
A seguran�a de mineradoras e pedreiras na armazenagem de explosivos, que v�m sendo usados por bandidos para destruir caixas eletr�nicos em Minas, foi mais uma vez colocada em xeque. Na madrugada dessa segunda-feira, 364 quilos de dinamite e 272 detonadores foram levados da Mineradora Bela Vista, em Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Sem que ningu�m da empresa percebesse, cadeados de dois pai�is foram arrombados. O roubo d� ind�cios de que a onda de ataques a ag�ncias banc�rias pode ficar fora de controle.
Agentes da 33ª Companhia do 18º Batalh�o da Pol�cia Militar informaram que o roubo s� foi percebido por volta das 5h, quando um vigilante que fazia a ronda viu as portas dos pai�is arrombadas. Os produtos, usados para explos�es de rochas, estavam em duas caixas.
Este � o segundo roubo em dep�sitos nos �ltimos 30 dias em Minas. No m�s passado, cerca de 50 quilos de dinamite foram levados de uma mineradora em Campo Belo, no Centro-Oeste do estado. De acordo com dados do Ex�rcito, o roubo desse tipo de material vem crescendo. No ano passado, nove quilos de explosivos foram roubados.
De acordo com o coronel Rog�rio Andrade, comandante de Policiamento da Capital, o roubo est� relacionado a ocorr�ncias de explos�es em terminais banc�rios. Dados da Secretaria de Defesa Social (Seds) apontam que foram registradas 101 ocorr�ncias de furto e roubo a caixas eletr�nicos em Minas nos quatro primeiros meses do ano. Entre os m�todos usados pelos bandidos est� a destrui��o dos equipamentos com explosivos.
A Mineradora Bela Vista informou nessa segunda-feira que tem sistema de seguran�a 24 horas, tanto na entrada quanto nos pai�is da empresa. Explicou que, assim que foi percebido o arrombamento, os funcion�rios acionaram a Pol�cia Militar. (Com Landercy Hemerson)
Armazenagem sem controle

A falha na seguran�a privada das mineradoras tem sido uma preocupa��o das autoridades. Desde o in�cio do ano, quando se intensificaram os ataques a caixas eletr�nicos, as pol�cias Civil e Militar divulgaram que uma for�a-tarefa, com a ajuda do Ex�rcito Brasileiro, seria montada para barrar o crescimento deste tipo de crime. No entanto, quase seis meses depois, as a��es dos �rg�os de seguran�a p�blica ainda s�o t�midas.
Segundo as autoridades, o Ex�rcito tem um r�gido controle sobre a venda e o transporte dos explosivos, mas n�o h� nenhum controle sobre as condi��es de prote��o do estoque nas pedreiras e nas mineradoras.
De acordo com a Pol�cia Civil, na sexta-feira houve uma reuni�o entre policiais da Divis�o Especializada de Opera��es Especiais (Deoesp) com representantes do Ex�rcito. No encontro, ficou acertado que os �rg�o, atuar�o em conjunto na elabora��o de a��es estrat�gicas para o combate de explos�es e roubos aos equipamentos. As datas das pr�ximas reuni�es n�o foram divulgadas.
De acordo com o delegado Vicente Ferreira Guimar�es, do Deoesp, a pol�cia vai investigar se houve falha na prote��o dos explosivos. O delegado explica ainda que est� estudando as a��es criminosas para tra�ar estrat�gias especiais de combate �s explos�es de caixas eletr�nicos.
Saiba mais: cartucho destruidor
O ex-perito do Instituto de Criminal�stica de S�o Paulo Onias Tavares de Aguiar, atualmente dono de uma empresa de consultoria e per�cia, acredita que apenas uma banana de dinamite seja suficiente para destruir um caixa eletr�nico. “� dif�cil falar sobre o potencial explosivo sem mais informa��es sobre que tipo de material est� sendo usado na explos�o. O certo � que o material usado de maneira geral em minera��o � de grande potencial explosivo e um cartucho seria mais que suficiente para provocar um estrago na estrutura de um caixa eletr�nico.” O perito chama aten��o para os locais de coloca��o do artefato durante os ataques. “Se colocado numa �rea de maior compress�o, � certo que o efeito da expans�o dos gases ser� maior. Mas s�o apenas suposi��es, j� que sem as caracter�sticas do material explosivo e do ambiente em que foi usado n�o � poss�vel ter uma dimens�o exata desses efeitos.” Segundo Onias Tavares, existem v�rios tipos de explosivos industriais para atender as necessidades do mercado, que podem partir de uma pequena demoli��o predial � implos�o de rochas.