Caos toma conta do tr�nsito de BH com interdi��o de avenida, greve do metr� e chuva

O primeiro dia de interdi��o da Avenida Santos Dumont para as obras do BRT (transporte r�pido por �nibus), marcado pela lentid�o no tr�nsito do entorno da via, exigiu muita paci�ncia de quem precisou passar ou ir ao Hipercentro pela manh� e � noite. Com o fechamento do trecho entre as ruas da Bahia e Esp�rito Santo, motoristas ficaram perdidos na tentativa de localizar os desvios feitos pelas ruas Caet�s e Guaicurus. Tamb�m levaram mais tempo para se adaptar �s mudan�as de sinaliza��o de estacionamento e carga e descarga. Isso porque parte da sinaliza��o vertical e horizontal, incluindo as placas indicativas das linhas de �nibus, ainda n�o havia sido implantada pela BHTrans, mesmo depois do in�cio da opera��o especial. J� os passageiros dos �nibus ficaram confusos com os novos pontos de embarque nas ruas pr�ximas. A volta para casa no segundo dia da greve dos metrovi�rios tamb�m foi complicada, apesar da escala m�nima de trens no hor�rio de pico. O tr�nsito na �rea central e nos principais corredores voltou a ficar tumultuado, e a chuva persistente aumentou a afli��o de motoristas, passageiros e pedestres.


A costureira Nilce Ferreira, de 76 anos, chegou � esta��o Central �s 19h34 e, apesar da idade, n�o sensibilizou funcion�rios do metr�. “Sa� do S�o Bento (Centro-Sul) e o tr�nsito estava parado. N�o sabia que o metr� funcionaria s� at� as 19h30”, disse a idosa, que pegaria um �nibus para casa, no Bairro Heli�polis, Norte da capital.

�s 19h30, a luzes da Esta��o Central j� estavam apagadas e o port�o fechado. Alguns usu�rios conseguiram convencer um seguran�a e dois minutos depois ele abriu o port�o para sa�da de passageiros e permitiu a entrada dos retardat�rios. Usu�rios de linhas que passam pela Santos Dumont tamb�m enfrentaram dificuldades na volta para casa. Jean Carlos Vieira, de 26, morador do Zilah Sposito, reclamou da demora do �nibus e da falta de infraestrutura do ponto. “Al�m do atraso, aqui n�o h� abrigo nem marquise e temos de ficar na chuva”, protestou.

Cerca de  3,3 mil �nibus e milhares de ve�culos passam pelo Centro diariamente, situa��o agravada pela interdi��o para obras, que exigiu refor�o. “O tempo dos sem�foros foi alterado para atender as mudan�as, mas, mesmo com os sinais funcionando normalmente, estamos coordenando o tr�nsito, para evitar que os cruzamentos sejam fechados. A maior dificuldade � a Caet�s, que n�o suporta os dois fluxos”, informou o guarda municipal Jo�o Paulo Rabelo, referindo-se aos carros que passavam pela Santos Dumont.

Por volta das 9h, a lentid�o chegou a 19,5 quil�metros na �rea de influ�ncia da Avenida do Contorno, com 22 vias com tr�fego intenso, segundo a BHTrans. O problema � reconhecido pelo presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar. “A Caet�s e a Guaicurus eram as �nicas op��es para o desvio”, explicou. Segundo ele, a confus�o de ontem era esperada. “O motorista ainda desconhece as mudan�as, porque esse � um percurso novo, ao qual ele n�o se acostumou. A recomenda��o � de que o condutor, se puder, evite passar pelo Centro”, afirmou. O supervisor de Transporte e Tr�nsito da �rea Central, Alisson Serravite, disse que a empresa est� acompanhando o movimento em torno dos pontos de �nibus e, se for preciso, haver� reajustes na localiza��o das linhas.

A lentid�o dificultou a vida das pessoas que tentavam chegar ao Hipercentro pela manh�. O reflexo foi sentido nos principais corredores, como as avenidas Ant�nio Carlos, Cristiano Machado, Pedro II, Andradas e Contorno. No Complexo da Lagoinha, uma longa fila de carros e �nibus deixou motoristas irritados. “Estou achando as mudan�as horr�veis. Fiquei muito tempo parado no tr�nsito e ainda estou tendo dificuldade para chegar � Rua Rio de Janeiro, onde vou fazer uma entrega”, afirmou o motorista M�rcio Miranda, de 36.

Confus�o sobre �nibus

Mesmo com os informativos distribu�dos pela BHTrans, muitos passageirso de �nibus permaneciam confusos com as altera��es dos locais de embarque e desembarque das 160 linhas remanejadas da Santos Dumont para as ruas Caet�s, Guaicurus, Bahia, Esp�rito Santo e S�o Paulo. Houve quem reclamasse de atrasos dos coletivos e dos pontos cheios. Depois de uma hora e 40 minutos de espera, a aposentada Maria dos Anjos Ferreira, de 65 anos, ainda n�o havia embarcado. “Estou vindo do Bairro Goi�nia (Regi�o Nordeste), em dire��o a Santa Luzia. Sa� de casa �s 8h30, j� s�o 11h30 e ainda estou no Centro. Vi dois �nibus passarem pela Avenida dos Andradas, mas n�o chegaram aqui”, disse, enquanto aguardava em um ponto de �nibus na Guaicurus.

E no com�rcio, as perdas j� come�aram a ser sentidas e lojistas falam em demiss�o. Gerente de uma lanchonete na Santos Dumont, Mauro S�rgio de Assis Costa calculou em 60% a queda do movimento no primeiro dia da interdi��o e estima que o �ndice chegar� aos 70%. “Infelizmente, j� cortamos um empregado e provavelmente teremos de despedir mais dois”, lamentou. Para n�o sofrer mais com o enfraquecimento nas vendas, uma padaria do quarteir�o entre Esp�rito Santo e Bahia destacou um funcion�rio para informar a quem passava que o tr�nsito est� liberado para clientes. “H� quem pense que n�o � mais poss�vel entrar de carro neste trecho, mas para ir � padaria pode”, disse Thiago Ara�jo Ramos, de 17, com duas placas nas m�os.

Acidente

A complica��o no tr�nsito do Hipercentro tamb�m foi motivada por um acidente na Avenida do Andradas, debaixo do Viaduto Santa Tereza. A batida entre um �nibus da linha 9201 (Baleia/Nova Granada) e um Fiat Palio obrigou a implanta��o de um desvio, o que tumultuou o acesso � Rua Guaicurus. O acidente ocorreu �s 7h45 e, apesar de n�o haver v�timas, a via s� foi totalmente liberada �s 9h.