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Estado de Minas

Nova t�cnica para fertiliza��o in vitro promete diminuir o n�mero de gesta��es m�ltiplas


postado em 04/09/2011 07:27 / atualizado em 04/09/2011 07:48

Adriana, o marido, Caio, e os quadrigêmeos: surpresa, mas felicidade(foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A/Press)
Adriana, o marido, Caio, e os quadrig�meos: surpresa, mas felicidade (foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A/Press)
Desde que a brit�nica Louise Brown veio ao mundo, em julho de 1978, muita coisa mudou. Louise foi o primeiro beb� de proveta do planeta, resultado de um procedimento at� ent�o nunca visto e que transformaria para sempre a maneira de pensar a reprodu��o humana. Seis anos depois, foi a vez de o Brasil presenciar o nascimento de Anna Paula Caldeira, a primeira crian�a “feita em laborat�rio” da Am�rica Latina. De l� para c�, cientistas do mundo inteiro buscam formas de aprimorar as chamadas tecnologias de reprodu��o assistida (TRA). Publicado neste m�s no peri�dico Nature, um estudo de pesquisadores da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos, pode aumentar as chances de sucesso e reduzir a incid�ncia de gesta��es m�ltiplas associadas � fertiliza��o in vitro (FIV), talvez a t�cnica mais conhecida de TRA.

No trabalho, os cientistas observaram o ciclo de desenvolvimento embrion�rio humano e descobriram que, gra�as a uma s�rie de movimentos dentro dos �vulos ao longo das primeiras horas ap�s a fertiliza��o, � poss�vel prever com maior precis�o quais embri�es t�m maiores chances de sobreviver. Anna Ajduk, pesquisadora do Instituto UK Gordon de Pesquisa do C�ncer de Cambridge e uma das autoras do estudo, explica que a ideia � encurtar ao m�ximo o tempo entre a fertiliza��o e a descoberta de quais seriam os mais aptos. “H� registros que indicam que a cultura in vitro de embri�es pode ter efeitos negativos sobre eles e no sucesso da gravidez”, justifica.

Normalmente, ap�s a fertiliza��o os embri�es s�o cultivados por tr�s a seis dias. Nesse per�odo, os m�dicos avaliam seu desenvolvimento e sua morfologia diariamente, para que somente aqueles que pare�am em boas condi��es sejam transferidos para o �tero da paciente. O estudo apontou, contudo, que metade dos embri�es humanos param de se desenvolver antes do est�gio inicial do desenvolvimento embrion�rio, chamado blastocisto. O resultado s�o pacientes implantadas com mais de um embri�o por vez, o que pode ocasionar a t�o famosa gravidez m�ltipla.

A pesquisa come�ou h� cinco anos, mas Ajduk admite que, embora as fases do desenvolvimento das c�lulas sejam semelhantes para humanos e v�rias outras esp�cies de animais, a t�cnica s� foi testada em embri�es de ratos. “� prov�vel que o custo seja um pouco maior, mas n�o deve ser muito mais caro, pois (o m�todo) utiliza equipamentos como c�meras, computadores e microsc�pios e, uma vez adquiridas, essas m�quinas podem ser usadas por muitos anos e para v�rios outros tratamentos”, refor�a Karl Swann, pesquisador do Departamento de Obstetr�cia e Ginecologia da Universidade Cardiff, no Reino Unido, e tamb�m participante do estudo.

Primeiros est�gios Para Adelino Amaral Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodu��o Assistida (SBRA) e diretor do Centro de Assist�ncia em Reprodu��o Humana G�nesis, � preciso conter a empolga��o acerca de estudos sobre reprodu��o assistida. Por estarem em fase experimental, ele frisa que pode demorar at� que as cl�nicas especializadas incorporem as novas descobertas. “Ainda sabe-se pouco sobre medicina reprodutiva. Por isso, experimentos como esse precisam se repetir e se aprofundar at� que se chegue a uma conclus�o”, completa.

Al�m de pesquisar o �vulo, Vin�cius Medina Lopes, ginecologista e tamb�m especialista em reprodu��o humana menciona a import�ncia de estudos voltados para os espermatozoides. Segundo ele, entre 30% e 35% das causas de infertilidade s�o identificadas no s�men. Dentre os mais comuns, Lopes destaca espermatozoides com formatos an�malos ou produzidos em pequena quantidade. “Antigamente, os homens produziam cerca de 40 milh�es de espermatozoides por ejacula��o. Agora, essa m�dia � de 32 milh�es”, completa Lopes. A falta de h�bitos saud�veis e fatores ambientais, como a polui��o, podem estar entre os motivos para essa diminui��o.
Adriana Nava Fatureto, 31 anos, faz parte das estat�sticas mencionadas pelo m�dico. Por conta da teratozoospermia do marido (quando mais da metade dos espermatozoides s�o anormais), a servidora p�blica resolveu tentar a reprodu��o assistida. Ap�s alguns exames, Adriana submeteu-se � fertiliza��o uterina, na qual o esperma � diretamente colocado no �tero. “Depois de 14 dias, fiz uma ecografia e descobri que estava gr�vida de quatro beb�s”, conta. Mesmo com a surpresa inicial, por�m, hoje ela jura que o resultado n�o poderia ter sido melhor. “Foi um susto, mas n�o escolheria ter s� um se pudesse”, confessa.


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