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Estado de Minas

Ocorr�ncias de ataque a caixas eletr�nicos aumentam 114% em Minas

Pol�cia Civil pede ajuda � PF e ao Ex�rcito para rastrear origem de dinamite usada pelas quadrilhas


postado em 24/04/2012 06:00 / atualizado em 24/04/2012 08:22

Ataques a caixas eletrônicos fazem supermercado suspender o abastecimento das máquinas(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press. Brasil)
Ataques a caixas eletr�nicos fazem supermercado suspender o abastecimento das m�quinas (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press. Brasil)

Criminosos est�o deixando o ma�arico de lado e usando arsenal de guerra nos ataques a caixas eletr�nicos. Nos �ltimos seis dias foram quatro investidas contra terminais fora de ag�ncias banc�rias em Minas Gerais, todos com dinamites e bombas,  duas s� na madrugada de ontem, em Ibirit� e Betim, na Grande BH. A a��o explosiva contra esses equipamentos est� se alastrando com velocidade de rastilho de p�lvora e contribuiu para um aumento de 114% dos assaltos no primeiro trimestre deste ano em rela��o ao mesmo per�odo de 2011. O crescimento levou a Pol�cia Civil a mudar de estrat�gia para tentar impedir a a��o de quadrilhas e buscar ajuda da Pol�cia Federal e do Ex�rcito, que controlam e fiscalizam o com�rcio de explosivos. Em BH, uma rede de supermercados proibiu a reposi��o de dinheiro nos caixas para evitar a a��o de criminosos.
Por volta da 0h30 de ontem, criminosos invadiram uma farm�cia na Avenida �talo Bernardes, em Ibirit�, e explodiram um caixa 24 horas. Segundo a PM, eles n�o conseguiram tirar o dinheiro do equipamento, mas roubaram R$ 580 da loja. Com a explos�o, parte do teto da drogaria caiu e muitos medicamentos foram destru�dos. Duas horas depois, em Betim, quatro homens explodiram um caixa do Bradesco, em frente a um shopping. A pol�cia n�o sabe informar a quantia roubada. O grupo fugiu em um Palio, pela BR-381, no sentido S�o Paulo.

Veja as fotos de ataques a caixas em Minas

De acordo com Federa��o Brasileira de Bancos (Febraban), dos 179 mil caixas eletr�nicos instalados no pa�s, 46,5 mil est�o fora de ag�ncias, quase um quarto do total. No ano passado, foram 203 ocorr�ncias de ataques em Minas, fora os casos registrados como furtos simples em delegacias do interior. No primeiro trimestre deste ano, foram 73 casos no estado, enquanto, no mesmo per�odo do ano passado, houve 34 investidas. A principal suspeita da Pol�cia Civil � de que as dinamites estejam sendo furtadas de mineradoras, mas o chefe do Departamento de Investiga��es de Crimes contra o Patrim�nio, delegado M�rcio Sim�es Nabak, n�o descarta hip�tese de contrabando. “Da mesma forma que entram armamentos e drogas pelas nossas fronteiras, entram explosivos”, disse. As mineradoras s�o orientadas a informar a pol�cia sobre qualquer desvio de explosivo dentro da empresa ou no transporte.

“Est� havendo desvio ou facilita��o para essa dinamite chegar �s m�os dos marginais. Quem est� municiando essas quadrilhas? De onde est�o vindo esses explosivos? Ou est� sendo desviado de forma ilegal de empresas ou essas empresas est�o sendo v�timas de roubo”, afirmou o delegado. Segundo a pol�cia, grande parte das quadrilhas � formada por mineiros, mas paulistas tamb�m participam dos ataques. Os crimes aumentaram tanto que o servi�o de intelig�ncia da Pol�cia Civil foi acionado. “J� temos nomes de criminosos”, informou.

Para evitar o registro de ocorr�ncias como furto simples, a pol�cia estuda mudan�a no seu sistema. Os casos dever�o ser discriminados como furto a caixa eletr�nico com emprego de explosivos. “Vamos ter um mapeamento mais eficaz para tra�ar estrat�gias de combate. � o crime da moda. Teve onda de chupa-cabra, depois passaram para o sequestro-rel�mpago de gerente banc�rio. Em seguida, houve a saidinha de banco. Agora, � o furto com explosivo de caixa eletr�nico”, avaliou o delegado. “C�mera de seguran�a n�o resolve mais e muitos ladr�es n�o se importam em mostrar o rosto”, disse.

Em Minas, s�o v�rias quadrilhas e o delegado acredita n�o haver liga��o uma com a outra. . “Se tiver, � um caso ou outro”, disse. O modo de agir delas � diferente, mas todas atacam depois das 22h, principalmente de madrugada e nos fins de semana, segundo ele. BHe lidera nesse tipo de crime. De janeiro de 2011 at� ontem foram 39 casos na capital. Em segundo lugar est� Uberl�ndia, no Tri�ngulo, com 17 casos, Contagem e Betim, na Grande BH, com 15 e seis crimes, respectivamente.

