O assassinato da estudante B�rbara Quaresma Andrade Neves, de 22 anos, n�o � um fato isolado na rotina do Bairro Cidade Nova, Nordeste da capital. Ontem no cruzamento das ruas Tabeli�o Ferreira de Carvalho e Coronel Pedro Paulo Penido, esquina pr�xima ao local do crime, moradores e trabalhadores da regi�o afirmaram ser comum a sensa��o de inseguran�a no bairro.
“Em novembro, bandidos levaram meu carro na porta da casa dos meus pais. Os dois ladr�es estavam armados e me deram coronhadas. Antes, esse tipo de coisa era uma raridade na regi�o, mas agora a viol�ncia est� completamente banalizada e � gratuita. A gente j� fica pensando qual ser� a nossa hora e se somos ou n�o a bola da vez”, disse o dentista Domingos S�vio Damasceno, de 52 anos.
Um pouco mais � frente, o funcion�rio de uma padaria na esquina das ruas J�lio Otaviano Ferreira e Coronel Pedro Paulo Penido afirma se lembrar de v�rios assaltos. “Foram 10 roubos nos �ltimos tr�s anos. No pior deles, os bandidos entraram armados com metralhadoras, me levaram para o escrit�rio e roubaram dinheiro da empresa. Os outros funcion�rios ficaram trancados em uma sala. Fiquei o tempo todo com uma arma na cabe�a. H� policiamento, mas precisa ser ampliado para diminuir essa sensa��o que assombra o bairro”, conta o gerente da padaria.
Policiamento
Apesar da sensa��o de medo da popula��o, o comandante do 16º Batalh�o de Pol�cia Militar, tenente-coronel Robson Jos� de Queiroz, afirma que os n�meros de crimes violentos ca�ram no Bairro Cidade Nova neste ano. Segundo ele, foram registradas 95 ocorr�ncias desse tipo de janeiro a 20 de maio de 2011, contra 85 no mesmo per�odo deste ano. Afirma que, ainda assim, a morte da estudante � um alerta �s autoridades. “O bairro tem com�rcio intenso, grande movimenta��o de pessoas, ve�culos e resid�ncias de luxo. Estamos atentos”, salientou. No entanto, faz um alerta: “O papel da pol�cia � ajudar, proteger a popula��o, mas nosso trabalho se torna dif�cil diante da fragilidade da legisla��o, que � permissiva e manda soltar pessoas que cometeram crimes de menor potencial ofensivo. Isso faz aumentar muito a reincid�ncia”, acrescentou.
J� o comandante do Policiamento da Capital, coronel Rog�rio Andrade, classificou a morte de B�rbara Quaresma como um fato grave para a cidade. “� uma ocorr�ncia que chama a aten��o e nos alerta para n�o s� manter o que vinha sendo feito, mas tamb�m a refor�ar o policiamento”, destacou.