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Estado de Minas

Em menos de duas semanas, duas mineiras mortas nos EUA

Imigrantes do Vale do Rio Doce s�o acusados de assassinar companheiras a facadas e por espancamento em Massachusetts. Um deles tentou suic�dio e outro j� retornou ao Brasil


29/09/2011 06:00 - atualizado 29/09/2011 07:33

 

Patrícia Fernanda Teixeira Fróes foi esfaqueada segunda-feira pelo ex-marido, Marcello Almeida, de quem estava separada há menos de um mês. Os dois eram naturais de Frei Inocêncio
Patr�cia Fernanda Teixeira Fr�es foi esfaqueada segunda-feira pelo ex-marido, Marcello Almeida, de quem estava separada h� menos de um m�s. Os dois eram naturais de Frei Inoc�ncio (foto: Arquivo Pessoal)
Em menos de uma semana, dois crimes passionais envolvendo mineiros no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Nos dois casos, mulheres teriam sido assassinadas pelos companheiros. De acordo com as investiga��es, na segunda-feira a jovem Patr�cia Fernanda Teixeira Fr�es, de 24 anos, natural de Frei Inoc�ncio, no Vale do Rio Doce, foi morta a facadas por Marcello Almeida, de 41, de quem estava separada h� menos de um m�s. O crime ocorreu em Marshfield.


No dia 21, na cidade de Brighton, Edinalva Ferreira da Silva, de 30, foi encontrada morta em seu apartamento. Segundo informa��es repassadas pela pol�cia local ao Itamaraty, ela foi assassinada com golpes na cabe�a 15 dias antes de o corpo ser encontrado. O marido, principal suspeito, teria recolhido o dinheiro do casal e voltado para o Brasil. O corpo de Edinalva chega a Belo Horizonte amanh� e ela ser� sepultada em Sobr�lia, no Vale do Rio Doce. O Consulado do Brasil em Boston acompanha as investiga��es.

M�e de Patr�cia, a servente escolar Roseli Fr�es Ferreira, de 46 anos, n�o consegue esconder a dor e a surpresa pela a morte da filha. A jovem realizava o sonho de ter uma vida melhor no exterior e mensalmente depositava para a m�e, vi�va, uma ajuda de custo, tamb�m usada para manter o filho do casal, de 5 anos. O marido, tamb�m de Frei Inoc�ncio, � de uma fam�lia amiga, mas andava nervoso e ciumento, segundo Roseli, provavelmente pelo uso de drogas. Os dois estavam juntos h� seis anos e Patr�cia morava com ele nos Estados Unidos h� quatro.

"Ela sempre quis morar fora, para nos dar uma vida melhor. Patr�cia teve uma inf�ncia humilde e desde pequena dizia que ia ser dentista nos Estados Unidos. Ela tinha 18 anos quando tentou a travessia pelo M�xico, mas n�o conseguiu e voltou para casa. H� quatro anos, obteve o visto e foi atr�s de Marcello, que morava l� desde o in�cio da gravidez. Ela deixou o beb� comigo e trabalhava em faxinas durante o dia e numa pizzaria � noite. A vontade dela era de mandar a gente para l�, mas eu morria de medo de avi�o. Ela era uma filha maravilhosa e n�o merecia isso. A m�e do Marcello � muito minha amiga e tamb�m est� sofrendo muito. S� quero justi�a", lamenta Roseli.

Ci�mes

Marcello Almeida, suspeito de assassinar a ex
Marcello Almeida, suspeito de assassinar a ex (foto: Arquivo Pessoal)
Segundo a pol�cia, Patr�cia foi morta com v�rias facadas. O corpo dela foi encontrado no corredor do pr�dio onde morava, em Marshfield. Ela estava separada h� cerca de um m�s, mas os dois moravam no mesmo edif�cio, em apartamentos diferentes. Vizinhos chamaram a pol�cia e Marcello se escondeu no pr�dio. Ele teria tentado suic�dio e est� internado, sob escolta policial. Roseli diz que a filha era apaixonada pelo marido, embora eles tenham ficado afastados durante toda a gravidez. Segundo ela, Patr�cia chegou a sair de casa duas vezes por causa das brigas.

"Ele foi embora e nunca a procurou durante a gravidez, s� depois que o menino nasceu. A�, n�o parou mais de insistir para que ela mudasse para os Estados Unidos. Eles se tratavam com muito amor, mas em maio percebi que ela estava distante. Fal�vamos sempre pela internet e um dia a Pati disse que ele a tratava mal, era muito ciumento e que ia se separar. Mas ele n�o aceitava e ligava para mim implorando para eu convenc�-la do contr�rio. Ela saiu de casa uma vez e voltou 15 dias depois, mas descobriu que ele usava drogas e quis se separar de vez. Marcello passou a ligar sempre nervoso, me amea�ando e ao meu neto. Mas depois pedia desculpas. Nunca imaginei que uma coisa assim poderia ocorrer. � uma trag�dia para as duas fam�lias", desabafou Roseli.

