Uma pesquisa in�dita encomendada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) levantou dados sobre moradores de rua no estado. O levantamento, feito em 222 munic�pios, mostra um dado preocupante. Das pessoas ouvidas, 81,3% afirmaram ter algum tipo depend�ncia qu�mica. O acesso ao cigarro, bebidas e crack � um caminho sem volta para os moradores de rua. Para 67,5% dos entrevistados o v�cio est� relacionado ao tabaco, 68,7% ao �lcool e 23,1% �s drogas.
A pesquisa tamb�m aponta que a aus�ncia de familiares n�o � o motivo que leva as pessoas a morarem na ruas. Ao todo, 94% das pessoas ouvidas afirmaram que possuem familiares e parentes e que, mesmo assim, continuam sem moradia fixa. Os resultados revelaram que 86,4% dos moradores de rua identificados no estudo s�o homens, 58% t�m entre 26 e 45 anos e 62,5% s�o solteiros. Outro dado importante � que 92,9% possuem algum grau de alfabetiza��o.
A pesquisa foi feita ao longo de 2010 pela Pastoral do Povo de Rua (CNBB). O objetivo � levantar e analisar as condi��es socioecon�micas, pol�ticas e culturais da popula��o em situa��o de rua. Segundo a Sedese, o levantamento vai contribuir para a implementa��o de pol�ticas e a��es municipais que minimizem a exclus�o dessa parcela da popula��o.
Obst�culos
A falta de seguran�a � a maior dificuldade que os moradores de rua enfrentam na rotina das cidades e foi citado por 40,4% dos entrevistados. Al�m do medo de viol�ncia, essas pessoas tamb�m falaram sobre os desafios para se alimentar, enfrentar condi��es clim�ticas, falta de banheiro e de privacidade, al�m da discrimina��o.
Muitos t�m a expectativa de vencer a vida n�made e o desemprego. A falta de trabalho foi apontada por 38,4% como o maior obst�culos para deixar as ruas e aus�ncia de moradia � a preocupa��o de 29,4%. Mesmo assim, essas pessoas mostram que t�m esperan�a em reverter a situa��o. Dos entrevistados, 73,4% disseram que esperam ter oportunidade para fazer um curso profissionalizante. No entanto, apenas 11,4% gostariam de resgatar a rela��o com as fam�lias e criar condi��es para voltar para casa.
BH pioneira
Depois de uma concorr�ncia entre os 26 estado do Brasil e mais o Distrito Federal, Minas Gerais saiu na frente recebeu o Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da Popula��o em Situa��o de Rua e Catadores de Materiais Recicl�veis (CNDDH). O centro inaugurado em abril deste ano e fica no Barro Preto, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. No CNDDH, os moradores de rua de catadores de papel podem participar de a��es educativas e atividades de forma��o e esclarecimento sobre os direitos fundamentais, cidadania e democracia.
Mais de 80% dos moradores de rua em Minas sofrem de depend�ncia qu�mica
Segundo pesquisa encomendada pela Sedese, o cigarro, �lcool e drogas s�o vil�es das pessoas em situa��o de rua