

� beira da cova de Cec�lia, sepultada no Cemit�rio do Bonfim, na Regi�o Noroeste de BH, e quebrando o sil�ncio inc�modo dos presentes, a fala de Cl�udia foi seguida pelos aplausos emocionados das cerca de 1 mil pessoas que compareceram ao sepultamento. Muito abalados, os parentes da atriz n�o permitiram a entrada de jornalistas no vel�rio, reservado apenas aos parentes e amigos.
A m�e de Cec�lia, em companhia do marido, Jefferson Pinto, estava em Paris, em visita � outra filha do casal, Patr�cia, de 29, que mora na Fran�a. O filho de Cec�lia, Arthur, de 12, tamb�m reside na capital francesa. Ontem de manh�, os quatro chegaram de Paris por volta das 11h30 e seguiram direto para o local do vel�rio. Arthur carregava uma foto da m�e e um caderno e pedia a cada um dos presentes que escrevesse uma homenagem � ela, reconhecida por lutar contra as injusti�as e por uma sociedade melhor. A inten��o do menino, que h� pouco mais de um ano reside com o pai no exterior, � fazer um memorial para Cec�lia.
Artistas e profissionais do setor de comunica��o compareceram em peso ao vel�rio e anunciaram um ato de protesto contra a morte violenta da atriz, em data que ainda n�o est� definida. O ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate � Fome Patrus Ananias, amigo da fam�lia, compareceu ao enterro na companhia da mulher, Vera Victer, mas n�o quis falar. Ci�a apoiou Patrus na disputa pela PBH e trabalhou no comit� do candidato. Na madrugada em que foi morta, ela voltava justamente da festa de encerramento da campanha do candidato petista. O vereador Arnaldo Godoy (PT) e o presidente do Clube Atl�tico Mineiro, Alexandre Kalil, tamb�m estiveram presentes.
Tortura

“Os assaltantes chegaram a jogar �lcool neles, amea�ando a todo momento atear fogo nos ref�ns. Disseram que tamb�m matariam o cachorro de estima��o e que se algu�m chegasse na casa todos morreriam”, completou. Foi esse clima de terror que teria levado Cec�lia a ligar para pol�cia quando foi atingida com um tiro no peito por um dos bandidos. Em seguida, os criminosos obrigaram Marcelo a abrir o port�o da casa e fugiram levando tr�s celulares. O corpo de Cec�lia ficou trancado num dos c�modos da casa.
Marcelo e Alexandra correram para buscar socorro e, quando chegaram, a Pol�cia Militar, chamada por vizinhos que ouviram o tiro, j� havia encontrado Cec�lia morta. “Agora � menos uma guerreira para lutar por direitos iguais e contra as injusti�as”, afirmou uma das primas da atriz, J�lia Bizzotto, de 34, que a definiu como uma pessoa engajada.
Para os alunos de Cec�lia, que era professora de teatro no programa Valores de Minas, voltado para jovens em situa��o de vulnerabilidade social, fica a imagem de uma mulher de for�a. “Foi uma crueldade o que fizeram com a Ci�a. Ela era uma pessoa de atitude, for�a e que tinha muito amor ao teatro”, disse, aos prantos, a estudante Glayciele Renata, de 19. S�cia fundadora da Companhia L�dica de Atores, Ci�a se preparava para dois espet�culos, um deles como atriz e outro como assistente de dire��o.