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Estado de Minas

Condom�nios de luxo lutam contra mau cheiro na Grande BH

Moradores de condom�nios de luxo do Vale dos Cristais j� n�o suportam mau cheiro com que convivem desde a chegada de esta��o de tratamento de esgoto e amea�am processar a Copasa


postado em 03/08/2012 06:00 / atualizado em 03/08/2012 07:10

Em meio à área de mata atlântica, unidade de tratamento foi implantada há um ano em região dominada por residenciais de alto padrão. Desde então, convivência tem sido traumática(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Em meio � �rea de mata atl�ntica, unidade de tratamento foi implantada h� um ano em regi�o dominada por residenciais de alto padr�o. Desde ent�o, conviv�ncia tem sido traum�tica (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

O publicit�rio Frederico Guimar�es, de 23 anos, gosta de observar as extens�es de mata atl�ntica preservadas ao redor de seu apartamento, mas atualmente pensa duas vezes antes de abrir as janelas. “Em meio a uma natureza incr�vel, o mau cheiro invade tudo, at� as garagens”, lamenta. Frederico e outros moradores do Bairro Vale dos Cristais, uma das �reas mais nobres da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, reclamam do odor exalado pela vizinha Esta��o de Tratamento de Esgoto (ETE) do Vale do Sereno. Um grupo de associa��es e condom�nios amea�a entrar na Justi�a contra a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), respons�vel pela gest�o da ETE.

No Vale dos Cristais, onde o metro quadrado chega a custar mais de R$ 600, moram cerca de 650 pessoas, distribu�das em quatro condom�nios de luxo: Vila Grimm, Vila Gardner, Vila Hartt e Residencial Nascentes. O bairro fica em Nova Lima e margeia a MG-030. Bem em frente, no outro lado da rodovia, no in�cio do ano passado foi instalada a ETE do Vale do Sereno. Desde ent�o, o mau cheiro vem incomodando moradores, al�m de estudantes e funcion�rios da unidade local do Col�gio Santo Agostinho.

Por causa das queixas, a Frente do Vetor Sul, entidade que re�ne mais de 20 condom�nios e associa��es de moradores da regi�o, enviou � Copasa notifica��o extrajudicial, por meio do cart�rio de registro de t�tulos e documentos da capital. Segundo a notifica��o, a ETE representa “uma verdadeira situa��o de calamidade p�blica” e o odor exalado � “inexplic�vel e inaceit�vel”. O documento afirma que, se a concession�ria n�o explicar quais “medidas emergenciais” planeja para reverter o quadro atual, a Frente entrar� na Justi�a com uma a��o civil p�blica para repara��o de danos morais coletivos.

A notifica��o, encaminhada � Copasa em 24 de julho, fixou prazo de 15 dias para que a empresa envie as informa��es solicitadas. “H� um ano come�aram as reclama��es, e parece que a situa��o piorou nos �ltimos meses. Como a ETE est� na baixada do vale, o odor pega todas as casas do bairro, s� poupa as que est�o nos pontos mais altos”, constata o advogado Walmir de Castro Braga, coautor da notifica��o e diretor jur�dico da Associa��o Residencial Nascentes, uma das integrantes da Frente Vetor Sul. “Antes de fechar neg�cio, os empreendedores imobili�rios da regi�o deveriam informar que os compradores de im�veis estariam sujeitos ao odor”, sugere.

No Residencial Nascentes, uma moradora que n�o quis se identificar diz que um amigo desistiu de comprar um lote no condom�nio por causa do problema. “N�o � todo dia, mas o fedor incomoda quando chega. � mais no fim da tarde”, conta a m�dica, de 49 anos. O odor  n�o chega a algumas moradias, segundo o presidente da associa��o de moradores do condom�nio, o professor universit�rio Dalmo Mendes, de 67. “Na minha casa, que fica mais distante (da ETE), o mau cheiro n�o chega. Mas tem gente que reclama muito, sobretudo em per�odos mais quentes”, aponta.

O empres�rio M�rcio Salom�o, de 50, mora no Nascentes h� dois anos e meio, com a esposa e dois filhos. Ele diz que sente o mau cheiro todos os dias. “No tempo de frio ameniza um pouco, mas � insuport�vel na �poca de calor. � mais forte � tarde”, observa. A solu��o da fam�lia foi espalhar pela casa dispersores de fragr�ncias florais. “Costumamos fechar as janelas do quarto e da sala”, diz. Um dos filhos de M�rcio, Davi Lima Hasen, de 9, estuda no Col�gio Santo Agostinho, estrutura do bairro mais pr�xima � ETE, que tem cerca de 1.750 alunos. “L� o cheiro � forte todo dia, o fedor chega � sala de aula. Tem vez que a gente coloca a camisa no nariz, para ver se melhora”, conta o garoto.

 

Sufocante

Diógenes Guimarães, gestor de escola, observa a estação:
Di�genes Guimar�es, gestor de escola, observa a esta��o: "Segunda-feira de manh�, costuma ser insuport�vel" (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
O problema � confirmado pelo gestor da escola, Di�genes Guimar�es. “Quase todo dia a gente sente, sobretudo no fim da tarde. Em alguns dias � pior. Segunda-feira de manh�, costuma ser insuport�vel. �s vezes, � uma coisa de sufocar”, reclama. Segundo ele, o odor dificulta a concentra��o dos alunos. “Atrapalha nossas atividades, causa mal-estar. � um inc�modo permanente. Uma parte da nossa aten��o fica voltada para o mau cheiro, n�o conseguimos nos desligar dele.”

H� quatro meses Frederico Guimar�es se mudou com a fam�lia para a Vila Grimm. Ele diz que sofre com o mau cheiro desde o primeiro dia no novo endere�o. “O odor � di�rio e est� presente a qualquer hora do dia, mas varia de intensidade: fica mais forte e inc�modo � noite”, aponta, temendo que os gases causem problemas � sa�de. “Nenhuma pessoa do mundo pode ser obrigada a conviver com um problema como este. � muita falta de respeito”, conclui.

Compromisso

O superintendente de Servi�os e Tratamento de Efluentes da Copasa, Eug�nio �lvares de Lima, garantiu que no prazo de um m�s o problema da ETE Vale do Sereno, que ele atribui � sobrecarga, ser� resolvido. Segundo ele, todos os equipamentos da ETE est�o sendo cobertos por uma manta especial. Est�o sendo instalados ainda exaustores que sugam o g�s sulf�drico (H2S), respons�vel pelo odor de podrid�o. “Estamos cobrindo os equipamentos do tratamento prim�rio e, como h� muita reclama��o dos moradores, tamb�m os reatores do secund�rio. Se depois desses 30 dias continuar o mau cheiro, garanto que o problema n�o � da Copasa. H� outras ETEs na regi�o, dos pr�prios condom�nios e de algumas empresas”, disse.
 


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