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Estado de Minas

Problemas no cora��o matam mais que acidentes de tr�nsito

Infarto e AVC matam mais que acidentes de tr�nsito, garantem especialistas. Al�m de melhoria tecnol�gica, novos procedimentos s�o menos invasivos, diminuindo per�odo de interna��o


postado em 18/03/2012 07:54 / atualizado em 18/03/2012 07:59

Rodrigo de Castro Bernardes, Marcos Marino e Roberto Luiz Marino, cardiologistas à frente do Centro de Hemodinâmica e Cardiologia do Hospital Madre Teresa(foto: MAria Tereza Correia /EM/DA Press )
Rodrigo de Castro Bernardes, Marcos Marino e Roberto Luiz Marino, cardiologistas � frente do Centro de Hemodin�mica e Cardiologia do Hospital Madre Teresa (foto: MAria Tereza Correia /EM/DA Press )


As enfermidades cardiovasculares ocupam o primeiro lugar no ranking de causas de morte no Brasil. No entanto, avan�os no tratamento, bem como nas cirurgias, podem ser o diferencial entre a vida e a morte de um paciente. Essas doen�as est�o ligadas a um processo obstrutivo da circula��o no corpo, a aterosclerose sist�mica. Em geral, essa obstru��o atinge as art�rias do cora��o, mas pode tamb�m acometer outras regi�es do corpo. Em muitos casos, a cirurgia era a �nica op��o para pacientes em situa��o cr�tica. No entanto, com a evolu��o das t�cnicas, os pacientes podem ser submetidos a interven��es coronarianas que t�m como vantagem o fato de n�o ser necess�rio abrir o peito do paciente, o que traz uma s�rie de benef�cios, como por exemplo uma recupera��o mais r�pida.

Al�m da melhoria tecnol�gica dos aparelhos de alta resolu��o de imagens, houve crescente desenvolvimento de bal�es, stents e cat�teres especiais. Um dos avan�os s�o os stents farmacol�gicos , uma esp�cie de mola que se coloca nas art�rias para desobstrui-las. A vantagem desse modelo de pr�tese � que vem acompanhado de medicamento que impede reestenose (reobstru��o do vaso). Seu uso permite o tratamento do doente agudo em um centro de hemodin�mica, com v�rios benef�cios em rela��o a uma cirurgia, inclusive o tempo de interna��o, que, no processo de interven��o, varia de 24 a 48 horas, enquanto na cirurgia o paciente pode ficar mais de uma semana no hospital.

“Doen�as como infarto e o acidente vascular cerebral (AVC) matam mais que acidentes de tr�nsito”, afirma o coordenador do Departamento de Hemodin�mica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, Marcos Marino. A equipe do hospital trabalha em conjunto h� praticamente tr�s d�cadas, o que tem aumentado a efici�ncia dos procedimentos. “O time da cardiologia est� muito afinado. Atuamos de forma integrada, para dar a resposta adequada, de acordo com a situa��o do paciente”, diz.

O Madre Teresa est� entre os 10 maiores hospitais no Brasil na �rea de interven��o coronariana percut�nea, com a realiza��o, em m�dia, de 1,2 mil procedimentos por ano, trabalhando, inclusive, com os stents farmacol�gicos. “Independentemente da classe social, a doen�a � a mesma, mas o Sistema �nico de Sa�de ainda n�o paga esse procedimento”, informa Marcos Marino. Os centros de hemodin�mica dos hospitais, que antes realizavam apenas diagn�sticos, tiveram seu papel ampliado. Atualmente, nesses espa�os s�o realizados diversos procedimentos, como cateterismos card�acos, angioplastias coronarianas e artereografias (c�rebro e perna). “Realizamos mais angioplastias coronarianas do que cirurgias de ponte de safena”, acrescenta o coordenador.

Segundo ele, quanto mais precoce a identifica��o do infarto agudo do mioc�rdio e quanto antes � realizada a interven��o, mais chances o paciente ter� de sobreviver e n�o ficar com sequelas. O uso dos stents aumentou em quatro vezes as chances de o doente sobreviver. As possibilidades de morte, que eram de 15%, ca�ram para 3% a 4% quando se realizava uma angioplastia. Em casos de infarto, os m�dicos ainda contam com o trombol�tico, medicamento que dissolve os co�gulos nas art�rias. Em pa�ses como a Fran�a, o medicamento � usado na ambul�ncia, pois com esse procedimento amplia-se o tempo para que o paciente seja levado at� o hospital, onde ser�o realizados procedimentos complementares de acordo com cada caso. “J� fazemos em Belo Horizonte, mas ainda pouco. O protocolo tem que se estender para as cidades menores”, diz Marcos Marino.

Cirurgias

Depois de mais de 25 mil cirurgias realizadas na unidade hospitalar de Belo Horizonte, o Madre Teresa est� entre os hospitais com maior n�mero de cirurgias cardiovasculares no Brasil. Revasculariza��o do mioc�rdio (ponte de safena), troca de v�lvula a�rtica, mitral e tric�spide, e opera��es para o tratamento de doen�as da aorta, como aneurismas, e as dissec��es s�o as cirurgias mais comuns.

