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Estado de Minas

Baderna invade as ruas do Cidade Nova, em BH

Mobiliza��o de ao menos 10 mil pessoas pela internet leva confus�o �s ruas do Bairro Cidade Nova, com direito a guerra de garrafas de vidro. PM considerou ato 'total irresponsabilidade'


postado em 05/03/2012 06:45 / atualizado em 05/03/2012 06:50

Moradores tiveram de passar a manhã de domingo limpando ruas e calçadas(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Moradores tiveram de passar a manh� de domingo limpando ruas e cal�adas (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Muita bebida, som alto, pessoas urinando nas ruas, estacionamento em cima das cal�adas e nenhuma autoriza��o da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Essas foram as caracter�sticas do evento Bloco Cidade Love, organizado pela rede social Facebook, que reuniu ao menos 10 mil pessoas e causou transtorno aos moradores do Bairro Cidade Nova, na Regi�o Nordeste da capital, no s�bado, deixando rastro de muita sujeira nas ruas Deputado Bernardino Sena Figueiredo, Professor Amed�e Peret e Avenida J�lio Otaviano Ferreira. Como as pessoas tomaram as ruas, moradores ficaram ‘presos’ dentro de suas casas. Ontem pela manh�, diante de tanto lixo, eles se reuniram em mutir�o de limpeza para recolher o grande n�mero de garrafas de vidro espalhadas por todos os lados.

A Pol�cia Militar culpou a organiza��o do bloco, que mobilizou as pessoas pela internet sem autoriza��o da prefeitura. “� uma grande irresponsabilidade. O evento n�o teve autoriza��o devida e, por essa raz�o, a pol�cia desconhecia a festa”, disse o comandante do 16º Batalh�o da PM, tenente-coronel Robson Jos� de Queiroz, acrescentando que o gestor do turno que trabalhava no momento da confus�o precisou mobilizar v�rios policiais para dar conta do tamanho do evento. “De fato ocorreram v�rias confus�es, mas a PM avaliou que a melhor sa�da era garantir a seguran�a, em vez de p�r fim ao evento. Registramos boletim de ocorr�ncia a ser encaminhado amanh� (hoje) ao Minist�rio P�blico mostrando que os organizadores fizeram um evento sem autoriza��o.”

At� ontem � noite, um site que traz atra��es culturais em BH mantinha o an�ncio da festa, alardeando que “as ruas do Bairro Cidade Nova prometem se encher de alegria neste s�bado, das 14h �s 22h. S�o esperadas mais de 2 mil pessoas.” Segundo os moradores, algumas pessoas em nome da organiza��o do evento at� procuraram donos de casas e apartamentos, principalmente na esquina das ruas Bernardino Sena Figueiredo e Professor Amed�e Peret pedindo autoriza��o. “Eles disseram que seria uma esp�cie de ressaca do carnaval das 14h �s 22h e n�o colocamos restri��es”, contou a aposentada Ana Maria Parreiras, de 60 anos, cuja frente da casa concentrou o evento. No entanto, n�o foi o que se viu. O engenheiro Paulo Roberto Vasconcelos, de 66, garantiu que no in�cio a festa corria sem problemas. “N�o tinha muita gente e todos se comportavam bem. Por�m, quando pararam os carros de som, a� a situa��o ficou insustent�vel. Duas turmas se formaram na Rua Amed�e Peret e uma jogava garrafas de vidro na outra.”

Os respons�veis por um bar em frente ao Parque Ecol�gico do Bairro Cidade Nova, na mesma rua do evento, fecharam o estabelecimento assim que a multid�o se formou. “A rua virou um campo de guerra. Resolvemos ent�o fechar, por precau��o. Vimos v�rias brigas que encheram o asfalto de sangue. Uma equipe do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) chegou a comparecer, mas o carro teve dificuldades para passar”, contou uma das propriet�rias.

O momento mais cr�tico ocorreu por volta das 20h, quando a PM chegou e tirou os carros de som que atormentavam os moradores. At� a Igreja Santa Luzia foi prejudicada com a algazarra. “A missa das 19h foi celebrada com pouca gente, devido ao barulho ensurdecedor ao fundo”, disse padre Pedro Santos. “Um casamento estava marcado para as 20h30, mas as pessoas n�o conseguiram chegar e tudo se atrasou. Tive que conversar muito com a noiva para tentar contornar a situa��o”, acrescentou.

Ontem, a primeira atitude da s�ndica do edif�cio na esquina das ruas Amed�e Peret e Bernardino Figueiredo, Claudilene Moreira, de 41 anos, foi telefonar para a Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) pedindo provid�ncias com rela��o � limpeza. “Eles pediram tr�s ou quatro dias para limpar, ent�o os cinco moradores do pr�dio resolveram adiantar o servi�o. Os participantes da festa tamb�m quebraram uma pedra de m�rmore na entrada da garagem”, disse. Foram necess�rias diversas caixas para acomodar as garrafas jogadas nas ruas. Tudo de vidro. Um dos moradores do condom�nio, Ant�nio Andrade, de 67, confirmou que o transtorno foi geral. “Estava complicado at� para sair a p�. Foi preciso negociar com as pessoas para que pud�ssemos sair de nossas casas.”

Cancelamento
O estudante Augusto Figueiredo Rodrigues, de 18 anos, foi um dos que ajudaram na limpeza na tarde de ontem, com amigos de um grupo de jovens da Igreja Santa Luzia. Ele participou de boa parte do evento e contou que, “quando os organizadores souberam do veto do evento pela PBH, cancelaram a reuni�o pelo Facebook e espalharam cartazes pelas ruas anunciando o fim do bloco”, disse o estudante. Por�m, cerca de 10 mil pessoas, segundo estimativa da Pol�cia Militar, j� estavam mobilizadas. “Acredito que outras pessoas aproveitaram da situa��o em nome de outro bloco de carnaval para fazer a festa”, acrescentou o estudante Augusto.

A PBH informou que chegou a ser procurada para licenciar o evento, por�m, como faltou o laudo do Corpo de Bombeiros, a licen�a foi negada. Segundo a administra��o municipal, os preju�zos ser�o avaliados e as puni��es cab�veis ser�o aplicadas de acordo com o porte do evento. O EM tentou entrar em contato com os respons�veis pelo Bloco Cidade Love, mas n�o encontrou ningu�m, assim como na BHTrans, para responder �s cr�ticas dos moradores de que chamaram a autarquia e nenhum representante compareceu ao local.

Mem�ria - Patrim�nio atingido
No dia 12, um evento licenciado na Regional Centro-Sul da Prefeitura de Belo Horizonte com o nome 1º Concurso Mineiro de Marchinhas de Carnaval levou destrui��o � Pra�a da Liberdade, nos bairros Lourdes e Funcion�rios. A organiza��o garante que prestou todas as informa��es � PBH sobre as atra��es da festa, por�m, a administra��o municipal diz que o show da banda Monobloco, que arrasta milhares de f�s por onde passa, n�o foi mencionado no licenciamento. O resultado foram cerca de 10 mil pessoas na pra�a e um rastro de destrui��o, com grama destru�da, canteiros danificados, lumin�ria arrancada, lixo espalhado, cheiro de urina por todo lado e lustres roubados no Museu das Minas e do Metal. A PBH multou os organizadores em cerca de R$ 1,2 mil por “realizar evento em logradouro p�blico em desconformidade com a licen�a ou com as normas”, conforme o C�digo de Posturas.

 


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