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Estado de Minas

Fam�lias est�o menos exigentes para ado��o de crian�as, diz Justi�a


postado em 26/05/2012 08:02

Vera e a família se apaixonaram por Abílio, que é portador de paralisia cerebral, quando o conheceram. Ele tinha apenas 2 anos e estava em uma casa de caridade de Belo Horizonte(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Vera e a fam�lia se apaixonaram por Ab�lio, que � portador de paralisia cerebral, quando o conheceram. Ele tinha apenas 2 anos e estava em uma casa de caridade de Belo Horizonte (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

O processo de ado��o sempre foi permeado por exig�ncias dos postulantes a pais. Fatores como idade, ra�a e estado de sa�de ainda s�o requisitos para o acolhimento de uma crian�a, mas a cultura da ado��o come�a a apresentar os primeiros sinais de evolu��o. Se em 2006 apenas 18% das fam�lias n�o tinham qualquer restri��o a ra�a, hoje 32% n�o fazem distin��o entre adotar uma crian�a branca, parda ou negra. As crian�as saud�veis ainda s�o as mais solicitadas, mas nos �ltimos tr�s anos dobrou o n�mero de inscritos que aceitavam crian�as com problemas f�sicos recuper�veis. Os dados fazem parte do levantamento feito pelo Setor de Estudos Familiares da Vara C�vil da Inf�ncia e Juventude de Belo Horizonte.

Mesmo com avan�o, adotar uma crian�a com a sa�de mais comprometida ainda � uma exce��o. Mas foi o que fez a fam�lia de Vera Cardoso de Almeida Santana, de 53 anos. Casada e m�e de um garoto, n�o estava nos planos da psic�loga fazer uma ado��o. At� que um dia ela cruzou com Ab�lio em uma casa de caridade. Ele tinha apenas 2 anos e uma paralisia cerebral que causa um comprometimento severo. Quando perguntada sobre o que a levou a adot�-lo, se embola e n�o sabe explicar direito. “Quando vi o Ab�lio fui tomada por um amor, por uma urg�ncia em t�-lo como meu filho, que n�o tenho uma explica��o racional. Nesses quatro anos que ele est� conosco, esse amor s� cresce”, diz.

Na fam�lia, a chegada de Ab�lio se tornou um consenso com o passar do tempo. O filho mais velho, hoje com 18 anos, foi visitar a crian�a e tamb�m foi “fisgado”. “A gente deixou que o amor nascesse no cora��o de cada um. Primeiro meu filho foi conhec�-lo e ficou apaixonado. Meu marido teve uma nova paternidade constitu�da na conviv�ncia: ele � um pai melhor do que se fosse biol�gico, de tanto carinho e dedica��o que tem por Ab�lio.” Na semana passada, depois de quatro anos, Vera recebeu a certid�o de nascimento do filho mais novo. “Agora ele tem pai, m�e, irm�o, av�s, primos, tudo o que tem direito”, diz orgulhosa.

Prefer�ncias

A Vara da Inf�ncia e Juventude mapeou o perfil socioecon�mico dos interessados em adotar uma crian�a, assim como as caracter�sticas pleiteadas por candidatos da capital entre 2006 e 2011. Das inscri��es deferidas, 35% preferiam beb�s de at� 1 ano de idade. Mais da metade dos cadastrados n�o escolheu o sexo da crian�a, mas entre aqueles que optaram, a prefer�ncia foi por meninas.

Para a Silvana Melo Martins, assistente social do Tribunal de Justi�a, o fato de mais fam�lias revelarem a ado��o tem contribu�do para uma op��o menos preconceituosa no que se refere a ra�a. “Alguns casais, quando buscam a identifica��o da ra�a, querem manter o sigilo sobre a infertilidade. T�m a preocupa��o em n�o explicitar essa situa��o de forma p�blica. Mas o n�mero de fam�lias que revelam ter um filho adotado tem crescido � medida que a m�dia aborda o assunto. E os t�cnicos orientam que a revela��o � um direito da crian�a”, analisa Silvana. Segundo a assistente social, esse fato tamb�m tem colaborado para que a faixa et�ria mais valorizada se estenda at� os 3 anos.

Silvana destaca outro dado que demonstra maior disponibilidade dos candidatos a pais para crian�as com problemas de sa�de recuper�veis. “As pessoas come�am a perceber que um filho biol�gico voc� aceita da forma como ele vem. Adotar n�o � fazer caridade, n�o � ajudar, n�o � ter algu�m para cuidar de voc� na velhice. Contudo, um n�mero muito pequeno de crian�as com problemas s�o adotadas e permanecem em institui��es de acolhimento” .

Como adotar

1) O interessado deve ter, acima de tudo, o desejo e a disponibilidade de criar e educar uma crian�a
2) A primeira a��o � fazer o cadastro no Juizado da Inf�ncia e Juventude com o perfil da crian�a pretendida
3) Os pais passam por um estudo social e psicol�gico realizado por profissionais do pr�prio �rg�o
4) O estudo � encaminhado ao promotor para aprecia��o e ao juiz para aprova��o
5) Caso sejam consideradas habilitados, os candidatos passam a integrar o cadastro de ado��o e aguardam at� aparecer uma crian�a que se encaixe no perfil

O Servi�o de Atendimento ao Cidad�o (Seac) do Juizado da Inf�ncia e Juventude funciona de segunda a sexta-feira das 12h �s 17h. O endere�o � Avenida Oleg�rio Maciel, 600, sala 106, Centro

80% dos candidatos n�o t�m filho

De acordo com a Coordenadoria da Inf�ncia e da Juventude (Coinj), foram conclu�das 247 ado��es em Belo Horizonte no ano passado. Entre os 138 inscritos que se habilitaram a ado��o, 120 eram casais, 13 pessoas eram solteiras e cinco pessoas separadas, sendo que 80% deles n�o tinham filhos. Segundo o Setor de Estudos Familiares da Vara C�vil da Inf�ncia e Juventude (Sef), a maior parte dos inscritos, 82%, possu�am renda entre quatro e 20 sal�rios m�nimos, sendo que 8% possu�am renda abaixo de quatro sal�rios e 10% acima de 20 sal�rios. Mais de 80% dos inscritos possu�am casa pr�pria e a escolaridade predominante foi a de n�vel secund�rio e superior.


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