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Estado de Minas

PM prop�e que bares e boates coloquem baf�metros � disposi��o de clientes

PM reage a epis�dios de viol�ncia como o que matou uma pessoa no domingo defendendo que casas noturnas ofere�am teste para motorista. Associa��o diz que medida � in�cua e que conter a barb�rie na noite exige consci�ncia e policiamento


postado em 07/08/2012 06:00 / atualizado em 07/08/2012 08:18

 
A viol�ncia na sa�da de boates e casas noturnas, que s� nos �ltimos dois dias causou duas mortes na Grande BH, desafia empres�rios e levou a Pol�cia Militar a apresentar � iniciativa privada uma proposta controversa para conter a criminalidade e a mistura �lcool e dire��o. A ideia � oferecer baf�metros aos clientes na sa�da da balada. O an�ncio foi feito ontem pelo comandante do Policiamento da Capital, coronel Rog�rio Andrade, dois dias depois de um jovem alcoolizado ter atropelado tr�s pessoas e matado uma delas, ap�s se envolver em uma briga e ser expulso da boate Hard Rock Caf�, em Nova Lima, na regi�o metropolitana. Antes mesmo de colocar em debate quem pagar� a conta da compra dos equipamentos e como eles ser�o operados, a medida j� divide opini�es. Para a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel/MG), a sugest�o � in�cua, j� que qualquer mudan�a passa pelo comportamento e pela consci�ncia do motorista. E pela a��o da pr�pria pol�cia.

Na madrugada de ontem, horas depois da trag�dia em Nova Lima, a combina��o entre �lcool e volante causou mais uma v�tima, desta vez na capital. Um jovem de 21 anos morreu em um acidente em que a condutora teria bebido antes de pegar a dire��o. Os dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) tamb�m d�o a dimens�o do problema da viol�ncia. Somente no ano passado, 61 boletins de ocorr�ncia foram registrados por agress�o e les�o corporal em casas noturnas e similares. Os n�meros podem ser ainda mais altos, j� que as confus�es por n�o pagamento de d�vida n�o est�o relacionadas e em boa parte dos casos a pol�cia n�o � acionada.

A implanta��o dos baf�metros na sa�da das casas noturnas, segundo o coronel, seria uma das medidas preventivas para intervir nas estat�sticas de acidentes. “Tivemos uma reuni�o com representantes do setor e sugerimos que alguns locais tivessem os etil�metros para que os motoristas possam avaliar se t�m ou n�o condi��o de dirigir na hora de ir embora. Eles acharam a ideia positiva e disseram que v�o avaliar.” Conforme Andrade, a iniciativa faz parte de um trabalho preventivo que vem sendo elaborado pela PM. “Estamos fazendo um levantamento para identificar a origem dos condutores que se acidentam. J� sabemos que grande parte havia sa�do de bares, eventos, shows, boates ou jogos de futebol. Para os eventos culturais e esportivos j� temos a��es espec�ficas”, afirma o comandante, adiantando que at� o fim do m�s um trabalho direcionado para as boates deve come�ar.

intimida��o Entre as vantagens de sugerir ao cliente a “consulta ao baf�metro”, o coronel afirma que a pessoa que apresentar n�vel de alcoolemia acima do permitido pode se sentir intimidada e optar por usar outro meio de transporte. Por outro lado, a casa tamb�m poder� adotar medidas de apoio para transporte do cliente. Quanto � viol�ncia dentro ou na sa�da dos estabelecimentos, o coronel faz o alerta � popula��o sobre a import�ncia de denunciar.

O presidente do Sindicato dos Hot�is, Restaurantes, Bares e Similares de BH (Sindhorbh), Paulo Pedrosa, v� com simpatia a ideia do baf�metro. “Tudo o que pode ser feito para diminuir os acidentes e as confus�es nos estabelecimentos s�o medidas bem recebidas por n�s”, disse. No entanto, afirma que a iniciativa s� pode ser aceita sem �nus ou obrigatoriedade para o empres�rio.

