
A viabilidade das linhas 2 e 3 do metr� de Belo Horizonte, como foram apresentadas pela Trem Metropolitano S.A. (Metrominas), est� sendo questionada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e pelo Sindicato dos Metrovi�rios (Sindimetro). Em audi�ncia p�blica sexta-feira na C�mara Municipal, o representante da operadora federal dos trens da capital, Ad�o Guimar�es Silva, afirmou que apenas a constru��o de metade da Linha 2 n�o vai atender os 283 mil moradores do Barreiro. Os passageiros dessa regi�o t�m, em sua maioria, o Centro como destino, mas chegar�o apenas ao Calafate, onde ser� necess�rio ingressar nos j� abarrotados vag�es da Linha 1 (Eldorado/Vilarinho). “N�o faz mais sentido (a Linha 2 tangenciar a Linha 1 no Calafate). Isso foi adaptado no projeto antigo por causa da transfer�ncia da rodovi�ria para l�, o que j� n�o vai acontecer”, disse Silva. A Metrominas admite o gargalo e procura solu��es.
Pela an�lise do representante da CBTU, a melhor solu��o seria concluir a Linha 2 inteira, do Barreiro ao Bairro Santa Tereza, na Regi�o Leste, perto da �rea hospitalar, e passando pela Pra�a Sete. “O estudo da CBTU concluiu que o melhor itiner�rio seria Barreiro-Santa Tereza”, considera. N�o � a primeira vez que t�cnicos da companhia criticam os projetos. A implanta��o de uma oficina e p�tio de manobra subterr�neos na Linha 2 j� foi considerada invi�vel por operadores da companhia.
Opostos na greve que paralisou o metr� por mais de um m�s, CBTU e o Sindicato dos Metrovi�rios concordam que o projeto precisa ser mudado. “N�o faz nem sentido encontrar mais as duas linhas (1 e 2) no Calafate. O certo � ir direto do Barreiro � Pra�a Sete e Santa Tereza. Nem que seja preciso deixar a Linha 3 (Savassi-Lagoinha) para depois”, disse o vice-presidente do sindicato, Romeu Jos� Machado Neto.
Savassi
A pr�pria necessidade de uma linha subterr�nea � contestada pelo sindicalista que representa os operadores dos trens da CBTU. “A primeira coisa a fazer quando se executa uma linha � pesquisar a origem e o destino. Isso n�o foi feito no trecho Lagoinha-Savassi. O metr� � para tirar das vias o grande fluxo de �nibus. Qual � o grande corredor de �nibus entre a Lagoinha e a Savassi?”, questiona. E conclui: “O sistema j� n�o comporta o que tem, com a Linha 1 lotada todos os dias. Imagina injetar mais gente”, alerta Neto.
O coordenador do projeto do metr� pela Prefeitura de Belo Horizonte, M�rcio Duarte, admitiu que o projeto como est� cria um gargalo na Esta��o Calafate. “Ser� uma quest�o operacional. Estamos fazendo estudos e simula��es, em busca de solu��es. Uma das respostas pode ser o trem da Linha 2 ingressar nos trilhos da Linha 1 e cumprir o restante de seu itiner�rio at� o Centro”, afirma.
De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop), a necessidade de adequa��o de recursos exigiu, em 2008, a elabora��o de estudos para defini��o de prioridades nos investimentos do metr�. “Os recursos dispon�veis atualmente n�o s�o suficientes para a execu��o da totalidade das linhas. Com esta modelagem, o metr� ter� a possibilidade de transportar at� 900 mil passageiros/dia, ou seja, quase quatro vezes o movimento atual, com um aumento do n�mero de vag�es para 240”, informa em nota a Setop.
Primeira perfura��o vem a�
A expectativa da Metrominas � de que as primeiras perfura��es para levantamentos de geotecnia do metr� de Belo Horizonte sejam marcadas na pr�xima semana e ocorra nos pr�ximos dias. De acordo com a companhia, a ordem de servi�o est� para ser assinada. A licita��o para os servi�os de topografia ainda n�o teve um vencedor determinado, uma vez que na primeira concorr�ncia todas as empresas foram consideradas inabilitadas e tiveram tempo para se adequar �s exig�ncias do trabalho.