(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Ufop quer reduzir teor de abuso no consumo de �lcool

Com a comunidade acad�mica ainda abalada pela morte de aluno, possivelmente por consumo excessivo de �lcool, federal de Ouro Preto vai intensificar di�logo para que estudantes n�o abusem na dose. Redes sociais ser�o usadas na conscientiza��o


postado em 30/10/2012 06:00 / atualizado em 30/10/2012 19:33

Bar no Centro Acadêmico da Escola de Minas: oferta de álcool é abundante em toda parte(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press %u2013 19/8/11)
Bar no Centro Acad�mico da Escola de Minas: oferta de �lcool � abundante em toda parte (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press %u2013 19/8/11)


Com o t�tulo de universidade federal onde os estudantes mais bebem no pa�s, conferido por pesquisa de 2011 da Associa��o Nacional dos Dirigentes das Institui��es Federais de Ensino Superior (Andifes), e ainda sob o impacto da morte de um de seus alunos, possivelmente em decorr�ncia de abuso de �lcool, a Universidade Federal de Ouro Preto acendeu o sinal de alerta. Depois da morte do estudante de artes c�nicas Daniel Mac�rio de Melo J�nior, de 27 anos, no �ltimo s�bado, a Ufop anunciou que pretende intensificar o di�logo com o corpo estudantil para debater os excessos no consumo de bebidas. A informa��o � do pr�-reitor de Assuntos Comunit�rios e Estudantis, Rafael Magdalena. O professor garantiu que a institui��o est� atenta aos abusos e vai alertar os universit�rios da cidade, onde em m�dia mais de duas pessoas s�o atendidas a cada dia com problemas ligados ao abuso de bebidas. Os dados s�o da Secretaria Municipal de Sa�de, que quantificou os atendimentos feitos desde janeiro a pessoas acima de 15 anos. Foram 670 epis�dios at� este m�s, a maioria envolvendo homens: 474.

Casos em sua maioria bem menos graves do que o de Daniel, que segundo amigos ingeriu muita bebida alco�lica em uma festa na sexta-feira. As primeiras apura��es da Pol�cia Civil indicam que o estudante pode ter sofrido asfixia com o pr�prio v�mito, j� que ele foi encontrado morto em sua cama e no local ficou constatado que havia fluidos corporais. O exame que vai apontar a causa da morte fica pronto em um m�s.

Segundo o pr�-reitor de Assuntos Comunit�rios, o consumo de bebidas alco�licas � um problema mundial, mas as configura��es de Ouro Preto fazem com que isso seja percebido de maneira mais clara. “A faixa et�ria de nossos alunos est� principalmente entre os 18 e os 24 anos. Muitos deles saem pela primeira vez do conv�vio familiar e v�o morar com outros jovens. � claro que v�o querer fazer festas”, disse Rafael Magdalena, acrescentando ser imposs�vel vigiar os estudantes. “N�o podemos colocar fiscais nas rep�blicas para impedir as pessoas de beber”, diz o professor. Apesar das dificuldades, ele nega que a situa��o esteja fora de controle. “N�o temos informa��es de que a vida dos alunos fora da escola esteja atrapalhando o rendimento deles. Vamos continuar trabalhando com programas de conscientiza��o, principalmente por redes sociais”, conclui.

(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
O reitor da Ufop, professor Jo�o Luiz Martins, disse que a universidade vai se pronunciar oficialmente sobre a morte do aluno assim que o exame de necropsia estiver conclu�do, mas tamb�m manifestou preocupa��o com o consumo de bebidas pelos estudantes. “� claro que essa situa��o nos preocupa, mas a luta � um pouco desigual, pois s� de casas alugadas temos 450 na cidade”, diz.

Nas rep�blicas ocupadas por alunos, � comum encontrar freezers do tipo usado em bares, onde s�o estocadas bebidas, especialmente em dias de festa. Mas n�o s�o elas as �nicas institui��es ligadas � comunidade acad�mica onde � frequente o consumo de �lcool pelos jovens, a maioria universit�rios. Outro point � o Bar Bambuzal, no Centro Acad�mico da Escola de Minas (Caem), no Centro Hist�rico da cidade.

