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Estado de Minas

Durante funeral, m�e de atriz assassinada na capital revela a mais pura express�o da dor

M�e da atriz Cec�lia Bizzotto, assassinada por assaltantes, usa um palavr�o para exprimir a revolta e a indigna��o pela perda brutal da filha, morta aos 32 anos


postado em 09/10/2012 06:00 / atualizado em 09/10/2012 06:40

Parentes de Ciça recebem o conforto de amigos, enquanto a mãe da atriz, Cláudia Bizzotto (abaixo), não consegue esconder o desespero pela morte da filha(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Parentes de Ci�a recebem o conforto de amigos, enquanto a m�e da atriz, Cl�udia Bizzotto (abaixo), n�o consegue esconder o desespero pela morte da filha (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

 

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
“Dizem que os filhos � que devem enterrar os pais. Estou muito infeliz, pois agora enterro minha filha. N�o sei como � a dor que vou sentir, mas s� sei que estou muito puta com tudo isso. As c�meras da m�dia est�o todas aqui e espero que seja uma forma de protesto.” Foi assim, com um palavr�o carregado de revolta e indigna��o, que a analista ambiental Cl�udia Bizzotto, manifestou todo o seu sofrimento pelo assassinato da filha, a atriz e artista pl�stica Cec�lia Bizzotto Pinto, de 32 anos, a Ci�a, morta por assaltantes na madrugada de domingo, no Bairro Santa L�cia, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizotne.

� beira da cova de Cec�lia, sepultada no Cemit�rio do Bonfim, na Regi�o Noroeste de BH, e quebrando o sil�ncio inc�modo dos presentes, a fala de Cl�udia foi seguida pelos aplausos emocionados das cerca de 1 mil pessoas que compareceram ao sepultamento. Muito abalados, os parentes da atriz n�o permitiram a entrada de jornalistas no vel�rio, reservado apenas aos parentes e amigos.

A m�e de Cec�lia, em companhia do marido, Jefferson Pinto, estava em Paris, em visita � outra filha do casal, Patr�cia, de 29, que mora na Fran�a. O filho de Cec�lia, Arthur, de 12, tamb�m reside na capital francesa. Ontem de manh�, os quatro chegaram de Paris por volta das 11h30 e seguiram direto para o local do vel�rio. Arthur carregava uma foto da m�e e um caderno e pedia a cada um dos presentes que escrevesse uma homenagem � ela, reconhecida por lutar contra as injusti�as e por uma sociedade melhor. A inten��o do menino, que h� pouco mais de um ano reside com o pai no exterior, � fazer um memorial para Cec�lia.

Artistas e profissionais do setor de comunica��o compareceram em peso ao vel�rio e anunciaram um ato de protesto contra a morte violenta da atriz, em data que ainda n�o est� definida. O ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate � Fome Patrus Ananias, amigo da fam�lia, compareceu ao enterro na companhia da mulher, Vera Victer, mas n�o quis falar. Ci�a apoiou Patrus na disputa pela PBH e trabalhou no comit� do candidato. Na madrugada em que foi morta, ela voltava justamente da festa de encerramento da campanha do candidato petista. O vereador Arnaldo Godoy (PT) e o presidente do Clube Atl�tico Mineiro, Alexandre Kalil, tamb�m estiveram presentes.

Tortura

(foto: reprodução/Arquivo pessoal)
(foto: reprodu��o/Arquivo pessoal)
Durante o vel�rio, Cristiano Quintino, tio da atriz, revelou detalhes do horror que Cec�lia viveu nas m�os dos assaltantes, antes de ser morta com um tiro no peito. Ela, o irm�o, Marcelo Bizzotto Pinto, e a cunhada Alexandra Silva Montes foram surpreendidos por tr�s homens quando chegavam em casa. Ci�a estava com medo de ficar sozinha e havia pedido ao irm�o para dormir com ela naquela noite. Durante os 60 minutos que ficaram sob a mira das armas dos ladr�es, as v�timas sofreram a viol�ncia psicol�gica.

“Os assaltantes chegaram a jogar �lcool neles, amea�ando a todo momento atear fogo nos ref�ns. Disseram que tamb�m matariam o cachorro de estima��o e que se algu�m chegasse na casa todos morreriam”, completou. Foi esse clima de terror que teria levado Cec�lia a ligar para pol�cia quando foi atingida com um tiro no peito por um dos bandidos. Em seguida, os criminosos obrigaram Marcelo a abrir o port�o da casa e fugiram levando tr�s celulares. O corpo de Cec�lia ficou trancado num dos c�modos da casa.

Marcelo e Alexandra correram para buscar socorro e, quando chegaram, a Pol�cia Militar, chamada por vizinhos que ouviram o tiro, j� havia encontrado Cec�lia morta. “Agora � menos uma guerreira para lutar por direitos iguais e contra as injusti�as”, afirmou uma das primas da atriz, J�lia Bizzotto, de 34, que a definiu como uma pessoa engajada.

Para os alunos de Cec�lia, que era professora de teatro no programa Valores de Minas, voltado para jovens em situa��o de vulnerabilidade social, fica a imagem de uma mulher de for�a. “Foi uma crueldade o que fizeram com a Ci�a. Ela era uma pessoa de atitude, for�a e que tinha muito amor ao teatro”, disse, aos prantos, a estudante Glayciele Renata, de 19. S�cia fundadora da Companhia L�dica de Atores, Ci�a se preparava para dois espet�culos, um deles como atriz e outro como assistente de dire��o.


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