J� para o diretor-executivo da Abrasel, Lucas P�go, a medida � completamente desnecess�ria. “N�o concordo com a proposta, que inclusive j� tentaram emplacar como lei federal. A Lei Seca est� valendo h� muito tempo e para cumpri-la � preciso uma mudan�a de comportamento do motorista e n�o um baf�metro na sa�da da balada, que vai apenas mostrar o quanto ele bebeu”, afirma. J� medidas como o estabelecimento pagar a bandeirada do t�xi ou fazer conv�nios com empresas de transporte s�o vistas como eficientes.

Seguran�a

P�go afirma ainda que, mesmo com esfor�o dos estabelecimentos em montar um aparato de seguran�a, tem sido dif�cil frear as ocorr�ncias de viol�ncia nas casas noturnas. “Por mais que o setor invista em seguran�a privada, c�meras e vigias, essas ferramentas s� v�m ajudar no dever da pol�cia, que � de zelar pela seguran�a p�blica”, afirma. Paulo Pedrosa, do Sindhorb, tamb�m destaca a participa��o da seguran�a nas despesas dos empres�rios, quesito para o qual as empresas j� relatam destinar cerca de 15% do or�amento.

Conta alta que o dono da casa de show no Alambique, Ademir Pinto, conhece bem. O empres�rio afirma que desde 2002 teve uma mudan�a significativa no aparato de seguran�a da boate. De um porteiro, que entregava e recebia cartelas, passou para uma equipe de 25 a 30 pessoas. “O aumento ocorreu porque mudamos o estilo musical, por causa da faixa et�ria que caiu e devido a uma expans�o da casa”, disse. O grupo que trabalha atualmente na boate � formado por guardi�s (mulheres), seguran�as masculinos e brigadistas prontos para lidar com casos de excesso de �lcool, brigas, primeiros socorros e confus�es em geral. Ainda assim, precisa lidar com ocorr�ncias em pelo menos metade dos dias em abre as portas. “A casa funciona de ter�a a s�bado. S�o 20 dias por m�s. Pelo menos em 10 temos algum tipo de confus�o”, conta o empres�rio que investiu R$ 60 mil no ano passado para compra de 35 c�meras de monitoramento eletr�nico e detectores de metal para evitar a entrada de armas.


De carona com o perigo

Atitudes como a de Hudson Eduardo Silva, de 18 anos, ao dirigir alcoolizado quando provocou o atropelamento que matou uma pessoa na madrugada de domingo, est�o longe de ser um caso isolado. Levantamento sobre o uso de �lcool e a juventude, do Minist�rio da Sa�de e da Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo (USP), referente a 2010, aponta que quase um quinto (18%) dos jovens entrevistados assumiram ter dirigido sob efeito do �lcool nos 12 meses anteriores, sendo que um em cada 10 havia bebido mais de cinco doses da bebida.

Al�m disso, mais de um quarto (27%) dos 18 mil universit�rios que responderam ao levantamento confessaram ter pego carona com colegas embriagados. O comportamento tem como pano de fundo um cen�rio onde 86,2% dos jovens relataram j� terem feito uso de bebida alc�olica, a maioria antes dos 16 anos.

Investimentos em seguran�a, mais baf�metros, nada disso vai p�r fim a barb�ries ao volante como a protagonizada por Hudson enquanto crimes de tr�nsito n�o tiveram uma puni��o exemplar. A avalia��o � de L�zaro Sampaio Henriques Damasceno, de 32, cuja autoridade para discutir o assunto vem de trag�dia vivida em 2009 por ele e quatro amigos, v�timas do franc�s Olivier Rebellato, com ent�o 20 anos, na Savassi. B�bado e sem carteira, Rebellato avan�ou o sinal vermelho, bateu no carro dos cinco. Uma das v�timas vive hoje em estado vegetativo.

“Enquanto a Justi�a n�o mudar, vamos continuar pagando com vidas, pois os infratores sabem que n�o ser�o punidos”, afirma. Embora n�o acredite num impacto grande da medida, Hudson apoia a iniciativa de instalar baf�metros em boates. “Se isso ajudar a aumentar a consci�ncia dos motoristas, j� vale”, diz.
 


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