
“Esse �ndice inclui o nosso atraso, casos em que o passageiro pega outro t�xi antes do tempo estipulado para busc�-lo, e tamb�m os problemas que podem ocorrer com o carro ou o motorista”, alega Cristian Carlos Soares, diretor administrativo da Coomotaxi, que tem 300 associados. Na Coopertaxi, a situa��o n�o � diferente. Todo m�s, 15% dos clientes suspendem o pedido antes da chegada do carro. “Um percurso que antes gast�vamos de 10 a 15 minutos para fazer, hoje levamos 30 minutos. Muitas vezes tenho o t�xi pr�ximo e n�o consigo faz�-lo chegar ao cliente”, explica Waldir Hansen J�nior, diretor operacional da Coopertaxi, que mant�m 400 carros cadastrados.
A principal justificativa das cooperativas para o atraso � o tr�nsito. O argumento n�o convence o historiador e poeta S�rgio Mitre, de 36 anos, morador do Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Leste, que s� usa �nibus e t�xi. Ele � um dos que perderam a paci�ncia depois de ficar 35 minutos aguardando um carro de cooperativa. Cansado, ele pegou um t�xi que passava. “Eu j� estava dentro de outro t�xi quando a atendente me ligou dizendo que o carro estava ‘quase chegando’. Um absurdo! �sempre a mesma desculpa: o tr�nsito est� ruim. O mais curiosos � que eles t�m pavor quando voc� fala da necessidade de aumentar a frota”, comenta.
O diretor administrativo da Coomotaxi fica indignado quando o assunto � falta de t�xi. “Dizer isso � uma covardia com quem est� trabalhando duro. Mas n�s, brasileiros, temos a mania de p�r a culpa no outro”, desabafa. Segundo ele, s�o muitos os motivos para o problema. “Houve um aumento do poder aquisitivo e quem n�o podia pegar t�xi est� podendo hoje. Para piorar, temos uma quantidade de obras na cidade inteira que emperra o tr�nsito”, diz.
Nos hor�rios de pico, os 400 carros da Coomotaxi s�o suficientes para a demanda de 600 passageiros. “Nesse momento, �s 17h50, tenho 80 chamadas na tela do meu computador. Muitos carros j� est�o ocupados. Para 10 pedidos ainda n�o tenho carro dispon�vel na regi�o que est�o pedindo”, relatou. Em algumas cooperativas, como comprovou o Estado de Minas, a liga��o nem chega a ser completada. Uma, duas, tr�s tentativas e a decis�o: tentar um t�xi na rua. Na Avenida do Contorno com Rua Estev�o Pinto, �s 18h30, dezenas de taxistas v�o e v�m sem olhar para as cal�adas. Em 20 minutos, 12 tentativas de embarcar, todas frustradas. Ou o carro estava ocupado ou indo buscar algum passageiro que chamou pela central.

Gest�o integrada
Para tentar minimizar a demora no atendimento, reduzir o �ndice de desist�ncia e fazer frente a concorr�ncia que se aproxima – com a licita��o de 545 novas placas –, as cooperativas planejam integra��o. A ideia � fazer gest�o compartilhada dos passageiros: quando uma cooperativa n�o puder atender, o pedido � enviado para outra que est� desafogada para agilizar o atendimento.
“S� falta igualarmos o sistema para trocar informa��es. Para isso, � preciso comunica��o via sat�lite e pacote de dados, mas quem disse que o pa�s oferece estrutura? � dif�cil conseguir um prefixo e a internet tamb�m n�o ajuda”, comenta Cristian Soares.
Para ele, a agilidade no atendimento depende de di�logo entre o poder p�blico e a categoria. Soares avalia que a capacidade de trabalho do taxista caiu nos �ltimos anos devido � sobrecarga no tr�nsito, o que n�o � reconhecido pela BHTrans. “Antes um motorista conseguia dirigir 14, 16 horas. Hoje ningu�m consegue, porque passa a maior parte do tempo trocando marcha. A perna d�i, a coluna d�i…Mas n�o permitem cadastrar dois auxiliares, o que daria oito horas de trabalho para cada motorista. Assim o carro ficaria o tempo todo”, sugere Soares.
Ontem, foram abertos os envelopes da licita��o da prefeitura para as 545 novas placas, 60 delas para carros adaptados a portadores de necessidades especiais. Segundo a BHTrans, mais de 9 mil pessoas f�sicas e 69 empresas se inscreveram pela internet. Mas apenas 6.308 pessoas f�sicas e 27 jur�dicas entregaram os documentos necess�rios. Hoje, BH conta com 5.955 permiss�es de t�xi, incluindo 2 mil ligadas a cooperativas. A capital passar� a contar com 6,5 mil t�xis. O resultado da licita��o ser� divulgado no Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM) e no portal www.bhtrans.pbh.gov.br.