Sendo realizadas cada vez mais com t�cnicas minimamente invasivas, as opera��es t�m garantido melhores resultados, uma vez que s�o menos agressivas. Ao chegar ao hospital, o paciente � submetido a uma s�rie de exames para que seja feito diagn�stico preciso do problema. “Somente depois do diagn�stico decidimos qual ser� o melhor tratamento. Muitas vezes, por exemplo, n�o � poss�vel a realiza��o de uma angioplastia, porque o problema est� muito pr�ximo do vaso”, diz o coordenador do servi�o de cirurgia cardiovascular do hospital, Rodrigo de Castro Bernardes.

O Madre Teresa tamb�m conta com sala de cirurgia h�brida, onde o m�dico pode fazer a cirurgia aberta e ao mesmo tempo fazer o uso do cat�ter. “Cirurgias que tinham dura��o de quatro horas podem ser realizadas em 10 minutos”, diz. No ano passado, foram investidos R$ 7 milh�es no projeto de amplia��o e na moderniza��o do atendimento. Os recursos contemplaram tamb�m melhorias que beneficiaram o corpo cl�nico, inclusive as equipes de cardiologia cl�nica, intervencionista e cirurgia cardiovascular.

tr�s perguntas para...

Roberto Luiz Marino
cardiologista e coordenador de Cardiologia da Cl�nica do Hospital Madre Teresa



O que � a sa�de do cora��o?
A sa�de � integral. Desde os primeiros manuais de medicina, o termo quer dizer bem-estar f�sico e mental. Para se ter boa sa�de mental, as pessoas devem ter menos estresse, conviver em ambiente familiar adequado, praticar atividades sociais ricas e saber interagir com o outro, com a sociedade.

O que deve ser feito para melhorar a sa�de do corpo?
As pessoas devem buscar uma alimenta��o adequada. As gorduras fazem mal n�o s� para o cora��o, mas tamb�m para o f�gado, p�ncreas, bem como levam � obesidade. Al�m disso, estar acima do peso faz mal para os m�sculos e os ossos. As pessoas n�o devem exagerar na quantidade de carboidratos e precisam reduzir o sal na alimenta��o. O tabagismo tamb�m deve ser evitado, pois faz mal para o cora��o e pode implicar c�ncer na boca, faringe e pulm�o. � importante incluir atividades f�sicas regulares, que n�o precisam ser excessivas: caminhadas e alongamentos, de 30 a 40 minutos, de tr�s a cinco vezes por semana. As melhores atividades s�o as aer�bicas. A pessoa pode abrir os bra�os, respirar e caminhar por uma pra�a, por exemplo.

Tomar uma ta�a de vinho por dia faz bem ao cora��o?
Tenho muito cuidado ao orientar que o �lcool faz bem ao cora��o. N�o prescrevo �lcool para ningu�m. Por�m, uma dose de vinho, principalmente o tinto, faz bem para tudo: digest�o, sa�de, pode ser consumida com o namorado ou com os amigos. Os vinhos, principalmente os feitos de uvas escuras, s�o ricos em taninos (flavonoides), que est�o presentes na casca da fruta.

B�-�-B� DO CORA��O


ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Tamb�m conhecido como AVC ou derrame cerebral, � caracterizado pela les�o no c�rebro causada por uma obstru��o ou rompimento em um dos vasos sangu�neos que irrigam a regi�o cerebral.

ANEURISMA
Dilata��o de qualquer art�ria do corpo.

ANEURISMA DA AORTA
Dilata��o da art�ria aorta, que pode ser na curvatura dos vasos sangu�neos,
perto do cora��o ou na
aorta descendente, que
fica no abdome.

ANGIOPLASTIA

Dilata��o da art�ria obstru�da por meio de
um bal�o ou pela t�cnica
do laser.

ATERIOSCLEROSE
� o mesmo que ateroesclerose. Envolve
o dep�sito de gorduras (colesterol), c�lcio e fibrina na camada interna das art�rias. Palavra de
origem grega que significa art�rias endurecidas.

CATETERIZA��O
A coloca��o de um tubo pl�stico (cateter) por meio de uma art�ria ou veia, que pode chegar at� o cora��o, para fazer a angiografia, que � a cateteriza��o das art�rias coronarianas vistas com um contraste ou angioplastia.

INFARTO DO MIOC�RDIO
� quando parte de seu cora��o n�o recebe oxig�nio em quantidade suficiente, causando a morte do m�sculo card�aco,
chamado mioc�rdio.

INTERVEN��O CORONARIANA PERCUT�NEA
A angioplastia coron�ria ou interven��o coron�ria percut�nea � o tratamento n�o cir�rgico das obstru��es das art�rias coron�rias por meio de cateter bal�o, com o objetivo de aumentar o fluxo de sangue para o cora��o. Depois da desobstru��o da art�ria coron�ria, por meio da angioplastia com bal�o, � implantada uma pr�tese endovascular (para ser usada no interior dos vasos) conhecida como stent – pequeno tubo de metal, semelhante a um pequen�ssimo bobe de cabelo, usado para manter
a art�ria aberta.

Trombol�tico
Existem alguns procedimentos e medicamentos que agem dissolvendo o trombo, a isso se d� o nome de tromb�lises ou trombol�tico. A angioplastia � a tromb�lise com bal�o. A heparina � um medicamento trombol�tico, para evitar a coagula��o
do sangue.

Fontes: Sociedade Brasileira
de Cardiologia e Albert Einstein – Sociedade Beneficiente
Israelita Brasileira


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