Como��o

O primeiro dia de aulas no c�mpus depois do incidente com o estudante de artes c�nicas foi marcado pelo clima de tristeza. A reitoria baixou portaria decretando tr�s dias de luto oficial. As bandeiras do Brasil, de Minas e da universidade foram hasteadas a meio mastro, em homenagem a Daniel. Apesar da fatalidade, alunos da institui��o criticaram a repercuss�o do caso.

“Ouro Preto j� tem uma fama complicada e esse caso repercutiu de forma muito negativa. Sou morador de rep�blica e a gente acaba tendo que pagar o pato, como se toda rep�blica tivesse uma situa��o descontrolada com rela��o �s bebidas alco�licas”, diz o aluno do curso de hist�ria Matheus Carletti, de 22. “Est� todo mundo muito assustado com o que aconteceu, mas foi uma fatalidade. N�o � um problema de estudantes que moram em rep�blicas”, acrescenta a aluna de engenharia civil Raquel Oliveira, de 20.

O presidente da Associa��o das Rep�blicas Federais da Ufop, Luiz Philippe Albuquerque, de 21, aluno do curso de direito, diz que os estudantes est�o dispostos a ouvir a reitoria, mas argumenta que h� exagero no tratamento do caso. “Estudantes, em qualquer lugar, fazem comemora��es, e aqui em Ouro Preto n�o � diferente. Esse fato s� repercutiu dessa forma porque foi dentro de uma rep�blica. Se fosse em outro local, talvez nem fic�ssemos sabendo. Creio que n�o h� abuso, mas mesmo assim estamos abertos ao di�logo”, diz o representante de cerca de 700 estudantes que vivem nas rep�blicas federais.

Na Rep�blica N�is � N�is, local onde Daniel foi encontrado sem vida, a segunda-feira foi de como��o. Segundo Matheus Veloso, ex-aluno da Ufop e ex-morador da casa, onde viveu por seis anos, os oito inquilinos atuais est�o muito comovidos com a situa��o. “Eu nem cheguei a morar com o Daniel e mesmo assim o considero um irm�o”, diz. Segundo ele, na noite de sexta-feira Daniel saiu com amigos do curso de artes c�nicas para beber. Quando chegou � rep�blica, para uma festa organizada para ele e para outro morador, bebeu mais e passou mal. “Cheguei � festa � 1h da madrugada e ele j� estava dormindo. �s 2h30 fui ao quarto e o vi roncando, de bru�os, tudo normal”, diz Matheus.

Ele contou tamb�m que Daniel costumava interromper reuni�es com os amigos para dormir e depois voltar descansado, por isso ningu�m estranhou seu comportamento naquela noite. Por fim, Matheus garantiu que a rep�blica nunca pregou o trote e foi criada por pessoas que n�o concordavam com a batalha por vagas, que � tradicional em Ouro Preto. “Fizemos a festa para comemorar o fato de que ele e um colega ficariam conosco de vez, j� que os dois s�o muito queridos pelos demais moradores.”

 

 
Fala, estudante

“Sou morador de rep�blica e a gente acaba tendo que pagar o pato, como se toda rep�blica tivesse uma situa��o descontrolada com rela��o �s bebidas alco�licas”

Matheus Carletti,de 22 anos, estudante do curso de Hist�ria

“Est� todo mundo muito assustado com o que aconteceu, mas foi uma fatalidade. N�o � um problema de estudantes que moram em rep�blicas”

Raquel Oliveira,de 20, estudante de engenharia civil

“Estudantes, em qualquer lugar, fazem comemora��es, e aqui em Ouro Preto n�o � diferente. Esse fato s� repercutiu dessa forma porque foi dentro de uma rep�blica”

Luiz Philippe Albuquerque,de 21, estudante de direito e presidente da Associa��o das Rep�blicas Federais da Ufop


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)