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Estado de Minas

Evang�licos se casam mais que cat�licos em Minas

Segmento � o que registrou o maior percentual de uni�es formais entre todas as religi�es, de acordo com o Censo 2010. Maior quantidade de div�rcios ocorre entre os esp�ritas


18/10/2012 06:00 - atualizado 18/10/2012 06:51

'Normalmente, os evangélicos se casam com pessoas da mesma religião por afinidade, convivência mais próxima e por buscarem as mesmas diretrizes para cuidar da família', Sérgio Ricardo, ao lado da mulher, Aline, e dos filhos, João Pedro e Ana Clara
"Normalmente, os evang�licos se casam com pessoas da mesma religi�o por afinidade, conviv�ncia mais pr�xima e por buscarem as mesmas diretrizes para cuidar da fam�lia", S�rgio Ricardo, ao lado da mulher, Aline, e dos filhos, Jo�o Pedro e Ana Clara (foto: RODRIGO CLEMENTE/EM/D.A PRESS)


“Se os evang�licos se casam mais, � porque essa � a orienta��o da B�blia”, diz o pastor S�rgio Ricardo Carvalho de Oliveira, de 38 anos, casado h� 13 anos com Aline Pereira de Oliveira, de 32. � dessa forma que o l�der religioso justifica o fato de haver maior concentra��o de casados entre os evang�licos do que em qualquer outra religi�o, de acordo com dados do Censo 2010, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O grupo em Minas conta com 43% de casados e apenas 19,9% de uni�es consensuais.

Com dois filhos, S�rgio Ricardo e a mulher se conheceram na igreja, no grupo de jovens do qual tamb�m participava o irm�o dela. O namoro durou tr�s anos e meio e, ent�o, eles assinaram os pap�is e ganharam a b�n��o de Deus. S�rgio diz que casar e constituir fam�lia s�o objetivos de vida dos evang�licos, que passam pela import�ncia da castidade, s�mbolo pregado � juventude. “Normalmente, os evang�licos se casam com pessoas da mesma religi�o por quest�o de afinidade, por conviv�ncia mais pr�xima e por buscarem as mesmas diretrizes para cuidar da fam�lia”, explica o pastor.

O levantamento do IBGE, que faz o cruzamento de dados de nupcialidade com religi�o e grau de instru��o, aponta ainda maior percentual de divorciados entre esp�ritas e de uni�es consensuais entre aqueles que se declararam sem religi�o. Enquanto a m�dia de divorciados gira em torno dos 3% entre cat�licos e evang�licos, no grupo de esp�ritas, esse percentual chega a 6,9%. J� em rela��o �s uni�es consensuais, enquanto nas demais cren�as os n�meros n�o ultrapassam os 30%, entre o grupo dos sem religi�o, as uni�es sem papel passado chegam a 47,7% do total.

De acordo com a analista do IBGE, a dem�grafa Luciene Longo, os dados do Censo 2010 refor�am que o casamento formal est� vinculado tamb�m com o perfil socioecon�mico. “Casar formalmente � caro e, por isso, muitos casais com renda mais baixa optam por morar juntos e dispensam formalidades. Enquanto entre mineiros de 30 a 34 anos, com renda superior a 20 sal�rios m�nimos, o casamento no civil e no religioso chega a 64% das uni�es, entre pessoas da mesma faixa et�ria e renda que vai de dois a tr�s sal�rios m�nimos, 44% das uni�es s�o firmadas no cart�rio e aben�oadas na igreja.

Uni�o formal

A dem�grafa Ana Paula de Andrade Verona, do Departamento de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)/Cedeplar, refor�a que a religi�o � apenas um dos aspectos que pode influenciar o casamento. No caso dos evang�licos, por exemplo, ela diz que algumas igrejas pentecostais assumem claramente a prefer�ncia pela uni�o formal, mas lembra que a renda e a escolaridade contam tamb�m muito na decis�o dos casais.

“Em geral, as igrejas pentecostais, que em grande parte s�o protestantes, falam sobre a prefer�ncia do casamento formal, como a melhor sa�da. N�o se pode garantir s� a influ�ncia da religi�o porque h� outros aspectos que tamb�m se relacionam, como a renda e a escolaridade. Sabe-se que quem tem renda mais alta costuma formalizar mais a uni�o tamb�m. Por isso, os esp�ritas poderiam estar mais expostos ao div�rcio, uma vez que pertencem a uma das religi�es com n�mero de seguidores de renda mais alta e escolaridade maior", explica.

Segundo ela, os dados do IBGE s�o informa��es de momento porque, no caso da religi�o, permite-se mudan�a. “Intuitivamente, poder�amos dizer que o ateu n�o se casa formalmente porque n�o acredita em normas de comportamento, j� que n�o tem uma cren�a religiosa nem frequenta a igreja. Mas n�o sabemos o passado dessa pessoa e por isso n�o d� para avaliar completamente essa rela��o", explica Ana Paula.

Ra�a predomina na escolha de parceiro

A pesquisa do IBGE comprova que a ra�a � fator predominante na escolha de parceiros conjugais. Dados do Censo 2010 mostram que 70% dos casamentos no pa�s ocorrem entre pessoas de mesma cor e que as mulheres pretas (7% da popula��o) s�o as que menos se casam. Entre os fatores que levados em conta na escolha de um parceiro est�o a renda, a educa��o e a cor ou ra�a. S�o esses quesitos que influenciam a miscigena��o e a mobilidade social, explica o pesquisador Jos� Luis Petruccelli.

Nos �ltimos 10 anos, as uni�es em fun��o da cor ou ra�a praticamente n�o se alteraram. Em 2010, 69,3% das pessoas se uniram a outras de mesma cor ou ra�a, sendo que, em 2000, eram 70,9%. Se os casamentos n�o fossem influenciadas por quest�es raciais, o �ndice deveria ser em torno de 50%, embora j� tenha sido de 80% em 1980.

“Isso desconstr�i o mito da alt�ssima miscigena��o e da harmonia racial. H� uma seletividade, h� um vi�s pela escolha do parceiro por cor ou ra�a”, disse Petruccelli. Como os pretos e pardos (negros) est�o entre os grupos com menor rendimento e n�vel de instru��o, o pesquisador lembra que h� uma “justaposi��o” de fatores que indicam uma “racializa��o” na escolha do parceiros.

O casamento entre pessoas de mesma cor ou ra�a � maior entre os brancos (74,5%), pardos (68,5%) e �ndios (65%), neste caso, relacionado � preserva��o dos povos. Entre homens e mulheres, chama a aten��o a maior possibilidade de mulheres pretas ficarem solteiras. Entre as brasileiras com mais de 50 anos, elas s�o maioria na categoria “celibato definitivo”, que nunca viveram com c�njuge.

Atualmente, 68,2% da popula��o se casaram com pessoas do mesmo n�vel de instru��o. As mulheres s�o mais exigentes, nesse crit�rio. Do total de profissionais com ensino superior completo, 51% delas escolheram homens desse grupo. Entre eles, 47% fizeram escolha semelhante.


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