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Estado de Minas

Pr�dios p�blicos com caixas eletr�nicos viram alvos f�ceis e lucrativos para bandidos

Ataques a caixas eletr�nicos instalados em pr�dios p�blicos aumentam em Minas Gerais. Quadrilhas agem com tranquilidade, atra�das pela fragilidade da seguran�a nesses locais


postado em 14/03/2012 06:00 / atualizado em 14/03/2012 07:30

Maçaricos foram usados para cortar equipamentos bancários no Centro Administrativo da Prefeitura de Betim, no domingo(foto: Moisés Silva/EM/D.A Press - 11/3/12)
Ma�aricos foram usados para cortar equipamentos banc�rios no Centro Administrativo da Prefeitura de Betim, no domingo (foto: Mois�s Silva/EM/D.A Press - 11/3/12)

A falta de seguran�a dos pr�dios que abrigam �rg�os p�blicos em Minas Gerais se tornou um atrativo a mais para quadrilhas que roubam caixas eletr�nicos. S� nos tr�s primeiros meses deste ano j� foram registrados sete ataques a institui��es municipais, estaduais e federais no estado. Esse n�mero � quase igual �s ocorr�ncias do ano passado (8) e de 2010 (9). Os dados foram obtidos com fontes da Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG).

De acordo com o delegado Islande Batista, chefe do Departamento de Investiga��o de Crimes contra o Patrim�nio (Diccp) da Pol�cia Civil, a seguran�a nesses locais � muito prec�ria, o que facilita a a��o dos criminosos. "O que vemos nesses pr�dios � uma dupla de vigilantes perdida numa constru��o enorme, sem c�meras nem alarmes. Isso se tornou um atrativo para quadrilhas de ladr�es", afirma o delegado. "J� vi prefeituras roubadas na regi�o metropolitana que tinham portas de vidro, muros baixos e nenhuma vigil�ncia", completa.

O modo de operar das quadrilhas � quase sempre o mesmo. "Os bandidos esperam o domingo � noite ou a madrugada para invadir as instala��es vazias. Se encontrarem vigias - geralmente s�o poucos -, eles os dominam e passam a noite cortando os aparelhos com um ma�arico ou os explodem com bananas de dinamite", detalha o delegado. Foi o que ocorreu domingo em Betim, na Grande BH. Mais de dez assaltantes armados invadiram o Centro Administrativo da prefeitura, renderam e trancaram em uma sala os dois guardas municipais e oito funcion�rios que l� estavam de plant�o. Com um ma�arico recortaram a blindagem dos caixas eletr�nicos e chegaram aos cofres no interior das m�quinas.

Nos �ltimos tr�s anos foi a primeira vez que uma reparti��o p�blica de Betim sofreu um ataque desse tipo. A campe� no per�odo � Belo Horizonte, com cinco roubos desde 2010. Este ano, a capital ainda n�o foi v�tima dos criminosos. Contagem � a segunda cidade com mais registros, tendo tr�s ocorr�ncias computadas desde 2010. A mais recente delas foi no dia 4, quando o pr�dio da C�mara Municipal foi invadido. O vereador Alessandro Henrique Ferreira (PPS), sua esposa e mais dois parentes acabaram ref�ns dos ladr�es armados, pois retornaram ao local para estacionar o carro no momento em que a quadrilha agia.

No interior

Arax�, no Alto Parana�ba, e Uberl�ndia, no Tri�ngulo, tiveram pr�dios p�blicos transformadas em alvos de ladr�es por duas vezes cada uma, desde 2010. Na rela��o de cidades mineiras que j� tiveram reparti��es p�blicas atacadas ainda aparecem Ub�, na Zona da Mata, Uberaba, no Tri�ngulo, Pedro Leopoldo, na Grande BH, Alfenas e Machado, ambas no Sul de Minas.

Apesar da alta incid�ncia desse tipo de crime no estado, o delegado Islande Batista n�o acredita em grupos organizados e especializados nessa modalidade de assalto. Para o policial, s�o a��es "de criminosos que atuam em v�rias �reas e mudam constantemente. Come�am fazendo saidinhas de banco. Se a pol�cia reprime, passam para roubo a casas lot�ricas e assim por diante. Est�o sempre estudando locais vulner�veis para tirar proveito r�pido da situa��o", diz Batista.

A Prefeitura de Contagem informa que est� implantando o videomonitoramento em locais pr�ximos aos �rg�os p�blicos, como prefeitura, C�mara Municipal e F�rum. Os equipamentos est�o em fase de teste. Esses locais tamb�m receber�o guardas municipais fixos que, atualmente, est�o em processo de forma��o e trabalhar�o de forma integrada com a PM.

A Secretaria Municipal de Seguran�a P�blica de BH afirma ter feito estudos para saber qual a necessidade de haver caixas eletr�nicos em pr�dios p�blicos. Onde n�o houver essa demanda os equipamentos ser�o retirados. Nos locais em que forem necess�rios, sua posi��o ser� adequada para que tenham melhor visualiza��o externa, ilumina��o e monitoramento remoto de imagens. Al�m disso, os pr�dios passar�o por uma padroniza��o de acesso, proibi��o de entrada de pessoas fora do expediente, capacita��o dos porteiros sobre rotina administrativa e acionamento da PM em caso de necessidade.

Explosivos ao alcance da m�o

Os ataques a caixas eletr�nicos de ag�ncias banc�rias com explosivos, ma�aricos, furadeiras e outros tipos de ferramentas tamb�m aumentaram em 2011 em Belo Horizonte e na RMBH, de acordo com n�meros da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Foram 334 ocorr�ncias no ano passado contra 314 em 2010, acr�scimo de 6,3%. Nos dois primeiros meses deste ano foi notada uma pequena redu��o em compara��o com o mesmo per�odo de 2011, mas a realiza��o do carnaval deste ano em fevereiro n�o permite uma compara��o adequada. Segundo a Seds, o primeiro bimestre do ano passado teve 55 crimes contra o patrim�nio tendo como alvo caixas eletr�nicos. Neste ano foram 39 (-29,1%).

Em BH, o primeiro registro do ano de furto de caixa eletr�nico com emprego de explosivos ocorreu em 30 de janeiro, quando ladr�es explodiram um equipamento na Rua Jacu�, no Bairro Renascen�a, Regi�o Nordeste. "Os assaltantes conseguem o material explosivo em pedreiras, mineradoras e locais sem seguran�a alguma como as obras de beira de estrada que precisam explodir rochas para alargar rodovias", afirma o delegado Islande Batista. Ele teme que novos epis�dios municiem criminosos com mais mat�ria-prima. "Na sexta-feira, roubaram 150 quilos de carga explosiva em Sete Lagoas. Quem nos garante que isso n�o ser� usado no roubo de caixas?", sugere Batista.

Ainda de acordo com o policial, os ladr�es que atuam na regi�o metropolitana n�o s�o os mesmos do Tri�ngulo Mineiro, que recebe quadrilhas paulistas. "Bandido tamb�m assiste televis�o. Eles veem o crime em S�o Paulo e tentam copiar aqui", diz.

A Federa��o Brasileira de Bancos (Febraban) n�o informou quantos caixas eletr�nicos h� na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Em nota, a institui��o respondeu que "a onda de explos�es a esses equipamentos � resultado do deslocamento das quadrilhas de bandidos que sempre buscam novas frentes para agir". Tamb�m afirmou que para enfrentar a criminalidade "bancos brasileiros t�m atuado em estreita parceria com governos, pol�cias (Civil, Militar e Federal) e com o Poder Judici�rio, para combater crimes e propor novos padr�es de prote��o".


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