
M�e de Patr�cia, a servente escolar Roseli Fr�es Ferreira, de 46 anos, n�o consegue esconder a dor e a surpresa pela a morte da filha. A jovem realizava o sonho de ter uma vida melhor no exterior e mensalmente depositava para a m�e, vi�va, uma ajuda de custo, tamb�m usada para manter o filho do casal, de 5 anos. O marido, tamb�m de Frei Inoc�ncio, � de uma fam�lia amiga, mas andava nervoso e ciumento, segundo Roseli, provavelmente pelo uso de drogas. Os dois estavam juntos h� seis anos e Patr�cia morava com ele nos Estados Unidos h� quatro.
"Ela sempre quis morar fora, para nos dar uma vida melhor. Patr�cia teve uma inf�ncia humilde e desde pequena dizia que ia ser dentista nos Estados Unidos. Ela tinha 18 anos quando tentou a travessia pelo M�xico, mas n�o conseguiu e voltou para casa. H� quatro anos, obteve o visto e foi atr�s de Marcello, que morava l� desde o in�cio da gravidez. Ela deixou o beb� comigo e trabalhava em faxinas durante o dia e numa pizzaria � noite. A vontade dela era de mandar a gente para l�, mas eu morria de medo de avi�o. Ela era uma filha maravilhosa e n�o merecia isso. A m�e do Marcello � muito minha amiga e tamb�m est� sofrendo muito. S� quero justi�a", lamenta Roseli.
Ci�mes

"Ele foi embora e nunca a procurou durante a gravidez, s� depois que o menino nasceu. A�, n�o parou mais de insistir para que ela mudasse para os Estados Unidos. Eles se tratavam com muito amor, mas em maio percebi que ela estava distante. Fal�vamos sempre pela internet e um dia a Pati disse que ele a tratava mal, era muito ciumento e que ia se separar. Mas ele n�o aceitava e ligava para mim implorando para eu convenc�-la do contr�rio. Ela saiu de casa uma vez e voltou 15 dias depois, mas descobriu que ele usava drogas e quis se separar de vez. Marcello passou a ligar sempre nervoso, me amea�ando e ao meu neto. Mas depois pedia desculpas. Nunca imaginei que uma coisa assim poderia ocorrer. � uma trag�dia para as duas fam�lias", desabafou Roseli.
Em Minas, suspeito nega crime
No dia 21, a mineira Edinalva Ferreira da Silva, de 30 anos, de Sobr�lia, no Vale do Rio Doce, foi encontrada morta por colegas de trabalho preocupados com sua aus�ncia por quase duas semanas. Ela trabalhava como faxineira e era casada h� tr�s anos com Paulo S�rgio Vieira, de 31, tamb�m de Sobr�lia. O Itamaraty informa que a causa da morte foi espancamento e traumatismo craniano e que, segundo a pol�cia local, o principal suspeito � o marido.
"Ele chegou no dia 6 dizendo que minha filha s� voltaria no ano que vem, que ele a esperaria aqui. Estava rindo, bebeu e comeu aqui em casa e ainda trouxe o �lbum de fotos do casamento. Mas est�vamos preocupados porquedesde o in�cio de setembro n�o consegu�amos falar com ela. Soubemos por familiares, que est�o acompanhando as investiga��es l�, que ele pegou US$ 3 mil do cofre da casa deles e comprou uma passagem para o Brasil. Ele cortou o cabelo e trouxe tudo o que era dele. Foi premeditado, pois ele s� deixou para tr�s o que mais nos importava", desabafa o pai de Edinalva, o taxista Jandir Ferreira da Silva, de 66.
O corpo da faxineira estava em avan�ado est�gio de decomposi��o. A fam�lia conta que Paulo S�rgio chegou a ligar para amigas dela, informando que a mulher estava doente e ficaria em casa at� se recuperar. "Ele dizia que gostava dela, que n�o queria perd�-la. Minha filha dizia que ele era muito ciumento", contou a m�e, dona Em�lia. "Ela era nossa ca�ula, juntou cada centavo dos US$ 10.500 para chegar aos Estados Unidos e dizia que ia fazer faculdade quando voltasse para o Brasil. Edinalva estava l� h� sete anos e conheceu o Paulo S�rgio, que j� morava l�. Agora a gente quer Justi�a nem que ela seja feita aqui", diz o pai.
Acusado
Paulo S�rgio deixou os Estados Unidos no dia 5 e garante que a mulher tinha sa�do de casa para trabalhar. Por telefone, na casa dos pais, em Sobr�lia, ele diz que voltou porque estava sentindo muitas dores nas costas e nos rins. "N�o havia problema nenhum entre a gente. Combinei de esperar por ela aqui e fiquei muito triste de isso acontecer logo depois que sa�. A pol�cia diz que sou suspeito porque s� mor�vamos n�s dois e eu era o marido. Mas nem posso voltar para esclarecer nada porque n�o tenho documentos. N�o sei o que houve", afirmou, com voz calma.
Segundo o Itamaraty, a Constitui��o Federal n�o permite a extradi��o de nenhum brasileiro, ainda que ele seja indiciado pelo crime. No entanto, o C�digo Penal prev� que o acusado seja ser procurado e julgado no Brasil. Nesste caso, a pena pelo crime que cometeu no exterior tamb�m � cumprida em territ�rio brasileiro.
Oper�rios aguardam julgamento
Est� marcado para dezembro na corte de Douglas, nos Estados Unidos, o julgamento do oper�rio Valdeir Gon�alves dos Santos, de 30, natural de Ipaba, no Vale do Rio Doce, que confessou ter participado do assassinato de um casal de catarinense radicado naquele pa�s e o filho deles, de 7 anos, na cidade de Omaha, no estado de Nebraska. A confiss�o foi um acordo com a promotoria, para escapar do corredor da morte, depois que a mulher dele confirmou � Justi�a que ele admitiu ter assassinado o patr�o, o empres�rio Vanderlei Szczepanik, a mulher dele, Jaqueline, ambos de 43 anos, e o filho do casal, Cristopher. Na vers�o da mulher, Valdeir teria dito que torturou o patr�o at� a morte, o esquartejou e jogou no rio com os outros corpos. O motivo seria um descontentamento com os sal�rios. Ele acusa outros dois trabalhadores de Ipaba, Jos� Carlos Coutinho, de 37, e Elias Louren�o Batista, de 29. Jos� Carlos tamb�m est� preso nos Estados Unidos acusado de mandante e poder� at� enfrentar o corredor da morte. Elias foi deportado para o Brasil. Os dois negam os crimes.