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Estado de Minas

S�sia de estuprador se diz injusti�ado

Condenado por abuso sexual no Cidade Nova em 1997, homem afirma que pode ter sido confundido com ex-banc�rio preso semana passada por ataque no mesmo bairro e ano


postado em 02/04/2012 06:29 / atualizado em 02/04/2012 10:24

Paulo Antônio (D) ficou preso cinco anos e hoje está em condicional. Abaixo, uma foto antiga dele demonstra a semelhança com Pedro Meyer (E)(foto: Jair Amaral/EM/Reprodução)
Paulo Ant�nio (D) ficou preso cinco anos e hoje est� em condicional. Abaixo, uma foto antiga dele demonstra a semelhan�a com Pedro Meyer (E) (foto: Jair Amaral/EM/Reprodu��o)
H� 15 anos, em 1º de abril de 1997, o porteiro Paulo Ant�nio da Silva, ent�o com 51 anos, viu sua vida desmoronar. Assim que largou o servi�o, �s 7h, foi detido por policiais civis para ser interrogado, acusado de, dias antes, ter tentado estuprar tr�s menores de idade, com idades entre 11 e 13 anos. Ele passou a noite na unidade policial e foi liberado no dia seguinte. Por�m, poucas horas depois foi novamente detido em casa para, ent�o, come�ar um calv�rio que se estenderia por um longo tempo. Reconhecido pelas menores e por uma testemunha que o viu fugir da cena do crime, ele foi condenado, ainda em 1997, a 16 anos de pris�o. A testemunha, uma mulher, afirmou em ju�zo que o flagrou seviciando as garotas e que ele fugiu correndo assim que ela gritou.

Paulo Ant�nio trabalhava em um pr�dio na Rua Bernardino Sena Figueiredo, 945, no Bairro Cidade Nova, Regi�o Nordeste de Belo Horizonte. Sem ficha policial, ele era casado e pai de duas filhas. Passou cinco anos e sete meses preso e saiu em liberdade condicional, situa��o em que est� atualmente, j� que o total de sua pena ainda n�o foi cumprido. Recebendo um sal�rio m�nimo de aposentadoria, ele tem que se apresentar todo m�s no f�rum por exig�ncia da Justi�a. Desde sua pris�o, ele sempre sustentou sua inoc�ncia, mas chegou a ser apunhalado na Penitenci�ria Jos� Maria Alckimim, em Contagem, por ter cometido um estupro.

Na �ltima sexta-feira, uma sobrinha de Paulo Ant�nio folheava o Estado de Minas quando se deparou com a not�cia da pris�o de Pedro Meyer Ferreira Guimar�es, 56 anos, que foi reconhecido por uma v�tima de um estupro ocorrido h� 15 anos, no Bairro Cidade Nova, o mesmo em que Paulo trabalhava como porteiro. Ao ver a foto de Pedro, a mo�a se assustou: a semelhan�a de Pedro com o tio era muito grande, o que, para familiares, pode ter sido suficiente para que os dois tenham sido confundidos. “A fam�lia, vendo as coincid�ncias de data e bairro, ligou uma hist�ria � outra”, disse ontem o primo de Paulo, o assessor parlamentar Eust�quio Alexandre Teixeira Silva, de 52, acrescentando que na �poca da pris�o o porteiro j� tinha um problema de h�rnia numa das pernas, o que o impossibilitaria de correr, como afirmou a testemunha na �poca.

(foto: Arquivo EM)
(foto: Arquivo EM)
Fam�lia

Ontem, Paulo Ant�nio falou pela primeira vez com a imprensa desde a sua pris�o, em 1997. Com as m�os tr�mulas, pensamento �s vezes confuso e apoiado numa bengala, disse que nunca deixou de acreditar que um dia conseguiria provar sua inoc�ncia. “Sempre fui trabalhador e nunca tinha entrado numa delegacia. At� hoje n�o entendo direito por que fui preso.
Os caras da pol�cia chegaram no pr�dio e disseram que eu parecia com um bandido que eles estavam procurando. Revistaram minha bolsa e acharam o p� de caf� e o a��car que eu levava para o servi�o. Perguntaram por �culos e bon�, e eu disse que nunca tinha usado. Me levaram para a delegacia e minha vida nunca mais foi a mesma. Perdi minha mulher e tudo mais”, disse, entre um sil�ncio e outro. “O padre Jo�o de Deus, da igreja da Cidade Nova, foi minha testemunha de defesa, pois me conhecia, e tamb�m a dona C�lia, que morava no pr�dio. Mas mesmo assim fui condenado”, contou.

Um vizinho de Paulo, que se identificou como J�nior, disse que mora ao seu lado no Bairro Ribeiro de Abreu h� mais de 20 anos e que nunca acreditou na culpa dele. “Ele vivia da casa para o trabalho e, ao que me parece, nunca se envolveu com coisa errada. Na �poca, todos ficamos surpresos, mas nunca acreditei nessa hist�ria de estupro”. A diarista J�lia Teixeira da Silva, de 39, afirmou que a fam�lia sempre acreditou na inoc�ncia do tio. “Agora, parece que a verdade est� aparecendo. Vamos fazer tudo para limpar o nome dele”, afirmou. O supervisor de seguran�a Amarildo Lemos, de 49, casado com a sobrinha de Paulo, resumiu a situa��o dele: “Ele perdeu a fam�lia, o emprego e a sa�de”.

ENQUANTO ISSO...

...Novas den�ncias e exame de dna
Onze mulheres que denunciaram ter sido violentadas pelo ex-banc�rio Pedro Meyer ser�o chamadas a prestar depoimento nesta semana na Delegacia de Atendimento � Mulher de Belo Horizonte. Outras duas j� o acusaram formalmente pelo crime de estupro. Desde a quinta-feira, quando Pedro Meyer foi preso, 13 den�ncias de supostas v�timas do ex-banc�rio foram feitas. A delegada Margaret Assis Rocha, que comanda as apura��es, tamb�m ir� realizar sess�o de reconhecimento do ex-banc�rio e solicitar exames de DNA. Segundo ela, apesar das agress�es terem ocorrido h� mais de 10 anos, na �poca j� se coletava material gen�tico nos exames de corpo de delito das v�timas. Pedro Meyer foi preso em um apartamento no Bairro Anchieta, Centro-Sul da capital, depois de ser reconhecido por uma de suas v�timas, violentada em 1997 em um pr�dio no Bairro Cidade Nova. A delegada Margaret Rocha afirma que al�m de confessar o crime pelo qual foi denunciado, ele admitiu ter praticado mais dois estupros em 1995. Um dia depois de preso, o ex-banc�rio foi reconhecido por mais seis mulheres. Uma delas, cuja identidade est� sendo mantida em sigilo, prestou depoimento na sexta-feira e, al�m de confirmar que Pedro Meyer � o homem que a agrediu, deu detalhes sobre o ato. Depois de ouvi-la e de realizar levantamentos preliminares em rela��o �s outras 11 den�ncias, a delegada Margaret aponta que as v�timas s�o mulheres que hoje t�m de 25 a 35 anos, o que leva a crer que o alvo do acusado eram crian�as e adolescentes.


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