
A pol�cia investiga um sumi�o misterioso de sete pessoas da mesma fam�lia em Belo Horizonte, que pode estar relacionado a uma seita. Cinco irm�s, o pai, de 81 anos, e a neta dele, de 4, n�o s�o mais vistos desde que a m�e das mulheres morreu, em 26 de fevereiro deste ano. De acordo com a delegada Cristina Coelli, da Delegacia Especializada em Localiza��o de Pessoas Desaparecidas da capital, a aposentada, que era portadora de necessidades especiais e tinha diabetes, morreu em um ritual realizado pelas filhas, que acreditavam poder cur�-la sem o uso de rem�dios.
“A seita teve in�cio no final de janeiro, quando uma das filhas de um n�cleo familiar de 11 irm�os voltou para casa dos pais depois de se separar do marido. Ela convenceu quatro irm�s a criar o grupo e os outros, que n�o aceitaram, foram expulsos de casa”, afirma a delegada. “Durante os rituais, as mulheres jejuavam e alimentavam a m�e apenas com �gua, p�o e biscoitos. Al�m disso, suspenderam a medica��o que ela tomava”, disse Cristina Coelli.
Na c�pia do atestado de �bito obtido pelos irm�os que haviam deixado a resid�ncia, foi registrado que a idosa morreu por problemas card�acos, mas a veracidade do documento � questionada pela fam�lia. “A pol�cia foi acionada no dia da morte e as irm�s apresentaram um atestado de �bito feito, segundo elas, por um m�dico da fam�lia. Por�m os outros irm�o n�o conhecem o profissional”, revela Cristina Coelli.
Os rituais aconteciam no Bairro Ipanema, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. A mulher considerada a l�der do grupo apresentava comportamentos estranhos na casa. Segundo a pol�cia, ela se arrastava pelo ch�o, uivava e rosnava. “Ela falava que tudo que colocava a m�o tinha influ�ncia demon�aca e mandava as outras irm�s quebrarem os objetos que ela tocava”, disse a delegada. A destrui��o foi flagrada pelos policiais, que fizeram uma per�cia no im�vel. “A casa est� praticamente vazia e destru�da. Elas colocaram fogo em v�rios m�veis e destru�ram algumas paredes”, conta Cristina Coelli. Os rituais foram classificados pela pol�cia como um transtorno psic�tico compartilhado instalado na fam�lia.
Para a pol�cia, a prioridade agora � encontrar o idoso e a crian�a, que correm risco por serem mais vulner�veis. “Contamos com a ajuda da sociedade para passar informa��es sobre a localiza��o deles e sobre a seita. Os dados podem ser passados pela n�mero 0800 2828 197", orienta a delegada.
As cinco irm�s podem responder por homic�dio por dolo eventual, pois assumiram o risco da morte.