Cerca de 3 mil pessoas usam o transporte clandestino ou irregular diariamente para se deslocar at� o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. A estimativa � do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG), com base em pesquisa divulgada ontem, feita com passageiros do terminal para avaliar o sistema de transporte at� o aeroporto e at� os destinos de cada um. Durante sete dias de aplica��o dos question�rios, 3,2 mil pessoas responderam �s perguntas, 17,6% disseram j� terem usado transporte clandestino e 12,6% n�o completaram essa parte, o que, para o DER, indica que tamb�m s�o ou j� foram usu�rias dos “piolhos”, carros que transportam os viajantes sem autoriza��o. No total, o percentual chega a 30,2%.
A pesquisa mostrou ainda que a op��o preferida dos passageiros que embarcam e desembarcam em Confins � o �nibus, seguido pelo carro particular, em segundo lugar, e pelo t�xi, em terceiro. Esse � o cen�rio que expressa a prefer�ncia de quem vai viajar ou de quem chega de viagem. O que mais chama a aten��o � que o t�xi ocupa o terceiro lugar, com 15,75% da prefer�ncia na ida e 12,63% na volta, propor��o praticamente igual � que mostra a op��o pelo transporte clandestino. Para o DER/MG, isso prova que os t�xis regulares e os “piolhos” praticamente dividem os passageiros que demandam o carro pequeno.
O estudante David Guimar�es, de 22 anos, usa o terminal em Confins duas vezes por m�s e j� optou por v�rias possibilidades de transporte, como carro particular, �nibus e t�xi. Tamb�m j� foi abordado v�rias vezes pelos clandestinos, mas n�o se aventurou. Para ele, o sistema de transportes entre a capital e o aeroporto precisa ser aperfei�oado. “Os hor�rios dos �nibus precisam ser ampliados e o governo deve estudar uma forma de aumentar a demanda dos carros menores como prestadores desse servi�o e diminuir o pre�o das tarifas. Tem muita gente que prefere assim, pela facilidade com as malas”, garante o estudante. Segundo ele, do jeito que est� quem sai prejudicado s�o os passageiros. “� insuficiente e n�o atende �s necessidades das pessoas”, completa.
Alternativa para baixar as tarifas
Taxista h� tr�s anos, Jamil Cavanellas, de 59, acredita que o valor cobrado pelo t�xi entre BH e o terminal poderia ser reduzido caso um problema antigo terminasse. Hoje, o taxista de Belo Horizonte s� pode levar o passageiro at� o terminal e n�o pode levar ningu�m na volta, assim como os taxistas de Confins e Lagoa Santa, na Grande BH, podem pegar quem desembarca e levar at� a capital. Por�m, eles n�o podem voltar com passageiros para o aeroporto. “Se acabasse com isso, poderia diminuir a tarifa. Para ir cheio e voltar vazio esse valor � o justo”, diz o taxista. Ainda segundo ele, uma mudan�a nas regras poderia melhorar a demanda. “Ia resolver parte dos problemas da falta de t�xis”, completa.
Como o “piolho” se infiltra no estacionamento e leva pessoas tanto na ida quanto na volta, ele acaba conseguindo abaixar consideravelmente o pre�o praticado pelo servi�o regular. Segundo o DER/MG, nas �ltimas duas opera��es do �rg�o contra os clandestinos foram abordados 740 ve�culos e 36 “piolhos” presos. Eles tamb�m foram multados em R$ 1.164,55 e tiveram os ve�culos apreendidos. Ainda segundo o diretor, o perfil do ilegal varia em quatro vertentes. S�o motoristas regulares de t�xi de Lagoa Santa e Confins que compram carros particulares e colocam outras pessoas para dirigir, ex-motoristas de locadoras de carros e empresas de turismo que migram para essa �rea, pessoas que come�am a se organizar em redes sociais e criminosos, que se aproveitam para roubar passageiros.
A reportagem tentou contato com o Sindicato Intermunicipal dos Condutores Aut�nomos de Ve�culos Rodovi�rios de Minas Gerais (Sincavir/MG), mas ningu�m foi encontrado para comentar a pesquisa. A Secretaria de Estado de Transporte e Obras P�blicas (Setop), respons�vel por regular o transporte intermunicipal, informou que os resultados da pesquisa ainda ser�o avaliados pelo �rg�o.
FALA, PASSAGEIRO
O que voc� acha do transporte PARA CONFINS?
O que voc� acha do sistema de transporte que serve o Aeroporto Internacional Tancredo Neves?

1) F�bio J�nior Rocha, 22 anos, estudante
Pagar R$ 90 em um t�xi � muito caro. O �nibus t�m um valor mais em conta, mas j� entrei em um �nibus do Conex�o Aeroporto que n�o estava em boas condi��es. Por�m, da mesma forma, j� peguei excelentes �nibus da mesma linha.
2) Tatiana Oliveira, 30 anos, assistente geri�trica
Acho p�ssimo. No aeroporto n�o tem nenhuma informa��o sobre meios de transporte para Belo Horizonte e o valor da passagem de t�xi � um absurdo. Uso mais o �nibus Conex�o Aeroporto, que � mais em conta. J� fui abordada algumas vezes por clandestinos, mas achei melhor n�o entrar.

3) Gaudino Jos� Dias, 75 anos, guia de turismo
Bom mesmo seria se tivesse um metr� que ligasse o aeroporto � capital. O �nibus tem um bom pre�o, mas � menos acess�vel, principalmente quando voc� est� cheio de malas e tamb�m com a fam�lia toda. J� o t�xi � muito caro.
