidade, uma investiga��o minuciosa, que ser� feita pela melhor equipe de Antropologia Forense do IML. N�o � poss�vel afirmar de imediato que hipotermia ou envenenamento, por exemplo, podem ter sido a causa dessas mortes. Mortes violentas, por acidentes, pancadas e at� naturais tamb�m podem estar relacionadas �s causas descritas na certid�o de �bito dos brasileiros. Edemas significam incha�o. Por isso, qualquer causa de morte pode causar edema cerebral e edema pulmonar.”

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