Medo

Comerciantes que t�m caixas eletr�nicos em seus estabelecimentos est�o aterrorizados com a onda de ataques, segundo o delegado. “Ningu�m mais quer caixa eletr�nico com medo de o bandido destruir tudo, como aconteceu em Ibirit�”, disse M�rcio Nabak.

De acordo com o Ex�rcito, explosivos e acess�rios s�o produtos de interesse militar e, por isso, a corpora��o controla a fabrica��o, o transporte e o com�rcio. O uso � permitido somente por pessoas habilitadas. Apesar do controle, no ano passado, o Ex�rcito registrou em Minas cinco roubos de cargas de explosivos do tipo espoletas, retardo, dinamite e nitrocarbonato, em Contagem, na Grande BH, Lagoa da Prata, no Centro-Oeste, e em S�o Tom� das Letras, no Sul de Minas. Em 2010, foram tr�s, com desvio de explosivo granulado, cordel e p�lvora negra.

Varejo exige aluguel para contratar vigias

A placa com a mensagem “caixa inoperante” est� afixada nos 97 caixas eletr�nicos distribu�dos pelas 110 lojas de uma rede de supermercados em todo o estado. Longe de pane geral, as m�quinas deixaram de funcionar por uma quest�o de seguran�a. Os roubos aos terminais de autoatendimento levaram os Supermercados BH a suspender a reposi��o de dinheiro nos equipamentos at� que os bancos concordem em pagar um aluguel pelo espa�o. O dinheiro ser� usado para a contrata��o de vigias. A decis�o foi tomada na semana passada, quando a rede sofreu o segundo ataque com o uso de explosivos somente este ano. Por causa da ofensiva aos centros de compra, a Associa��o Mineira de Supermercados (Amis) vai solicitar reuni�o com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) para cobrar a captura das quadrilhas.

“A atua��o desses grupos ocorre no com�rcio em geral, mas eles encontraram nos supermercados um alvo fact�vel”, afirma o superintendente da Amis, Ad�lson Rodrigues. Segundo ele, a entidade tem orientado os associados a direcionar o sistema de seguran�a aos caixas eletr�nicos. “H�possibilidade de focalizar as c�meras nessas m�quinas. Estamos pedindo isso aos supermercados porque podemos contribuir mais com as investiga��es”, ressalta. Rodrigues explica que o contrato dos bancos com supermercados varia: h� lojas que cedem o espa�o e outras recebem comiss�o sobre o pagamento de contas. “Mesmo assim, a porcentagem dos supermercados � �nfima e com essa onda de crimes quem perde principalmente � a comunidade”, diz.

De acordo com a gerente administrativa da rede de supermercados, Sheilla Lima, a instala��o de caixas eletr�nicos feita h� sete anos tem como objetivo a comodidade dos clientes. Mas, com os roubos, foi preciso interromper a presta��o do servi�o. O primeiro ocorreu em Pirapora, no Norte de Minas, em 20 de fevereiro, e o segundo ataque, na quarta-feira passada, na loja da Avenida Portugal, na Pampulha. Nos dois casos, os criminosos quebraram as vidra�as dos estabelecimentos durante a madrugada e em minutos explodiram os equipamentos. “Atualmente, os caixas funcionam em sistema de comodato (empr�stimo gratuito), mas, do jeito que est� fica invi�vel. Pedimos que retirassem todo o dinheiro das m�quinas”, conta.

VIGIL�NCIA

Para reativar os caixas, a rede de supermercados exige o pagamento de aluguel pelo espa�o, que ser� revertido para contrata��o de vigias. “� uma pena porque h� caixas que ficam com mais filas at� do lado de fora”, afirma Sheilla, que ter� reuni�o hoje com representantes de um dos bancos para discutir o assunto.

A onda de ataques a caixas eletr�nicos tamb�m assusta empres�rios do ramo de drogarias. Na madrugada de domingo, bandidos explodiram um caixa eletr�nico dentro de uma farm�cia, em Ibirit�, na Grande BH. Parte do teto da loja caiu e muitos medicamentos ficaram destru�dos. O ataque assustou o diretor da Associa��o de Farm�cias e Drogarias em Minas Gerais (Asfad), Guilherme Macedo, que estudava instalar esses equipamentos em suas duas lojas. “Pensei em instalar como atrativo, mas ficamos temerosos”, diz.

A Federa��o Brasileira de Bancos (Febraban) informou que a seguran�a dos caixas fora de ag�ncias � de responsabilidade dos pr�prios estabelecimentos comerciais. Al�m disso, o seguro dos equipamentos varia conforme o contrato definido por cada institui��o financeira e a quest�o do aluguel proposta pelos supermercados depende de cada banco. Em nota, a Febraban lamenta o ataque com explosivos e afirma que as estrat�gias de seguran�as permitidas pela legisla��o a esses estabelecimentos comerciais – vigil�ncia e dispositivos eletr�nicos – � insuficiente frente aos artif�cios empregados. “Os bancos atuam em estreita parceria com governos, pol�cias (Civil, Militar e Federal) e com o Poder Judici�rio, para combater os crimes e propor novos padr�es de prote��o”, completa.


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