Em Minas, suspeito nega crime

No dia 21, a mineira Edinalva Ferreira da Silva, de 30 anos, de Sobr�lia, no Vale do Rio Doce, foi encontrada morta por colegas de trabalho preocupados com sua aus�ncia por quase duas semanas. Ela trabalhava como faxineira e era casada h� tr�s anos com Paulo S�rgio Vieira, de 31, tamb�m de Sobr�lia. O Itamaraty informa que a causa da morte foi espancamento e traumatismo craniano e que, segundo a pol�cia local, o principal suspeito � o marido.

"Ele chegou no dia 6 dizendo que minha filha s� voltaria no ano que vem, que ele a esperaria aqui. Estava rindo, bebeu e comeu aqui em casa e ainda trouxe o �lbum de fotos do casamento. Mas est�vamos preocupados porquedesde o in�cio de setembro n�o consegu�amos falar com ela. Soubemos por familiares, que est�o acompanhando as investiga��es l�, que ele pegou US$ 3 mil do cofre da casa deles e comprou uma passagem para o Brasil. Ele cortou o cabelo e trouxe tudo o que era dele. Foi premeditado, pois ele s� deixou para tr�s o que mais nos importava", desabafa o pai de Edinalva, o taxista Jandir Ferreira da Silva, de 66.

O corpo da faxineira estava em avan�ado est�gio de decomposi��o. A fam�lia conta que Paulo S�rgio chegou a ligar para amigas dela, informando que a mulher estava doente e ficaria em casa at� se recuperar. "Ele dizia que gostava dela, que n�o queria perd�-la. Minha filha dizia que ele era muito ciumento", contou a m�e, dona Em�lia. "Ela era nossa ca�ula, juntou cada centavo dos US$ 10.500 para chegar aos Estados Unidos e dizia que ia fazer faculdade quando voltasse para o Brasil. Edinalva estava l� h� sete anos e conheceu o Paulo S�rgio, que j� morava l�. Agora a gente quer Justi�a nem que ela seja feita aqui", diz o pai.

Acusado

Paulo S�rgio deixou os Estados Unidos no dia 5 e garante que a mulher tinha sa�do de casa para trabalhar. Por telefone, na casa dos pais, em Sobr�lia, ele diz que voltou porque estava sentindo muitas dores nas costas e nos rins. "N�o havia problema nenhum entre a gente. Combinei de esperar por ela aqui e fiquei muito triste de isso acontecer logo depois que sa�. A pol�cia diz que sou suspeito porque s� mor�vamos n�s dois e eu era o marido. Mas nem posso voltar para esclarecer nada porque n�o tenho documentos. N�o sei o que houve", afirmou, com voz calma.

Segundo o Itamaraty, a Constitui��o Federal n�o permite a extradi��o de nenhum brasileiro, ainda que ele seja indiciado pelo crime. No entanto, o C�digo Penal prev� que o acusado seja ser procurado e julgado no Brasil. Nesste caso, a pena pelo crime que cometeu no exterior tamb�m � cumprida em territ�rio brasileiro.

Oper�rios aguardam julgamento

Est� marcado para dezembro na corte de Douglas, nos Estados Unidos, o julgamento do oper�rio Valdeir Gon�alves dos Santos, de 30, natural de Ipaba, no Vale do Rio Doce, que confessou ter participado do assassinato de um casal de catarinense radicado naquele pa�s e o filho deles, de 7 anos, na cidade de Omaha, no estado de Nebraska. A confiss�o foi um acordo com a promotoria, para escapar do corredor da morte, depois que a mulher dele confirmou � Justi�a que ele admitiu ter assassinado o patr�o, o empres�rio Vanderlei Szczepanik, a mulher dele, Jaqueline, ambos de 43 anos, e o filho do casal, Cristopher. Na vers�o da mulher, Valdeir teria dito que torturou o patr�o at� a morte, o esquartejou e jogou no rio com os outros corpos. O motivo seria um descontentamento com os sal�rios. Ele acusa outros dois trabalhadores de Ipaba, Jos� Carlos Coutinho, de 37, e Elias Louren�o Batista, de 29. Jos� Carlos tamb�m est� preso nos Estados Unidos acusado de mandante e poder� at� enfrentar o corredor da morte. Elias foi deportado para o Brasil. Os dois negam os crimes.

 


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